Lais Souza segue em fase de recuperação do acidente de esqui sofrido na terça-feira, durante um treino em Salt Lake City, nos Estados Unidos, quando se preparava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi. A atleta já conseguiu mexer os ombros e tem mostrado evolução no quadro neurológico. Entretanto, ainda não é possível afirmar se a esquiadora conseguirá recuperar todos os movimentos. De acordo com o médico do Comitê Olímpico Brasileiro, Júlio Nardeli, o risco dela ter alguma sequela definitiva é considerável.

- O atleta é diferente da população normal. É diferente do motoqueiro que cai na rua e tem a mesma lesão que ela. Do cara que cai da laje e tem a mesma lesão. Atleta sempre pode surpreender e é nisso que estamos apostando. Mas, no contexto geral, a chance dela ter lesão com sequela definitiva é grande - afirmou em entrevista ao SporTV.

O caso da esquiadora tem sido comparado com o da ponteira da seleção brasileira de vôlei feminino Jaqueline, que, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, se chocou com a líbero Fabi em quadra e não conseguia mexer membros superiores e inferiores. A jogadora recordou o ocorrido e disse saber o que Lais Souza e seus familiares estão passando neste momento.

- Imaginei minha carreira indo embora, que não poderia mais me mexer do pescoço para baixo. As primeiras pessoas em que pensei foram as da família, é meio complicado. Sei o que ela está passando, e a família também. Eu não desejo isso para ninguém - declarou Jaqueline.

Lais Souza pode ter sequelas definitivas, de acordo com médico (Foto: Cahê Mota)

Apesar de algumas semelhanças, os casos não são iguais. Jaqueline teve uma lesão do ligamento na altura da quinta vértebra cervical, o que causou um edema que rapidamente regrediu. Já Lais Souza teve uma lesão na cervical, que ainda não permite um prognóstico claro sobre a gravidade.

O ortopedista Sérgio Gurgel explicou que Lais pode recuperar integral ou parcialmente os movimentos para, ao menos, realizar atividades do cotidiano normal de uma pessoa.

- Já vi (pessoa com) choque medular recuperar o movimento, já vi recuperar parcialmente o movimento, não a força muscular integral, mas o bastante para caminhar com uma muleta, sozinha ou até integralmente - explicou.