Foi positiva a repercussão da visita feita pelo secretário municipal da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, à Câmara de Salvador. Vereadores governistas como o líder Joceval Rodrigues (PPS) e o vice-líder Leo Prates (DEM) exaltaram a capacidade do executivo em prestar esclarecimentos, tanto a respeito das denúncias sobre ele veiculadas quanto no detalhamento do projeto da reforma tributária.
Embora não tenham dado o braço a torcer, os oposicionistas Gilmar Santiago (PT) e Arnando Lessa pareceram satisfeitos com o desempenho do titular da Sefaz, mas fizeram questão de ressaltar que sua ida ao legislativo somente se deu após a mobilização oposicionista.
O líder Gilmar disse não ter posição formada sobre a matéria devido ao pouco tempo para conhece-la: “Estamos estudando o assunto e vamos buscar a opinião de profissionais e das associações representativas dos fazendários e dos auditores para fazermos um debate técnico”.
Quanto às denúncias o petista usou um tom conciliador: “Ele deu a versão dele, mas me chama a atenção o fato de em todos os lugares por onde ele passou terem ocorrido problemas com a Justiça, embora isso não seja nenhum absurdo na vida de um administrador público. Vamos aguardar o resultado dos processos em tramitação no judiciário”.
Para Joceval o desempenho de Mauro Costa foi “ma-ra-vi-lho-so”. Segundo ele, todas as perguntas foram respondidas “com sobriedade e nitidez”: “Tivemos condições de debater e esmiuçar a reforma”.
O socialista minimizou a versão da oposição em relação à ida do executivo sob pressão: ”Não houve ganho de ninguém; quem ganhou foi a Casa. O vereador foi valorizado com essa terceira vinda do secretário à Camara; isso nunca aconteceu antes aqui”.
Mais R$ 500 milhões
Em sua fala na parte da manhã o executivo previu uma arrecadação adicional de R$500 milhões anuais para a capital baiana, por conta das mudanças introduzidas no sistema tributário da cidade. Segundo ele as propostas “deram resultados positivos em outras cidades. Não trouxemos aventuras e nem novidades para Salvador”.
Na visão de Costa o objetivo da prefeitura é “criar condições para o incremento das receitas tributárias e não tributárias visando a ampliar a capacidade de investimento do Município”.
As principais medidas são: revisão nos impostos das transações imobiliárias, instituição da Nota Salvador, criação de notas eletrônicas, criação de cadastro de empresas de outros municípios, recadastramento do IPTU, perdão de dívida inferior a R$400, criação da edição eletrônica do Diário Oficial do Município, eliminação da possibilidade de criar cargo de confiança por decreto, dentro outras medidas.
O encontro foi dirigido pelo presidente Paulo Câmara (PSDB), sendo assessorado por Cláudio Tinoco (DEM) e Edvaldo Brito (PTB), respectivamente presidentes das comissões de Finanças e da Reparação.
Participaram também Waldir Pires, Henrique Carballal e J. Carlos Filho (os três do PT); Geraldo Júnior, Tiago Correia, Kiki Bispo, Toinho Carolino e Carlos Muniz (PTN); Alfredo Mangueira e Pedrinho Pepe (PMDB); Alberto Braga e Heber Santana (PSC); Palhinha e Euvaldo Jorge (PP); Fabíola Mansur e Silvio Humberto (PSB); Aladilce Souza (PCdoB), Alemão (PRP), Hilton Coelho (Psol), Isnard Araújo (PR), Trindade (PSL), Duda Sanches (PSD) e Marcell Moraes (PV).