Segundo o deputado, a vacinação de professores e funcionários e a adoção de protocolos são medidas essenciais para possibilitar o retorno às aulas
Tiago Correia , Salvador |
06/04/2021 às 18:58
Tiago Correia pede a inclusão de professores como prioridade na vacinação contra a Covid
Foto: divulgação
O deputado Tiago Correia (PSDB) voltou a pedir nesta terça-feira (6) que o governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador incluam professores e funcionários das escolas públicas e particulares na relação das prioridades para a vacinação contra a Covid-19 para que as aulas presenciais possam ser retomadas ainda neste primeiro semestre. “O Brasil foi um dos países onde os estabelecimentos escolares estão fechados há mais tempo no mundo e temos de resolver este problema rapidamente para não regredirmos décadas na educação”, afirmou o parlamentar.
De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), antes da pandemia cerca de 1,3 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar estavam fora das salas de aula. “Com a pandemia e as escolas fechadas, a evasão escolar já atinge aproximadamente 4 milhões de meninos e meninas. Isso significa que 5,3 milhões de crianças e adolescentes simplesmente deixaram os estudos no Brasil”, disse Tiago Correia. “No Brasil, ao contrário de outros países, a educação não foi tratada como prioridade durante a pandemia. O correto seria as escolas fecharem por último e reabrirem primeiro do que qualquer outra atividade”.
Segundo o deputado, a vacinação de professores e funcionários e a adoção de protocolos são medidas essenciais para possibilitar o retorno às aulas. “Defendo que as escolas funcionem com todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias, que incluem o distanciamento social, uso de máscaras, álcool gel à disposição dos alunos e até mesmo o revezamento. O importante, porém, é que as atividades presenciais sejam retomadas”.
Tiago Correia ressaltou também outro aspecto importante do retorno às atividades escolares, especialmente para os alunos matriculados na rede pública. “Sem a merenda escolar, crianças e adolescentes estão passando fome, perdendo a forma física e sofrendo mentalmente. Outro aspecto que precisa ser ressaltado é que, com o fechamento das escolas, houve um aumento significativo da violência doméstica contra as crianças, levando algumas delas para a criminalidade. A rede de segurança que as unidades escolares oferecem é fundamental para melhorar a saúde de todos”.
O deputado ressaltou que o Brasil é o país mais atrasado no retorno escolar, embora algumas iniciativas positivas tenham sido adotadas por prefeitos e governadores. “Em Mata de São João, por exemplo, a Prefeitura abriu experimentalmente três escolas e os resultados têm sido muito positivos. Em Manaus, algumas escolas que oferecem o ensino médio também voltaram a atender presencialmente com muito êxito.
“Temos de seguir os exemplos de países e cidades que deram um tratamento especial à educação porque a ausência das crianças nas escolas afeta todas as etapas do desenvolvimento e condena uma geração ao analfabetismo. E precisamos lembrar ainda que no ano passado, por exemplo, a Bahia foi talvez o único Estado que não implementou aulas remotas, justificando, mais uma vez, por que estamos nas últimas colocações do Ideb. A Prefeitura de Salvador foi uma das poucas exceções, com a distribuição de chips para os estudantes”.