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BRASIL VENCE MÉXICO NOS PÊNALTIS E DISPUTA FINAL OLIMPICA E O BI

ZédeJesusBarrêto comenta jogo Brasil x México e a decepção de Izaquias em não conseguir medalha
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 03/08/2021 às 08:09
Brasil vence México nos pênaltis
Foto: Lucas Figueiredo, CBF
   


 Foi muito difícil, como se previa, contra os aplicados mexicanos, mas foi uma classificação mais que justa pelo que aconteceu em campo. Mesmo sem fazer uma grande partida, os brasileiros foram melhores durante os 90 minutos e a prorrogação, querendo jogo, enquanto os mexicanos dificultavam, travavam o ritmo, apostando num erro nosso ou na experiência do bom goleiro Ochoa. 

 Sem gols no tempo normal e na prorrogação, o Brasil foi bem na cobrança das penalidades e fez 4 x 1. 
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 Assim, estamos na quinta final de Olimpíada, em busca do Ouro e de um inédito bicampeonato. Enfrentaremos o vencedor do duelo Espanha x Japão.  

 Quem gosta de bom futebol torce por uma grande final no sábado, às 8h30, em Iokohama: Brasil x Espanha, as melhores equipes, sem dúvida.
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Estádio de Ibaraki em Kashima
 Jogo decisivo, semifinal, o Brasil em busca da sua quinta final. Os mexicanos sempre dificultam, em 2012 perdemos a final olímpica pra eles. Muita rivalidade, o México tem o melhor ataque da competição. Eles de camisa verde, vistosa, o Brasil de amarelo. 

 Prenúncio de jogo duro, difícil, os mexicanos apertando a saída de bola brasileira, marcando em cima, o campo inteiro, desde o início. Equipes ofensivas, jogo aberto, lá e cá. Os brasileiros com mais posse de bola, os mexicanos contragolpeando, esticando a bola, objetivos. 

 - A primeira boa chegada brasileira foi aos 13’, Arana concluindo boa trama coletiva, chute forte mas em cima do veterano goleiro Ochoa. Aos 19’, foi a vez de Antony bater da entrada da área, nas mãos do goleiro. Aos 23’, Daniel bateu falta da entrada da área, forte, para defesa difícil de Ochoa. O Brasil com as rédeas da partida, chegando, fluindo, pressionando. Daniel Alves comandando. 

- Olhe o VAR !  Aos 27’, os canarinhos entraram costurando na área, Douglas Luis recebeu na área, protegeu a bola com o corpo, houve o choque com o zagueiro, caiu e o árbitro marcou o pênalti, mas foi chamado pelo árbitro de vídeo e anulou a marcação, voltou atrás. 

- Aos 36’, Diego Carlos vacila, lento, bola roubada, o brasileiro para o lance com falta e leva cartão amarelo. Cobrança de falta levantada na área brasileira, com perigo. Aos 39’, Richarlison desbravou pela esquerda e foi derrubado na lateral da área; bola alçada e nada aconteceu. Aos 41’, esticão na velocidade em cima de Diego Carlos, Romo finalizou forte e Santos salvou, espalmando a escanteio, na melhor chance mexicana. Aos 45’, novo contragolpe perigoso, veloz, em cima de defesa lenta brasileira; por pouco o México não abriu o placar. 
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 O Brasil foi melhor na maior parte do tempo da primeira etapa, teve mais posse de bola, domínio das ações, mas os mexicanos chegaram duas, três vezes com muito perigo nos minutos finais. Atacamos muito e definimos pouco. Nossa defesa, pesada no miolo da zaga, não é confiável. Jogo dificílimo, indefinido.
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  Os mexicanos voltaram dos vestiários com uma alteração, mais ofensiva, e começaram a segunda etapa ousados, na frente, aprofundando as jogadas. Os brasileiros tentando evoluir sempre na troca de passes. Muito corpo a corpo, a luta pela ocupação dos espaços, a disputa das divididas. Muito igual. Aos 15’, sangue novo na equipe verde, mais correria. 

  Não conseguíamos penetrar, nenhuma finalização até os 20 minutos. E aos poucos os mexicanos foram se fechando mais atrás, truncando as jogadas, quebrando o ritmo e a intensidade da partida. 

