Veja chances de Isidório chegar ao 2º turno na sucessão de ACM Neto em comentário de Tasso Franco
Tasso Franco , da redação em Salvador |
05/09/2020 às 19:06
Deputado federal pastor e sgt PM, Isidório, do Avante
Foto: BJÁ
Na segunda-feira, 7, Dia da Independência do Brasil sem desfile no Campo Grande diante da pandemia do coronavirus, o deputado federal pastor e sgt PM Isidório (Avante), pré-candidato a prefeito de Salvador, faz a sua convenção junto com o PSD e PMB para oficializar sua chapa com Eleusa Coronel na vice, esposa do senador Angelo Coronel.
De acordo com a Pesquisa Paraná divulgada recentemente, se a eleição fosse hoje, Isidório (15.5% das intenções de votos) disputaria o segundo turno com Bruno Reis, do DEM, 34.9% das intenções e lider da rodada.
A eleição ainda será em 15 de novembro (1º turno) com segundo turno dia 29 de novembro. As convenções dos partidos têm que ser feitas até dia 16 de setembro.
Isidório sai na frente. Não tem mais com quem se aliançar, fez um boa aliança com o PSD de Otto Alencar, ganhou mais tempo na TV, decidiu oficializar a chapa com Eluesa, a qual não tem votos em Salvador e é o avesso do estilo Isidório, porém, é a mulher do senador Coronel, bom articulardor político, furão.
Coronel disse numa recente entrevista que vai dar uma reordenada no comportamento político de Isidório, sem tirar-lhe a sua característica principal, o marketing do doido.
E, mesmo que quizesse mexer nesse marketing de Isidório (observação nossa) não conseguiria porque é uma coisa inata que ele faz com espontaneidade.
Só ele, hoje, faz isso na Bahia, herdeiro de um estilo que foi muito usado por Marcos Medrado quando era extremamente popular, nos anos 1980/1990, chegando a ser vice-prefeito com Antonio Imbassahy. O pastor vai seguir o seu modelo, especialmente nas ruas e nas áreas populares.
Que candidato sai num momento do Carnaval fardado de sargento da PM usando placas falando dos mais diversos temas populares as pessoas brincando o Momo, e não é vaiado, nem hostilizado? Só isidório.
Esse é um trunfo que ele tem, bem diferenciado de todos os outros pré-candidatos, daí que Coronel pode até orientar em algumas questões políticas, mas, na relação com o povo, esqueça, quem cuida é o próprio Isidório.
E não faz isso somente em época de eleição. Quando era deputado estadual passava o ano todo comparecendo as sessões da Casa Legislativa levando no ombro uma réplica de um botijão de gás em isopor, e em vários eventos de rua, fora da campanha, aparecia com um mosquitão da dengue de plástico nas costas e um mata mosquito nas mãos cantando e citando trechos da bíblia, um livro que carrega consigo em todos os lugares. Então, esse estilo ninguém muda.
Falei acima que, hoje, Isidório iria para o segundo turno com Bruno. Isso poderá mudar? É provável.
Mas, não vejo muito como mudar. A terceira colocada é a deputada Lidice da Mata, do PSB, que já foi prefeita e senadora, tem pouco mais de 13% das intenções de votos, mas, está isolada. Não tem com quem se aliançar.
O PT gostaria que seu partido integrasse a chapa que terá como cabeça a major Denice Santiago. Duvida-se que Lidice aceite.
Agora, indo para a disputa solo, sozinha, sua chance se crescer é pequena devido a quantidade de candidatos da base ruista e o governador vai, prioritariamente, tentar puxar Denice para um patamar melhor do que tem hoje, apenas 4% das intenções de votos.
Recentemente, li um artigo do ex-deputado Domingos Leonelli, secretário do PSB, bom estrategista político em marketing, distinto, compromissado até a alma com o campo da esquerda falando que o governador Rui poderia dar mais força a Lidice, justo por ser ela, praticamente a única no campo da esquerda (a outra seria Olivia Santana, PCdoB) e ter apoiado Wagner quando este se lançou governador, em 2007.
Essa fatura Wagner já pagou elegendo Lidice senadora, em 2012, e ela até quis seguir nesse passo do compasso, mas, apareceu Coronel aliado de Otto e eleito presidente da Assembleia derrubando Marcelo Nilo, e acabou com as pretensões de Lidice.
Lembrar também que Lidice foi adversária de Rui para governador e aoiou Eduardo Campos para presidente e quando este morreu apoiou Marina Silva e não a candidata de Rui, Dilma Rousseff.
Então, digamos assim, Rui, no nosso entendimento, pode até não ter mágoa de Lidice, não vai priorizar Lidice, uma política independente. Só lembrando que Leonelli foi secretário de Turismo no governo Wagner, mas, sobrou no governo Rui. Estamos, pois, conversados ou acertos, imagina-se que Rui pense assim.
A quarta colocada é Olivia Santana, do PCdoB, que se aliançou com o PP de João Leão, algo que não vai lhe acrescentar muito porque a base de Leão é no interior e Niltinho, que é deputado e está sendo visto como seu vice, é um capitalista. Comunista com capitalista não dá liga.
A quinta colocada é a major Denice Santigo, do PT, candidata do colete de Rui. Esta ele tem que tentar alavancar. São apenas 60 dias para isso com prejuizos presenciais nos bairros diante da pandemia do coronavirus. Rui diz que vai descer e subir ladeiras mas o povo está com medo da morte.
Então, certamente, vai usar muito a internet. É um incógnita, mas, como Rui está bem avaliado em Salvador, ela é o 13, número de PT, já massificado, tende a crescer.
O sexto colocado é Bacelar, do Podemos, que deveria, enquanto é tempo, se aliançar e não ir sozinho para a disputa.
Quanto aos outros nomes pré-candidatos não vou comentar aqui porque integram outras estruturas políticas. Depois, o farei, no decorrer da campanha.
