Um placar murcho, 1 x 0, mas valeu a classificação do Tricolor, mais de 30 anos depois, para a fase de grupos da Libertadores da América. Torcida festejando. O time de volta à maior competição do continente, entre os grandes.

 O jogo não foi um grande espetáculo, porém o Tricolor foi dominante, comandou as ações todo tempo, desperdiçou chances de fazer mais uns três gols, sofreu pouco, defensivamente, até porque os uruguaios vieram para não tomar gols, queriam o empate, lutaram muito, fechadinhos, e até assustaram aqui e ali. O gol da classificação foi de Jean Lucas, de cabeça, e saiu no segundo tempo. Valeu! O Bahia inteiro na Libertadores da América, vai pra história do clube.

 

Na Fonte Nova

  - Noite de quinta, céu limpo, lua gorda, casa cheia (mais de 40 mil presentes), tri-colorida. Jogo de volta da 3ª fase, a pré da Copa Libertadores. O Tricolor precisava de um triunfo simples para avançar à fase de grupos - caso acontecesse um empate no tempo normal, a decisão seria através da cobrança de tiros livres da marca do pênalti. O Boston River, do Uruguai, sonhando em se classificar pela primeira vez à fase de grupos da competição.

- Uniformes – o Bahia com seu uniforme um, camisetas brancas, calções azuis; O Boston River de camisetas escuras, calções vermelhos.

*

Com bola rolando...

- Como era de se esperar, o Tricolor começou avançado, forçando na frente, trocando passes, mas os uruguaios, postados, dificultando, contragolpeando  na correria, vivíssimos, subindo com vários jogadores, surpreendendo. Logo aos 2’, Everton virou de frente, na grande área, a defesa salvou. Aos 13’, Everton alçou falta da intermediária, deu goleiro pelo alto.

 - O Bahia tinha mais posse e atacava, impondo seu ritmo. O time uruguaio fechadinho atrás. Aos 14’, Everton Ribeiro tentou, um tiro à meia altura, da entrada da área, o goleiro Antunez espalmou. A pressão tricolor aumentava, o ferrolho uruguaio se fechava. Aos 20’, chute de Jean Lucas, da intermediária, bola forte, quicando, Antunez rebateu.  

 - Aos 23’, Mingo tentou duas vezes, deu goleiro. Aos 25’, num contra-ataque, a defesa tricolor desarrumada, a primeira chance do Boston; Adamo, livre, errou o alvo. Aos 26’, Lucho costurou pelo meio e foi derrubado na meia lua. Juba bateu a falta muito mal, por cima. Um Bahia muito apressado, ansioso, no apelo do torcedor. O Boston apostando no empate, inflamando, ensebando.

 - Aos 36’, Pulga cruzou da esquerda, Lucho tentou de voleio, por cima. Aos 37’, cabeçada de Lucho, o goleiro Antúnez espalmou por cima. No contragolpe, cruzamento perigoso de Lopez, pelo alto, assustou Marcos Felipe. Aos 45’, Caio Alexandre lançou na cabeça de Lucho, na frente da pequena área, a testada, pra baixo, passou rente ao rodapé do arco uruguaio. Aos 46’, chute de Ademir, nova defesa rebatida do goleiro.    

 

 

  O Tricolor foi superior, teve a bola, comandou as ações na primeira etapa mas... o gol não saiu, como o torcedor esperava. O Boston River montou uma muralha atrás, com uma linha de cinco dentro da própria área, uma linha de quatro um pouco à frente, todos aplicadamente atrás da linha da bola. Quando recuperavam a pelota, saiam em alta velocidade, tentando pegar a defesa tricolor aberta, desarrumada. Para abrir o ferrolho, não adianta pressa, é preciso atacar pelos flancos, cruzamentos de fundo e chutes de meia distância. Segundo tempo em aberto.   

 

Segundo ato – O mesmo panorama: o Bahia em cima, assediando, ansioso, e o Boston River atrás, na pegada, apostando num erro, numa bola boba... sem pressa. O Tricolor na pressão, mas aos 9 min, um contragolpe perigoso dos uruguaios, a defesa baiana desarrumada. Ufa! O torcedor já demostrava inquietação.  

 

- Gol!  1 x 0 Bahia, Jean Lucas, de cabeça, escorando um ótimo cruzamento de Juba, da esquerda. Aos 13min. ‘Água mole em pedra dura...’

 

 Aos 16’, Lucho levou mais uma falta dura, os uruguaios fazem confusão, querendo melar, ao estilo deles. O treinador do River fazendo trocas, substituindo, Agustin, Gonzalez em campo, precisava agora sair de trás, buscar o gol.  

 Aos 19’, Pulga desperdiça boa chance. O jogo fica mais no lá e cá, aberto. Muitos erros de passe. Aos 28’, Ademir penetrou na velocidade pela direita, livre, errou na conclusão. Aos 30’, Lucho tentou da entrada da área, por cima. Aos 34’, Lucho finalizou mais uma, desviou a escanteio.  

 Por volta dos 30, Ceni mexeu, trocou 5: William José, Erick e Michel Araújo, Borduchi, Cauly em campo; saíram Pulga, Jean Lucas, Juba, Everton e Ademir.

- Aos 41, Borduchi perdeu um gol incrível, de cara, de frente. Aos 42’, escanteio para o River, Marcos Felipe foi no alto e catou. O árbitro acrescentou 3 minutos. Aos 44’, o Boston desperdiçou uma chance, o Tricolor recuado, já sem poder ofensivo, gastando tempo, administrando a vantagem. Aos 48’, Lucho serviu limpa e Cauly perdeu gol feito, chutando por alto, da marca penal. Terminou, e a torcida vibrou com a classificação.  

*

 Destaques

 Kanu na defesa, Jean Lucas, Everton Ribeiro, Lucho ... A vontade de todos.

*

Ficha técnica

 - O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe; Gilberto, Kanu, Ramos Mingo e Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas e Everton Ribeiro; Ademir, Lucho Rodríguez e Pulga. (SantiÁrias, Érick, William José, Michel Araújo, Borduchi)

- O Boston River do técnico brasileiro Jadson Vieira: Antúnez, Acosta, Gómez, Bortagaray e Martínez; Vera, Chiappini e Barcia; López, Adamo e Gutierrez (Agustin, Gonzalez, Facundo, Perez, Gaston,

 - Árbitro, o chileno Cristian Garay.

*

 E vem aí o BaVi

O Bahia volta a campo no domingo, Fonte Nova, 18h, para o primeiro embate da final do Campeonato Baiano, contra o Vitória, o clássico Ba x Vi. Com arbitragem de fora, paulista.