Política

BJÁ APONTA VENCEDORES ELEIÇÕES NA BAHIA E DESEMPENHO DE CADA LIDERANÇA

Só relativo a chaja majoritária e candidatos a deputados federais
| 04/10/2010 às 11:51
Oposição a Wagner: Paulo Magalhães (DEM) reeleito com 53.620 votos. Último da lista.
Foto: DIV
    Numa eleição existem os vitoriosos e os derrotados. Como bem pontuou Marina Silva existe uma faixa intermediária daqueles que ganham perdendo e os que perdem ganhando. Veja nossa análise sobre as eleições na Bahia.

  
          OS VENCEDORES


    1. O maior vencedor foi o governador Jaques Wagner (PT). Reeleito com 4.101.270 votos (63.83%) um percentual 10.94% superior a sua votação de 2006 surpreendeu a todos, especialmente às análises dos institutos de pesquisas, e elegeu os dois senadores da sua coligação. É o governador mais destacado do PT no Brasil. Sua estrela sobe, nacionalmente.


    2. O segundo vitorioso mais importante foi Walter Pinheiro (PT) eleito senador com 3.630.944 votos (31%). Pinheiro é deputado federal e ex-secretário de Planejamento do governo posto no cargo no momento da crise financeira 2009. Saiu-se bem. Perdeu a eleição para prefeito Salvador, em 2008. Recuperou-se. Não estava cotado para ser candidato ao Senado. Entrou diante da recusa de César Borges e do deslocamento de Otto para vice-governador. Pinheiro emerge como um dos candidatos do PT a governador, em 2014.


    3. A deputada Lídice da Mata (PSB) vem em terceiro. Teve votação excelente: 3.385.300 votos (28.90%). Foi companheira de Pinheiro na eleição a prefeito de Salvador, em 2008, quando a dupla perdeu para João Henrique (PMDB). Ao contrário de Pinheiro, Lídice se posicionou como candidata ao Senado desde cedo. Deu certo. Wagner aguardou a decisão de César Borges e Otto. E, sem alternativas, aceitou Lídice. Lídice é boa de votos, mas não conseguiu transferí-los para Domingos Leonelli. Emerge como nome para prefeita de Salvador, em 2012; e/ou governo Estado, em 2014.


    4. Otto Alencar vem em quarto. Embora não seja votado diretamente teve papel importante na aliança na medida em que foi o mediador de forças do antigo "carlismo", avalizando-as junto a Wagner. O governador cumpriu o acordo de nomear seu substituto no TCM (Plínio Carneiro Filho) e Otto caiu de corpo-e-alma na campanha. Terá papel importante na sucessão de 2014, pois será governador por seis meses. Pela lógica política, em 2014, Wagner será candidato ao Senado.


    5. O quinto é o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), mais votado como deputado estadual reeleito com 139.794 votos (2.06% no estado). Marcelo foi eleito em 2006 pelo PSDB, mas, alinhou-se com Wagner (PT) quando este partido decidiu fazer a aliança DEM/PSDB e apoiar Souto/Serra. Teve papel importantíssimo na ALBA durante votações de matérias relevantes para o governo e costurou todas as alianças de prefeitos e liderança do PSDB com Wagner. Fala direto com o governador e viajou inúmeras vezes com Wagner na fase da pré-campanha. Era o candidato a vice na chapa dos "sonhos": Wagner/Marcelo; Otto e César. A vida como ela é. Marcelo deve ser reeleito presidente da ALBA na próxima legislatura.


   6. Rui Costa é o sexto. Ex-vereador em Salvador e vinculado ao sindicalismo da petroquímica, Rui foi secretário de Relações Institucionais de Wagner com bom desempenho. Muito criticado por segmentos da mídia, entre 2007/2010, não se abalou. É homem de confiança de Wagner. Uma espécie de filho político que o governador não teve. Mais votado da coligação como deputado federal obteve 212.157 votos. É também nome cotado para governador, em 2014.


