A classificação foi difícil, complicada, pouco honrosa. Até junho de paroano Ancelotti terá muito trabalho para armar uma equipe competitiva e que jogue um futebol melhor,
ZedeJesusBarreto , Salvador |
09/09/2025 às 23:14
Bolivia 1x0 Brasil
Foto: BJÁ
Um jogo atípico, a uma altitude de quatro mil metros, um pênalti e o Brasil perdeu o primeiro jogo ( 1 x 0 Bolívia) sob comando de Ancelotti, com alguns jogadores sem ver a cor da bola, uma atuação ruim pelo resultado e o futebol mostrado. Com o resultado, a seleção brasileira classificou-se em 5º lugar nas Eliminatórias Sul-americanas. E a Bolívia, com o triunfo, ainda briga pela vaga numa respescagem, favorecida pela derrota da Venezuela diante da Colômbia. Os bolivianos disputaram sua última Copa em 1994 e comemoraram bastante.
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As seleções classificadas para Copa, nessa ordem:
Argentina, Equador, Colômbia, Uruguai, Brasil e Paraguai. A Bolivia disputa uma vaga na repescagem.
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Sim, estamos na Copa que acontecerá em 2026 em gramados da América do Norte – EUA, México e Canadá. O Brasil é a única seleção presente em todas as edições da Copa, desde 1930. Mas essa classificação foi difícil, complicada, pouco honrosa. Até junho de paroano Ancelotti terá muito trabalho para armar uma equipe competitiva e que jogue um futebol melhor, mais digno de uma seleção penta-campeã (com cinco título) mundial. Um futebol mais brasileiro, talvez.
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Em El Alto
- Como a Bolívia dependia de uma vitória sobre o Brasil para continuar sonhando com a Copa do Mundo /2026 – mesmo que apenas brigando por uma chance na repescagem com a Venezuela -, os bolivianos programaram o jogo, pra eles decisivo, em El Alto, acima de La Paz, num estádio a 4.150 metros acima do nível do mar, onde correr e competir torna-se muito difícil no ar rarefeito – respiração difícil, tonturas, a bola rápida... Mas eles, nativos, estão acostumados, costumam impor correria. Estratégia, em El Alto estão invictos, tornam-se ‘imbatíveis’.
- Situação inusitada, assim, para o treinador Ancelotti, àquela altura ainda sem perder à frente da nossa seleção. O matreiro italiano optou por um time diferente, com apenas dois atletas da equipe que jogou no Maracanã contra o Chile. Com o Brasil já classificado, e diante das dificuldades climáticas (frio, 9 graus, altitude), Ancelotti escolheu por fazer observações, conhecer limites e testar jogadores.
- Rodada final, a 18ª da competição. Casa cheia, cerca de 20 mil presentes, um bom relvado; o Brasil com sua ‘amarelinha’, calções azuis; os donos da casa de camisa verde escuro, calções brancos.
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Com a bola rolando ...
- O time brasileiro tentando por a bola no chão, trocar passes, sem pressa, e os bolivianos acelerando, pegando, arriscando chutes a gol de longa distância, na pressão. Álison trabalhando. Aos 25’ e o Brasil não tinha conseguido um só chute na direção da meta boliviana. Eles a levantar bolas na área, arriscando chutes de toda distância, sem muito perigo.
- Aos 37min, primeira tentativa de Richarlison, na força, arrumou um escanteio. Aos 39’, Luiz Henrique chutou cruzado, por baixo fraco, nas mãos do goleiro. Aos 44’, o árbitro, chamado pelo VAR, viu pênalti de Bruno Guimarães em Miguelito, numa dividida na área brasileira.
- Gol! 1 x 0 Bolívia, Miguelito, cobrando a penalidade no canto, por baixo. Alison foi, tocou nela mas não evitou. Aos 48min. A essa altura, com esse placar, os bolivianos estariam vivos, buscando vaga para disputar a copa numa repescagem.
Uma primeira etapa morna, sem emoções, raros lances de área. O time da casa correndo muito e criando pouco. A seleção brasileira de freio de mão puxado, sem fôlego, sem ataque, sem pegada. Pouco jogou. O mais dinâmico foi Bruno Guimarães. Os bolivianos acharam um gol de pênalti (bem rigoroso, os brasileiros chiaram muito), no finalzinho. Muito oxigênio nos vestiários e uma segunda etapa imprevisível.
- No recomeço, a seleção brasileira com as linhas de marcação mais avançadas, apertando um pouco a saída de bola inimiga. Os bolivianos na correria. Por volta dos 15’, Ancelotti trocou quatro, lançou os titulares: Estevão, Raphinha, Marquinhos e João Pedro (saíram Vitinho, Richarlison, L Henrique e Samuel Lino, apagadíssimos). A intenção era buscar o empate, atacar. Aos 21’, Bruno Guimarães arriscou de fora, nas mãos do goleiro. Aos 25’, mais dois chutes de longe dos bolivianos, Álison presente.
- Aos 27’, Jean Lucas entrou no lugar de Andrey, mostrando vontade. Aos 40’, grande defesa de Álison evitando o segundo gol boliviano, numa cabeçada que entraria no rodapé esquerdo. Os brasileiros tentando aquela pressão final, os bolivianos atrás, ensebando. Mais 5 min de acréscimos. Aos 49’, Raphinha bateu falta frontal, nas mãos do goleiro. Acabou, a Bolivia festejando a possibilidade de ir à copa.
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Destaques
- Álison, o miolo de zaga, Bruno Guimarães. Jean Lucas entrou bem. Decepcionantes atuações de Paquetá, Richarlison, Luis Henrique, Samuel Lino... mal tocaram na bola.
Na Bolívia, o goleiro Lampe, Miguelito, Paniagua... a raça de todos, o jogo da vida.
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Ficha Técnica
- A Bolívia do treinador Oscar Villegas: Carlos Lampe, Medina (Rocha), Haquin, Efraim Morales e R Fernandez; Villamil, Robson Matheus, Vaca e Miguelito; Paniagua e Monteiro. (Cuellar, Alcarañaz)
- O Brasil escalado por Carlo Ancelotti: Alison, Vitinho, Fabrício Bruno, Alex e Caio; Andrey, Bruno Guimarães e Paquetá; Luiz Henrique, Richarlison e Samuel Lino.
- Arbitragem de Christian Garay, do Chile. Caseiro.
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Outros jogos da noite:
- Equador 1 x 0 Argentina; Peru 0 x 1 Paraguai; Venezuela 3 x 6 Colômbia;
Peru 0 x 0 Paraguai.
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Copa do Brasil
- Nesta quinta-feira, dia 10, às 19h30, Fluminense/RJ x Bahia, no Maracanã. Jogo que decide vaga nas semifinais da Copa do Brasil. O Bahia venceu o primeiro duelo, 1 x 0, na Fonte Nova.
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