Ainda tem o segundo jogo
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
28/07/2021 às 23:46
Huck, mesmo cercado fez seu gol
Foto: Pedro Souza
Pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o Atlético voltou a vencer o Bahia em BH, dessa vez por 2 x 0. O Galo fez cinco gols no Tricolor em dois jogos, em quatro dias, e não levou nenhum. Superioridade técnica, indiscutível, elenco/time mais qualificado.
O Bahia até jogou bem, muito melhor que a partida anterior, mais compacto, marcando melhor, atacando, criando chances, mas... os erros defensivos, de marcação e bobeiras, contra uma equipe de jogadores decisivos, são fatais.
O jogo de volta, decisivo, acontecerá no Joia da Princesa, em Feira de Santana, na próxima quarta. A desvantagem é grande, se a equipe baiana conseguir vencer com dois gols de diferença decide a vaga nos pênaltis. Dá pra acreditar?
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Antes, no domingo, chave virada para o Brasileirão, onde a equipe do Bahia precisa voltar a pontuar. Recebe o Sport Recife em Pituaçu. Velha rivalidade, nunca é fácil encarar o Leão da Ilha, que é parelho mas corre muito, briga e catimba em campo.
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Antes, no começo da noite, o Juazeirense foi goleado (4 x 0) pelo Santos na Vila Belmiro, também pelas oitavas da Copa do Brasil. Todos os gols saíram na segunda etapa, depois dos 27 minutos, quando o Juá não conseguiu mais resistir às investidas santistas.
O segundo confronto será no Adauto de Moraes, em Juazeiro, na próxima quarta. Muito difícil reverter esse resultado.
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No Mineirão
Noite fria, sem chuvas em Belo Horizonte. O Galo com seu traje tradicional em P & B, e o Bahia todo de branco, com detalhes em vermelho e azul. Dado mexeu na equipe, escalando goleiro novo, a volta do zagueiro Luis Otávio e do meia Daniel, e o garoto Ronaldo na frente. No mais, Gilberto sem barba, sem bigodes.
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- Mal apitou o árbitro, o Galo foi pra cima, sufocando o adversário. Mas, aos 3’, Ronaldo puxou um contragolpe e Rossi arriscou, chutando por cima, marcando presença, aceso, marcando também a saída de bola adversária. Disputado, corrido. Aos 11’, Tchê Tchê arrematou de fora, também por cima.
- Aos 17’, a melhor chance até ali, do Bahia. Trama pelo meio e Gilberto achou Ronaldo entrando na meia lua, nas costas da zaga; o garoto livrou-se da marcação e na hora de finalizar o goleiro Everson cresceu na sua frente e salvou com a perna.
O Galo, aos poucos, foi adiantando as linhas, cercando, apertando, alçando bolas na área baiana, perigando mais. O Tricolor postado para o contragolpe. Aos 23’, em boa arrancada pela direita, Rossi serviu Gilberto; o chute saiu travado, a escanteio.
- Gol ! 1 x 0 Galo, aos 36’, Zaracho. O Atlético entrou tabelando pela esquerda, nas costas de Nino, Dodô cruzou do fundo e entraram três na pequena área, Zaracho fez.
Aos 47’, pressão final do Tricolor, finalizações de Ronaldo, Gilberto, um escanteio, Jonas da meia lua enchendo o pé, mirando a lua.
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O Bahia fez um primeiro tempo igual, marcando bem, criando algumas chances, aplicado coletivamente, mas foi pro vestiário levando 1 x 0. Fruto da melhor qualidade do elenco, do nível dos jogadores do Galo, clube que investiu alto no plantel sob comando de Cuca (Savarino, Nacho, Zaracho, Hulk...)
Perguntamos, que grande craque tem o Bahia hoje? A verdade é que nos falta um Douglas, um Bobô, Leo Oliveira, Paulo Rodrigues, Zé Carlos ... Até de um Emo no meio campo bate saudades.
Bem, tinha toda a segunda etapa pela frente, quando time baiano costuma arriar e entregar o ouro. Veríamos.
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As equipes na volta da merenda sem mudanças. E o Galo voltou trançando, trocando passes, trabalhando e valorizando a posse de bola no meio campo. Aos 3’, Rossi bateu da intermediária, firme e com efeito, assustando o goleiro Everson, a palmo do travessão.