   7. Nelson Pelegrino foi o terceiro mais votado da coligação do PT com 202.798 votos. Veterano na politica, recentemente, Secretário da Justiça do atual governo do Estado. Abriu mão para Pinheiro ser candidato a senador na chapa Wagner é apontado como candidato do PT a prefeito de Salvador, em 2012. Sem dúvida, com Wagner reeleito e João Henrique desgastado tem sua melhor chance de chegar ao Tomé de Souza. Tentou 3 vezes (1996/2002/2004) e foi derrotado. Ajudou na eleição de Maria Del Carmen para Assembleia Legislativa seu braço político na Conder. 


   8. João Leão foi o 2º mais votado da coligação do PT com 203.604 votos. Integra o PP e elegeu o filho (Cacá) como 6º deputado estadual mais votado 79.137 votos. Recentemente exerceu a função de Secretário de Estado da Infra-Estrutura. A menina dos olhos de Leão é o município de Lauro de Freitas onde Moema Gramacho (PT) é prefeita e não pode concorrer à reeleição, em 2012. Leão também emplacou Roberto Muniz, deputado estadual, como suplente de senador de Pinheiro. Muniz pode assumir um cargo no novo governo Wagner. Muniz foi derrotado por Moema, em 2008, mas, pode tentar novamente a Prefeitura de Lauro, em 2012. Isso se Leão não colocar Cacá (já cometeu esse erro em 2004) ou o próprio ser o candidato.


   9. Mário Negromonte também é deputado federal pelo PP e obteve 169.209 votos. Bom de votos integra a cúpula nacional deste partido e elegeu o filho Mario Negromonte Júnior com 113.308 votos, segundo mais votado no estado. Suas bases estão espalhadas em vários municípios baianos com mais destaque para a região Norte/Nordeste.


   10. Márcio Marinho, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, 7º mais votado com 157.917 votos. Era suplente de deputado federal e depois assumiu o mandato graças a acordos com Wagner. Chega a deputado efetivo. Ensaiou ser senador, em 2010, mas Wagner não lhe deu ouvidos. É o nome do PRB como pré-candidato a prefeito de Salvador, em 2012.


   11. Félix Mendonça Jr é empresário da construção civil (MRM e outros) e filho do deputado Félix Mendonça, antigo "carlista". Disputou seu primeiro mandato e obteve 148.885 votos. Seu foco é a educação e a construção civil. Foi eleito na coligação de Wagner pelo PDT. Teve votos em toda Bahia. A base maior da família é Itabuna. Para um novato, ainda sem embocadura política, sua votação foi surpreendente.


  12. Afonso Forense foi eleito deputado federal com 143.795 votos. Bom de voto para um noviço. Foi secretário de Desenvolvimento Urbano do governo Wagner e herdeiro dos votos do senador eleito Walter Pinheiro. Fez uma campanha competente. Só derrapou ao não eleger Gilmar Santiago, deputado estadual.


   13. Daniel Almeida eleito pelo PCdoB o mais votado federal com 135.817 votos. É um veterano da política. Integra a coligação Wagner e já disputou a prefeitura de Simões Filho perdendo para Eduardo Alencar, irmão do vice-governador eleito, Otto Alencar. Pode tentar novamente, em 2012. Como Eduardo pode ir à reeleição e Otto é o vice de Wagner, Daniel tem chances limitadas.


   14. Valmir Assunção é deputado estadual pelo PT e ex-secretário da SEDES (Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza) e chega a Câmara Federal com 132.999 votos. Pelas alianças que fez e dimensão de sua campanha esperava-se mais votos. É ligado aos movimentos sociais (MST e outros). Emplacou Marcelino Galo como deputado estadual. Fez campanha bem profissional com marketing bastante agressivo, no bom sentido.


  15. Zezéu Ribeiro obteve 109.109 votos. Figura histórica do PT desde quando disputou a eleição para o Senado contra ACM, em 1990. Ainda é muito bem votado nos segmentos dos profissionais liberais e de opinião. Tem muitos votos também no interior do Estado. Aparece pouco no mandato, mas é bom de bastidores em articulações políticas.


