Em reunião na Câmara Municipal, na manhã desta sexta-feira (25), a Bancada da Oposição, o Fórum a Cidade Também é Nossa e o movimento SOS Áreas Verdes, que congregam várias outras entidades e coletivos, convocaram manifestação para a próxima terça-feira (29), às 10h, próximo ao Circo Picolino, em Pituaçu, data marcada para a realização de leilão de mais uma área verde desafetada pela Prefeitura de Salvador. Enquanto isso, a representação da sociedade civil organizada continua, segundo a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder do colegiado de 10 vereadores, lutando pela suspensão do certame, a exemplo do que ocorreu com o da encosta do Morro Ipiranga, no último dia 15.

"Nós já solicitamos à prefeitura o processo administrativo do leilão de Pituaçu, mas a falta de transparência é total, não respondem da mesma forma que a gestão fez com o do Morro Ipiranga. Estão empurrando com a barriga, como também estão empurrando a revisão do PDDU, mas nós estamos nos organizando para enfrentar o debate e mobilizar a cidade", frisou Aladilce. Entre as decisões da reunião, também foi formado um grupo de trabalho com a presença de diversos movimentos, para unificar a luta em defesa da cidade.

A mesa do encontro foi composta ainda pelos vereadores Hélio Ferreira (PCdoB), ouvidor da Câmara, e Randerson Leal (Podemos), da Comissão de Planejamento e Urbanismo; Daniel Colina, do Fórum a Cidade Também é Nossa; Olga Pontes, do SOS Áreas Verdes; Maura Cristina da Silva, do Movimento Sem Teto e da Articulação do Centro Antigo; Miguel Sehbe, do SOS Buracão, e Jurandir Santana, presidente municipal do PCdoB. Presentes também representantes dos vereadores Marta Rodrigues (PT), Sílvio Humberto (PSB) e Felipe Santana (PSD); da Federação de Associação de Bairros, do Coletivo Stella Maris e do Sindicato dos Bancários.

Carta-Compromisso ambiental

Um dos administradores do Coletivo Stella Maris, Dario Nonato lembrou a importância da mobilização incorporar a Carta-Compromisso pela Proteção Socioecológica de Salvador, elaborada pelo grupo durante a campanha eleitoral do ano passado e subscrita pela maioria dos vereadores da oposição. Aladilce, uma das signatárias, destacou que o documento “reflete as demandas dos movimentos sociais e ambientais, incluindo a necessidade de enfrentamento ao racismo ambiental, à especulação imobiliária, à gentrificação dos bairros históricos e tradicionais, ao abandono dos bairros periféricos e das áreas de interesse ecológico relacionadas à necessidade de adaptação e mitigação dos riscos decorrentes das mudanças climáticas”.

Acrescentou: “A gente tem que lutar para fazer com que Salvador possa ser, inclusive, uma referência nessa luta. Nós estamos num momento de crise ambiental, vamos ter a COP em novembro, então o momento é mais do que oportuno. A gente tem que botar essa prefeitura na parede. Ela não pode continuar leiloando a cidade”. Ficou acertado que novas reuniões da bancada com os movimentos sociais serão convocadas para dar encaminhamento às diferentes frentes de luta.