Aos 10 min, Lucas Araújo substituiu Jonas, já sem pernas. Aos 11’, boa trama tricolor pelo meio, Gilberto limpou na frente da meia lua e tamancou de canhota, o goleiro Everson rebateu com dificuldade, deu rebote mas ninguém apareceu para concluir. O time baiano encarava bem, conseguindo igualar as ações, avançando também no campo inimigo. O Galo fechadinho, já não chegava tanto. Só avançava na boa.
Aos 20’, outra boa chegada de Rossi pela direita, bola levantada e Matheus Bahia dividiu com o goleiro Éverton, que prevaleceu. Cuca então pediu aos jogadores que avançassem as linhas, saindo da pressão baiana, e passassem a incomodar mais na frente, marcando a saída de bola baiana. Ora !
- Gol ! 2 x 0, Hulk, aos 29’. Daniel tinha a bola dominada e cochilou, na frente da área. Bola roubada, o artilheiro recebeu, invadiu em velocidade pela direita e deu um bico pra dentro.
Isso quando o Bahia era melhor. Um erro tolo quebrou a guia tricolor.
Aos 37’, Rodriguinho (que substituiu Ronaldo) avançou pela esquerda, Gilberto tentou mas a zaga se safou... Galdezani e Capixaba em campo. No Galo, Hyoran, Sasha, Nathan e Calebe, sangue novo, mais força na frente, sem recuos.
Aos 42’, Danilo Fernandes salvou o terceiro, defendendo bem, no chão, chute forte e colocado de Sasha. Aos 45’, Éverson foi buscar no ângulo, espalmando cabeçada forte de Gilberto no cruzamento de Rossi. Aos 48’, Danilo Fernandes saiu bem no chão e salvou outra. Muita intensidade até o fim. Deu Atlético, de novo, melhor.
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Destaques
Boa estreia do goleiro Danilo Fernandes, experimentado, calmo, sem culpas. A zaga com Conti e Luis Otávio é melhor. Ronaldo entrou desinibido. Daniel entregou o segundo gol, distraído. E Rossi foi disparado o melhor, enquanto teve folego e pernas.
O Atlético é conjunto, e alguns craques brilham, decidem.
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Escalações
- O Atlético “Galo” mineiro: Éverson, Mariano, Rever, Junior Alonso e Dodô; Tchê Tchê, Allan; Savarino, Nacho Fernandez, Zaracho; Hulk. Treinador, Cuca.
- O Bahia de Dado Cavalcanti: Danilo Fernandes, Nino, Conti, Luis Otávio e Matheus Bahia; Patrick, Jonas e Daniel; Ronaldo, Gilberto e Rossi.
No apito, com auxílio do VAR, o paulista Raphael Clauss.
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Um ídolo ! André Catimba
Foi-se na madrugada dessa quarta-feira o grande André Catimba, aos 74 anos, um dos maiores centroavantes da história do futebol baiano, ídolo eterno da torcida rubro-negra. Fez parte de uma das maiores dianteiras do Vitória, na década de 70, ao lado de Osni, Almiro, Gibira, Mario Sérgio ...
Baiano, bom de papo e de farra, André começou no Ipiranga, brilhou no Vitória, Guarani, Galícia, no Grêmio... até jogou no Bahia no fim de carreira. Foi artilheiro e decisivo onde jogou.
Era veloz, raçudo, finalizador e não temia zagueiros durões, ia pra cima, encarava. São célebres seus duelos com o também ídolo Roberto Rebouças, nos bavís de outrora; saía faíscas. No Grêmio/RS, era o furor do chileno Figueiroa, do Inter, que, como Roberto, era craque mas não alisava. O apelido de “catimba” grudou nele, por sua postura, seu empenho em campo brigando por cada bola, usando a manha e inteligência para vencer, na bola.
Outros tempos, outro futebol sem dúvida. Tinha mais alma, garra e emoção.
O torcedor do Leão jamais o esquecerá, o amante do futebol (independente do clube que torça) há de reverenciá-lo, para sempre. Muitas resenhas !
Vá em paz, grande André. A bola agradece por tudo. Nós também.