  16. Édson Pimenta é deputado estadual pelo PCdoB e chega a Câmara Federal com 103.940 votos. É ligado ao sindicalismo rural e aos movimentos da agricultura familiar. Emplacou Fabrício, vereador de Conquista, como deputado estadual, em dobradinha muito eficiente.


  17. Alice Portugal (PCdoB) reelegeu-se deputada federal com 101.588 votos. Atua no segmento das mulheres (única deputada federal eleita) ainda tem força nos movimentos estudantis universitários e do professorado. É também candidata de Moema Gramacho, em Lauro de Freitas, a qual também votou em Rui Costa. Já foi mais aguerrida. Tem a missão de falar em nome das mulheres baianas.


  18. Waldenor Pereira (PT) é deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa. Desempenhou um papel de muita importância para Wagner na ALBA, muitas vezes segurando a "onda" sozinho. Eleito com 87.930 votos. Ex-reitor da UESC sua base maior é Vitória da Conquista e região. Fez dobradinda com o ex-prefeito de Conquista, José Raimundo, eleito deputado estadual (PT).


   19. Oziel Oliveira é ex-prefeito de Luis Eduardo Magalhães e marido da prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira. Eleito deputado federal pelo PDT na coligação Wagner com 81.811 votos. Mesmo com Jusmari desgastada em Barreiras, Oziel chega a Câmara Federal. Agora imaginem se Jusmari não tivesse "desgastada" como se difunde.
 

   20. Geraldo Simões é deputado federal pelo PT e foi reeleito com 75.977 votos. Ex-secretário de Agricultura do governo Wagner, perdeu a eleição para prefeito de Itabuna quando colocou sua esposa (Jussara) como candidata, em 2008, se mantém na Câmara Federal. É provável candidato a prefeito Itabuna, em 2012.


   21. Josias Gomes eleito com 69.619 retorna a Câmara Federal. Esteve envolvido no "Escândalo dos Anões", mas foi absolvido. Abrigou-se como assessor na ALBA e teve boa votação no Sul da Bahia. Atuou bastante em dobradinha com a deputada Fátima Nunes, PT, reeleita estadual.


  22. José Carlos Araújo eleito pelo PDT se mantém na Câmara Federal. Teve 69.564 votos. Sua votação é espalhada em vários municípios do Estado. Ex-"carlista" histórico está alinhado com Wagner.


  23. Marcos Medrado é deputado federal pelo PDT e foi reeleito com 68.216 votos. Recuperou um pouco sua força em Salvador. Teve uma votação aquém da esperada. Herdou parte dos votos de Fernando Fabinho na região de Feira de Santana. Salvou-o o interior do Estado.


  24. Luiz Argôlo é deputado estadual (PP) e chega a federal com 68.025 votos. É filho de Manoelito Argôlo, de Entre Rios, liderança histórica do antigo "carlismo". Esperava-se mais de sua votação.


  25. Roberto Brito reeleito pelo PP com 64.126 votos. Ex-prefeito de Jequié onde tem sua base principal. É ligado ao movimento municipalista. 


  26. Amauri Teixeira é sub-secretário da SESAB estadual e chega a Câmara Federal com 63.729 votos. Para muitos foi uma surpresa na eleição embora constasse na previsão do Bahia Já. É um dos novatos.


  27. Luiz Alberto é deputado federal pelo PT e alcançou a reeleição com 63.686 votos. Atua no segmento dos petroleiros e da comunidade negra. Pela campanha que fez esperava-se uma quantidade de votos maior. Fez dobradinha preferencial com Rosemberg Pinto (interior) e Olívia Santana (capital).


  28. Jânio Natal eleito pelo PRP na coligação Wagner com 41.585 votos. Ex-prefeito de Porto Seguro teve votação concentrada nesta região Porto/Seguro Eunápolis fazendo dobradinha com Cláudia Oliveira, esposa do prefeito de Eunápolis, eleita deputada estadual.