  - Aos 21’, primeira boa investida dos canarinhos, em jogada individual de Antony, pela direita; levou a marcação, cortou para o pé esquerdo e chutou, fraquinho, defesa de Ochoa.  Jardine trocou: saiu Paulinho e entrou Martinelli. Logo depois, Reinier no lugar de Claudinho.  

 Por volta dos 30’, após entradas duras dos mexicanos, muito empurra-empurra e chega pra lá, o clima esquentou, encardiu, a arbitragem tendo trabalho, distribuindo cartões amarelos, segurando na unha. O jogo ficou nervoso, mais brigado que jogado, feio. 

 - Aos 36’, após boa trama brasileira, pela direita, Richarlison testou cruzamento de Daniel e a bola, caprichosa, bateu na parte interna da trave, riscou paralela à linha de gol da trave e não entrou. Foi a melhor chance brasileira na segunda etapa; aliás, em toda a partida. Aos 39’, os mexicanos assustaram numa bola alçada, Santos catou. Aos 45’, Reinier teve oportunidade de finalizar, penetrando pela esquerda, mas preferiu o passe e foi travado.  
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 Não saiu gol no tempo normal, a decisão foi para a prorrogação de 30’, dois tempos de 15’. Bate o cansaço, as pernas pesadas já não obedecem tanto, prevalece quem estiver melhor física e mentalmente. Malcon em campo, saiu Antony, que fez sua melhor partida nessa olimpíada. 

  Com 5’, os mexicanos trocam mais dois (injetam sangue novo, pegada, atletas mais descansados), e já começam a gastar tempo, travar o ritmo, enervando, apostando na cobrança de pênaltis, na experiência e malandragem do bom goleiro Ochoa. Aos 12’, Arana arriscou de longe, errou o alvo. 

 O primeiro tempo da prorrogação teve mais pegada, catimba, cautela defensiva que emoção. Qualquer erro seria fatal.

 Aos dois minutos da segunda etapa, Daniel bateu falta da intermediária, bola nas arquibancadas. Os mexicanos travando, picotando o ritmo, na manha. O relógio andando. Matheus Henrique em campo no lugar de Douglas Luis. 

Os brasileiros tentam, mas os passes já saem errados, sem precisão. E os mexicanos dando falta, matando os contragolpes, mascando...  e a decisão foi mesmo para a cobrança de penalidades / tiros livres diretos da marca do pênalti. O Mexico apostando tudo no goleirão Ochoa. 
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  Nos pênaltis, o Brasil venceu, 4 x 1. Daniel, Martinelli, Bruno Guimarães e Reinier marcaram.  Os mexicanos desperdiçaram um (fora) e Santos defendeu outro. 
Deu Brasil, mais que justo. A comemorar. 
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   O treinador Jardine escalou a seleção : Santos, Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Arana; Bruno Guimarães, Douglas Luiz e Claudinho; Antony, Paulinho e Richarlison. 
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 No futebol feminino, a final será entre Canadá (que venceu 1 x 0 os EUA) e a Suécia, que ganhou também por 1 x 0 da Austrália. 
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 MEDALHAS

 O Brasil chegou a 13 medalhas: três de ouro, três de prata e quatro de bronze. 

 O ouro da terça-feira veio na vela, com a dupla bicampeã Martine e Kaena; o bronze foi conquistado pelo atleta Alisson Piu, nos 400 metros com barreira; superação pura. 
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 Na prova de canoagem em dupla Izaquias e Godmann ficam em quarto, sem medalhas e choram.  Cuba ficou com o ouro na prova.  Izaquias tem ainda chance de medalha na disputa individual. “Não quero sair do Japão sem medalha”, disse em lágrimas. 
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 No boxe, a baianinha Beatriz Ferreira detonou mais uma adversária (Raikhona Kodirova, do Uzbequistão) e, determinada, busca o ouro. 

 Wanderson de Oliveira não se deu bem contra o cubano Andy Cruz (peso leve) e Abner Teixeira (peso pesado) perdeu para o campeão cubano De la Cruz, mas garantiu uma medalha de bronze. 
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