Grupo anônimo teria reivindicado "atentado"
Da Redação , Salvador |
05/08/2018 às 11:03
Apartamento próximo da Av Bolivar
Foto:
CARACAS - Um grupo anônimo se pronunciou neste sábado pelas redes sociais para reivindicar a autoria de suposta tentativa de atentado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, registrada neste sábado. O ação foi classificada pelos supostos autores como "Operação Fênix", enquanto relatos de testemunhas ainda colocam em dúvida se incidente foi, de fato, um ataque.
As informações foram divulgadas por uma conta chamada "Soldados de Franela", que também postou fotos e vídeos do momento em que ocorreu o incidente, em meio à parada pelo 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. A celebração era transmitida ao vivo pela TV, e Maduro discursava ao lado da mulher, Cilia Flores, e do alto comando militar quando um estrondo foi ouvido
"A operação era sobrevoar dois drones carregados com (explosivos) C4 tendo como alvo o palco presidencial. Atiradores da guarda de honra derrubaram os drones antes que o alvo fosse atingido. Mostramos que eles são vulneráveis. Não foram alcançados hoje, mas é uma questão de tempo", diz uma das mensagens escritas no perfil.
Os "Soldados de Franela" também afirmam, na mesma conta, ser um grupo de "patriotas militares e civis e leais ao povo da Venezuela (...) baseados em argumentos legais e constitucionais".
Essa suposta "base legal" também foi amplamente divulgada nas redes sociais por meio de uma declaração em que os supostos autores do ataque afirmam ter o apoio de "oficiais, oficiais não comissionados, grupos sociais e soldados" que estão "dispostos a oferecer suas vidas".
"Hoje não pudemos, mas continuaremos em nossa luta, porque as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) têm a função de garantir a independência, a soberania da nação, a integridade do território e a ordem pública interna."
Os supostos autores denunciam que boa parte dos órgãos estatais "ignoraram o conteúdo da Constituição" e, portanto, a FANB "decidiu empreender uma luta para restaurar sua validade efetiva e evitar que ela seja revogada por outros meios além daqueles expressamente consagrados nela."
"Os objetivos que continuaremos perseguindo são o retorno à paz, à democracia, à Constituição, às eleições limpas, à prosperidade e ao progresso (...) É contrário à honra militar manter no governo aqueles que (. ..) fizeram da função pública uma maneira obscena de enriquecer e degradar", acrescenta a carta.
CAUSAS NÃO ESTÃO CLARAS
As causas do incidente, entretanto, ainda estão longe de serem totalmente esclarecidas. A agência "Associated Press" disse que "vários bombeiros" presentes no local "contradizem" a versão dada pelo governo. Segundo a agência, três agentes disseram anonimamente que na verdade era uma explosão de um botijão de gás em um apartamento próximo.
Um soldado presente no evento, que estava a poucos metros de Nicolás Maduro, também contou a "El País" seu ceticismo com a versão oficial. Ele não viu nenhum drone e assegurou que nenhum tiro foi ouvido. Dessa forma, a versão de que as forças de segurança dispararam contra um drone não seria "credível". O soldado, que deu sua versão sob condição de anonimato, disse que uma explosão foi ouvida "como um morteiro".
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por sua vez, acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de estar por trás de um atentado contra a sua vida neste sábado numa parada militar. Segundo ele, uma investigação do seu governo foi iniciada e já foram detidas e processadas várias pessoas responsáveis por duas explosões com drones durante o seu discurso, enquanto os primeiros sinais apontam para "um complô da extrema-direita".