  • Esta análise se restringe aos políticos, preferencialmente, aos senadores e deputados federais eleitos.
  • Evidente que outros políticos foram importantes na campanha eleitoral de Wagner e coligados, entre eles, prefeitos Luiz Caetano, de Camaçari, coordenador da campanha; e Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, coordenadora da campanha de Dilma.
  • Secretários estaduais também tiveram papéis destacados.
  • Essa análise pode ser copiada por outros meios de comunicação (blogs, sites, jornais, rádios, etc) desde que seja dado crédio ao Bahia Já.
    QUEM GANHOU PERDENDO


             Abaixo estão deputados federais que, embora tenham vencido o pleito, perderam no plano majoritário ao governo do estado. Os representantes do DEM e PSDB, a depender do 2º turno entre Dilma x Serra, podem melhorar de posição desde que o "tucano" vença o pleito. 


          1. ACM Neto foi o deputado federal mais votado da Bahia com 328.450 votos. Impressionante sua votação em todo estado, especialmente, em Salvador. Teve 4.91% do total de votos do estado. É a maior liderança do DEM na Bahia. Com essa votação ajudou a eleger Fábio Souto e o tio Paulo Magalhães. Seu candidato preferencial a deputado estadual Bruno Reis foi eleito, e outros, como Maria Luiza. Há queixas na atual bancada do DEM na ALBA sobre esse seu alinhamento, especialmente de Heraldo Rocha, o líder da oposição, derrotado. Neto é o nome para prefeito de Salvador, em 2012, no DEM.


           2. Lúcio Vieira Lima (PMDB e coligados) foi o segundo deputado federal mais votado com 221.616 votos. Diante da formatação desta coligação, o PMDB só conseguiu emplacar mais um deputado federal, Arthur Maia, e deixou de fora Colbert Martins Filho, atual deputado por Feira de Santana. Lúcio é herdeiro dos votos do irmão, Geddel Vieira Lima, e é o atual presidente do PMDB na Bahia.


          3. Antonio Imbassay eleito mais votado deputado federal pelo PSDB, com 112.630 votos, passando Jutahy Magalhães Jr, cacique do ninho "tucano". Recuperou-se de duas derrotas em pleitos anteriores (senador, em 2006; prefeito Salvador, em 2008) e o eleitorado da capital o elegeu. Foi beneficiado com o desgaste enorme do prefeito João Henrique (67% de rejeição, segundo pesquisa da Agecom). Se Serra for eleito presidente, passa para coluna dos vitoriosos plenos. Se conseguir formatar uma aliança é nome admissível para prefeito Salvador, em 2012.


         4. Jutahy Magalhães Jr foi o segundo mais votado do PSDB, com 110.268 votos. Salvou-o, em parte, a aliança que manteve com seu fiel amigo Marcelo Nilo (PDT), em bases importantes que votaram na dupla e em Wagner. Passa para a coluna dos vitoriosos se Serra vencer Dilma no segundo turno.


        5. Fernando Torres foi o segundo mais votado deputado federal do DEM, com 79.204 votos, e atualmente é deputado estadual. Sua base maior é Feira de Santana e teve apoio de Tarcízio Pimenta, o prefeito. É filho de Osmar Torres, empresário da área combustível (Postos de Gasolina) com base na região central do estado.


        6. Maurício Trindade reeleito deputado federal pelo PR com 77.335 votos. É veterano na política. É médico. Tem base principal em Salvador. É um deputado que atua de forma independente e integrou a coligação do PMDB. Parlamentar que atua muito nas bases populares.


        7. João Bacelar foi o segundo mais votado do PR com 75.327 votos. É veterano e herdeiro dos votos e bases do pai, Jonga Bacelar (já falecido). Tem votos espalhados em toda Bahia, especialmente na região da microrregião de Serrinha e Leste do Estado.


       8. Arthur Maia foi eleito pelo PMDB com 74.134 votos. É deputado estadual e irmão do presidente da UPB, Roberto Maia, prefeito de Bom Jesus da Lapa. Suas bases principais são nessa região abrangendo Guanambi e Oeste. Já tentou ser candidato a prefeito de Salvador, na década de 1990.


