Política

CANDIDATURA NETO A GOVERNADOR E A ARENGA DE RODRIGO MAIA COM ROMA (TF)

Maia está ressentido com Neto desde a eleição de sua sucessão na Câmara dos Deputados
Tasso Franco , da redação em Salvador | 11/05/2021 às 09:18
ACM Neto é pré-candidato a governador da Bahia, em 2022, pelo DEM
Foto: DIV
      Ainda magoado por não ter conseguido fazer o seu sucessor na presidência da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM com saída para PSD) deu declarações numa emissora de rádio de Salvador gerando um 'fake news', de sua própria mente, especulando que o presidente do DEM, ACM Neto, será o nome a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (sem partido com possibilidade de ingressar no Patriotas) e apoiará o ministro da Cidadania, João Roma, a governador da Bahia, em 2022.
 
    Evidente que se trata de uma provocação, uma arenga que não deve ser levada a sério por Neto, o qual já respondeu de forma suscinta e recebeu um reforço do prefeito Bruno Reis (DEM), seu aliado, que lembrou do ressentimento de Maia diante da "condição desastrosa" que deu à sua sucessão na Câmara e resultou na eleição de Arthur Lira.
 
   A pergunta que se faz no meio político baiano é: Maia está a serviço de quem para tentar dessestabilizar a pré-candidatura de ACM Neto a governador da Bahia, em 2022? 
  
   Há especulações no cenário político baiano, mas não arriscaria um palpite. 

   Diria, no entanto, que o rezingar de Maia não tem eco na base tradicional 'carlista' (de ACM, avô de Neto) enraizada na capital e no interior do estado, agora acrescida e engrossada com os adeptos de ACM Neto, o que ele chama de "pensar diferente" e que deseja uma mudança nos rumos do governo da Bahia, desde 2007 sob o comando do PT (na cabeça) e aliados.
  
   ACM Neho já se lançou pré-candidato a governador, em 2022, dentro de uma estrutura política que não é apenas pessoal, de uma liderança emergente, mas de um desejo mais amplo, de mudança, de transformação, de recolocar a Bahia - como disse Neto - como protagonista da região Nordeste, uma liderança não somente no campo político ideológico, mas, também na economia e nas atividades de desenvolvimento sustentável, papel que a Bahia perdeu e vem perdendo a cada dia, especialmente para Pernambuco e o Ceará.
 
    Então, a declaração 'fake-news' de Maia, não mexe um milímetro na trajetória de Neto e aliados e se João Roma quiser ser candidato a governador com o apoio de Bolsonaro (e no interior já existem vários out-doors afirmando que Roma é a Bahia), caberá ao ministro da Cidadania decidir sabendo, desde já, que não terá apoio de Neto.
  
   É legitima uma possibilidade dessas, de uma candidatura terceira via com João Roma na cabeça, o que não representa novidade e a Bahia experimentou essa situação, em 2014, com Lidice da Mata agregada à candidatura de Eduardo Carmpos (PSB) na disputa então polarizada entre PT (Rui Costa) e Paulo Souto (DEM). 

   Todos sabem o resultado: Rui se elegeu, Souto ficou em segundo e Lidice naufragou embora tivesse resistido até o final, mesmo com a morte de Campos, migrando para dar o apoio a Marina Silva e não a Dilma Rousseff. Depois, Lidice voltou ao ninho petista.

   Lembrar, também, que Roma nasceu na política com o apoio de Neto, na cola de Neto e da Prefeitura de Salvador. Não tem liderança ampla no estado e caso queira ser candidato terá que deixar o Ministério da Cidadania, em abril próximo, ficando 6 meses solo. É um risco, mas cada qual sabe de si. Até lá, tem onze meses para viabilizar a candidatura bolsonarista.
 
   Neto já disse que a campanha estadual - no seu sentimento - não terá ingluência da nacional. E, portanto, não irá nem com Lula (PT) - se candidato for; nem com Bolsonario. Ademais, sequer sabe quem de fato será seu adversário no campo político, se Jaques Wagner (PT), Otto Alencar (PSB) ou João Leão (PP). A única coisa que tem certeza é de que será o candidato a governador pro DEM.