Governador muda direção da Embasa, avança rumo à privatização e se alinha ao projeto de Bolsonaro. Com informações Ascom Sindae, Sinval Soares
Tasso Franco , da redação em Salvador |
19/06/2020 às 19:03
SINDAE vai judicializar a nomeação
Foto: SINDAE
Em plena crise do coronavírus, o governador Rui Costa obteve a aprovação do engenheiro Cláudio Villas Boas para a diretoria financeira da Embasa, em reunião realizada pelo Conselho de Administração da empresa nesta sexta (19). O novo diretor é apontado pelo Sindae como peça chave para tocar a abertura do capital da estatal baiana, medida que deixa no passado a promessa do governador de que nunca iria privatizar a Embasa.
A indicação de Villas Boas para o cargo será questionada na Justiça pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae). O fato também foi denunciado ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público da Bahia, e deles estão sendo cobradas providências.
Até fevereiro do ano passado Villas Boas integrou a BRK Ambiental, que tem contrato com a Embasa para operar o emissário submarino de Jaguaribe, estando longe de completar a “quarentena” de três anos exigida pelo Art. 17 da Lei das Estatais (13.303/2016), período para que um contratante da iniciativa privada integre cargo de direção de empresas públicas e de economia mista.
Para o Sindicato, a mudança na diretoria da Embasa é a vitória do lobby de bancos e grandes empresas privadas que estão associados a grupos internacionais para criar no Brasil um próspero “mercado da água”. De acordo com informações já tornadas públicas nos meios de comunicação, a privatização do saneamento é o desejo de importantes marcas, como a Coca-Cola e a Nestlé, empresas que já adquiriram importantes fontes de água em nosso país.
Hoje, os grupos interessados em privatizar os serviços estão pressionando para que o Senado Federal aprove, na semana que vem, mudanças na lei para asfixiar companhias estaduais de saneamento em benefício de interesses privados.