      9. Cláudio Cajado (DEM) é deputado federal e reelegeu-se com 72.098 votos. Sua base maior é da RMS (Dias D'Ávila), mas tem votos espalhados em vários municípios. Tem atuação discreta na Câmara, porém atua bem nas bases.


      10. Sérgio Brito é deputado federal e reelegeu-se pelo PSC com 71.889 votos. Foi secretário da Prefeitura de Salvador e tem votos na capital e interior,


      11. José Nunes (DEM) é deputado estado e elegeu-se deputado federal pela primeira vez com 70.483 votos. Sua base principal é a região Nordeste do Estado (sua esposa é prefeita de Euclides da Cunha). Tem atuação firme na ALBA em oposição ao atual governo.


     12. Antonio Brito (Toni) é filho do vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito, e elegeu-se, pela primeira vez, deputado federal pelo PTB, sendo o mais votado deste partido com 70.209 votos.  É ligado a área da assistência social no segmento saúde, Santas Casas de Misericórdia, IBIT e outros. Sua votação maior foi em Salvador.


    13. Erivelton Santana foi eleito pelo PSC com 69.765 votos. É irmão de Eliel Santana, ex-deputado e atual suplente de senador de João Durval. Tem votos no segmento evangélico.


   14. Fábio Souto reelegeu-se deputado federal pelo DEM com 65.985 votos. É filho de Paulo Souto e sofreu bastante com a rejeição ao seu pai. Em relação a 2006 teve votação pífia. Tem atuação discreta na Câmara dos Deputados.


    15. Paulo Magalhães reelegeu-se pelo DEM, o último da lista, com 53.620 votos. Foi outro que perdeu bastante o eleitorado. Sempre teve votação muito expressiva em dezenas de municípios, na época do "carlismo". É sobrinho de ACM. Salvou-o a votação de ACM Neto.


    QUEM PERDEU GANHANDO



    Pelo menos 9 candidatos perderam as eleições, mas, sairam ganhando:

    1. Luiz Bassuma candidato a governador pelo PV obteve 253.523 votos (3.95%). Teve papel importante na difusão da legenda na Bahia ao assumir uma candidatura própria, sem adesismo ao PT como outros segmentos do partido defendiam. O PV coloca um representante na ALBA, Eures Ribeiro, liderança política de Bom Jesus da Lapa. Mas, fica sem representante na Câmara Federal. Perde o deputado Edson Duarte, derrotado ao Senado.


     2. José Ronaldo de Carvalho, ex-prefeito de Feira e candidato a senador pela coligação DEM/PSDB. Obteve 1.092.850 votos (9.33%) do eleitorado e emplacou Carlos Geilson, deputado estadual pelo PTN. Difundiu seu nome pelo estado e se torna uma das mais importantes lideranças do DEM. É a pedra no sapato de Tarcízio Pimenta na campanha de 2012, em Feira de Santana.


    3. José Carlos Aleluia candidato a senador pela coligação DEM/PSDB surpreendeu com votação de 951.199 votos (8.12% do eleitorado total). Nunca foi nome de grande popularidade como deputado federal e perde por não eleger Luiz de Deus, em Paulo Afonso e região. Aleluia fez uma das campanhas mais vibrantes e inovadores para um DEM.


    4. Edvaldo Brito candidato a senador pelo PTB na coligação do PMDB. Obteve 810.261 votos (6.92% do total) e ainda elegeu o filho Toni Brito, deputado federal. Fez uma campanha de alto nível e é o nome do PTB como candidato a prefeito de Salvador, em 2012.


   5. Acelino Freitas (Popó), o boxeador. Teve 60.338 votos e é primeiro suplente da coligação do PRB/PT para deputado federal. Para quem disputou primeira eleição é um feito e tanto.

   6. Zé Carlos da Pesca teve 55.350 votos.

   7. Bebeto foi o segundo mais votado do PSB com 43.507 votos.

   8. Herzem Gusmão (PMDB) teve 37.319 votos e se colocou como provável candidato a prefeito de Conquista, em 2012.

  9. Joceval Rodrigues é vereador em Salvador e badalou o nome com 32.173 votos.
   

    OS DERROTADOS

  

    1. O maior derrotado das eleições foi Paulo Souto. Obteve 1.033.600 votos (16.09%) o que representa uma perda de 26.94% do que teve na eleição de 2006 (2.638.215 votos). O modelo que representa exauriu. Foi para o sacrifício abandonando pelo PSDB local no início da campanha propriamente dita. Com a queda de Serra e ascensão de Dilma sua situação só fez piorar. Viveu de recall, do seu governo passado, e fez uma campanha modesta em recursos, em alianças políticas e em marketing. Confrontado por Wagner entre o modelo Lula com o Brasil acelerado, economia e emprego em alta, naufragou. É sua segunda derrota consecutiva numa majoritária e deve dar espaço a novas lideranças do seu partido, em 2014.


    2. O segundo maior derrotado foi Geddel Vieira Lima, candidato do PMDB. Diz que foi derrotado por Lula e não por Wagner. Tem algum sentido. De fato, quando Lula disse que Wagner era seu preferencial e único, Geddel patinou. Se já estava patinando desde o início da campanha com 11% de votos válidos, se imaginava que, com bases sólidas do PMDB no estado, que segurou com muito esforço, pudesse ter uma votação melhor. Atingiu 15.56% (1.000.038 votos). Sua mensagem de marketing não foi de agrado da população. Se quiser ser mais competitivo na próxima tem que mudar.


    3. O candidato ao Senado, senador César Borges (PR), é o terceiro maior derrotado. Esteve com a eleição na mão se tivesse integrado a chapa de Wagner uma vez que seu partido (PR), compõe nacionalmente com a aliança de Lula. Foi cortejado. Mas, alegou que seria discriminado por petistas e optou pelo PMDB partido que também compunha, em tese, a aliança lulista. Já havia descartado qualquer aliança com DEM/PSDB e ACM Neto teria ajudado a fazer sua cabeça no sentido de optar por Geddel. Se deu mal. Muito mal. Era apontado como favorito e só teve 13.52% dos votos (1.583.423). Lula o deixou a beira do caminho. Deixará o Senado em 31/12/2010.

   4. Marcos Mendes candidato do PSOL a governador. Teve todas as oportunidades nos debates de TV e se perdeu em denúncias vazias e numa mensagem completamente fora de foco para a contemporaneidade. Só conseguiu 0.49% dos votos (31.705 votos) e o PSOL da Bahia fica sem representação no Congresso Nacional e na ALBA.


    5. Nilo Coelho foi vice na chapa de Paulo Souto e ex-prefeito de Guanambi. Embora tenha ajudado na eleição do sobrinho Luis Augusto para a ALBA, perdeu com Paulo Souto (derrotado) e deputado federal João Almeida (derrotado). Para quem já foi governador da Bahia uma atuação política aquém da conta.


    6. Edmundo Pereira atual vice-governador da Bahia e candidato a vice na chapa de Geddel. Chegou a ser o preferencial de Wagner para continuar na vice. Mas, como é filiado ao PMDB, optou pela fidelidade partidária. Perdeu duplamente porque sua esposa, Marizete Pereira, deputada estadual pelo PMDB, também perdeu a eleição.


    7. Deputado federal Edson Duarte (PV) foi candidato a senador por este partido. Teve 1.81% dos votos (212.551). Uma decepção. Não passou mensagem alguma e o PV ainda perdeu a representação da Bahia no Congresso Nacional.
 
    8. França e Zilmar, candidatos do PSOL ao Senado. Nem votação de deputado: 18.185 e 15.358, respectivamente. Albione, do PSTU, 14.088 votos (0.12%) para o Senado.   

   9. João Almeida é deputado federal pelo PSDB e líder deste partido no Congresso Nacional. Teve 80.180 votos e ficou atrás de Jutahy e Imbassahy. A votação que esperava no Oeste falhou. Será suplente.


   10. Colbert Martins Filho teve 68.556 votos (maioria em Feira de Santana) para tentar sua reeleição de deputado federal no PMDB. Diante da aliança deste partido com o PSC a vaga foi ocupada por Erivelton Santana.


  11. Marcelo Guimarães Filho deputado federal PMDB teve 61.760 votos. Foi outro que perdeu a eleição diante da aliança com PDMB com PSC/PR/PRTB e outros.


   12. Emiliano José teve 60.193 votos. É suplente de deputado federal pelo PT e se mantém nessa posição. Apoiado por Waldir Pires teve uma votação aquém do esperado.


   13. Sérgio Barradas Carneiro teve 55.552 votos. É deputado federal (deputado nota 10) e filho do senador João Durval. Perde espaço em Feira para uma possível candidatura a prefeito, como aconteceu em 2008, diante do avanço de Zé Neto (deputado estadual) e também porque perdeu a eleição.


   14. Joseph Bandeira teve 55.428 votos (base maior em Juazeiro) e não retorna a Câmara Federal.


   15. Jonival Lucas é ex-deputado federal e teve 54.436 votos. É o terceiro suplente da coligação do PMDB (Marcelinho e Colbert estão à sua frente).


   16. Luiz de Deus é deputado estadual pelo DEM e teve 53.351 votos. Chegou perto. Perdeu a vaga para Paulo Magalhães por 269 votos. Sua aliança com Elmar Nascimento teria falhado em Campo Formoso.


   17. Luis Carreira é deputado federal pelo DEM e teve 50.687 votos. Não retorna à Câmara e fica na segunda suplência.


  18. Domingos Leonelli teve 50.230 votos. Já foi deputado federal e integra o PSB. É herdeiro dos votos de Lídice da Mata que não caíram em suas urnas. Foi secretário de Turismo do governo Wagner e fez uma boa campanha. Não deu. Merece estudo do que teria acontecido.


  19. Jorge Khoury é deputado federal pelo DEM e teve 44.816 votos. Faz parte do modelo Souto e fracassou.


  20. Benito Gama já foi deputado e teve 43.966 votos. Integrou uma coligação muito forte PTB/PMDB e sofreu também com a débâcle de Geddel.


  21. Tonha Magalhães é deputada federal e ex-prefeita de Candeias. Não retorna a Câmara Federal. Teve 43.127 votos. Seu filho Jr Magalhães, deputado estadual, também perdeu.


  22. Gerson Gabrielli (DEM) já foi deputado federal e só teve 42.428 votos. É ligado ao empreendedorismo e setor evangélico.


  23. Uldurico Pinto é deputado federal pelo Extremo Sul (PHS) e só teve 40.999 votos. Uma decepção nessa região.


  24. Pastor Luciano era apontado como uma dessas surpresas que não aconteceram. Teve 40.187 votos pelo PMN.


  25. Edigar Mão Branca (PV) é deputado federal e não retorna. Teve 38.710 votos.


  26. Severiano Alves é deputado federal pelo PMDB e teve apenas 32.047 votos. Não retorna.


  27. Genebaldo Queiroz (PMDB) ex-deputado federal teve 20.914 votos


  28. Jairo Carneiro (PP) só teve 19.736 votos.


  29. Rose Bassuma (esposa de Luiza Bassuma) só teve 19.934 votos


  30. Raymundo Veloso é deputado federal pelo PMDB (Ilhéus) e só teve 15.563 votos.


  31. Juliano Matos (PV), filho do conselheiro e ex-deputado Filemon Matos, ex-secretário do Meio Ambiente do atual governo só teve 9.307 votos.



  *Esses são os mais significativos


   * Veiculos de comunicação que se utilizarem desta análise devem dar crédito ao BJÁ.

  • Nas eleições para deputado federal com bases nas pesquisas e observações do editor deste site (matéria de 16/9) os acertos foram de 99% nas previsões.