Ficou mais difícil a missão da Seleção Brasileira masculina de vôlei em conseguir uma das três vagas para a Olimpíada de Londres. Nesta terça-feira, no encerramento da terceira fase da Copa do Mundo do Japão, a equipe do técnico Bernardinho foi derrotada pela Sérvia por 3 sets a 1 (parciais de 27/25, 20/25, 25/20 e 25/22), e pela primeira vez no torneio deixou a quadra sem pontos.

O revés em Hamamatsu deixa o Brasil na quarta colocação, atrás de Polônia, Rússia e Itália. O título, que seria o terceiro consecutivo, é missão bastante improvável. A derrota brasileira passou pela quantidade de erros. Foram 32 ao fim da partida, mais de um set. Os europeus também deram os mesmos 32 pontos à Seleção, mas foi mais eficiente no geral.

A Sérvia veio com a equipe completa para enfrentar o Brasil, após poupar jogadores contra Rússia e Itália. Em campanha ruim na Copa do Mundo, os sérvios tinham como missão nesta terça tirar pontos do Brasil, para que os europeus conseguissem dominar a zona de classificação a Londres. Quando mais equipes do continente já garantirem vaga via Copa do Mundo, mas fácil será a vida da Sérvia no pré-olímpico local.

Contando com boa presença da torcida, o Brasil começou a partida cometendo erros de saque e recepção, ajudando o trabalho da Sérvia, que se pôs na dianteira do placar. As falhas se repetiam e dificultavam a tentativa de manter o controle do jogo. No segundo tempo técnico, os europeus tinham vantagem de três pontos, e metade de seus 16 pontos havia saído de erros brasileiros.

Bernardinho não esperou o segundo set para mudar a equipe. O treinador sacou Vissotto e Marlon para a entrada de Théo e Bruninho, buscando melhorar a eficiência do time. Na última segunda-feira, em derrota para Cuba, a presença do levantador havia melhorado o desempenho da Seleção, fato que se repetiu.

O Brasil diminuiu os erros, se aproximou e ficou a um ponto do adversário. Com Marlon e Vissotto de volta, além da entrada de Rodrigão, o Brasil igualou e salvou três set points, contando agora com falhas da Sérvia. Em erro de ataque de Vissotto, porém, os europeus encerraram a parcial em 27 a 25.

A Seleção voltou com outra postura para o segundo set em relação ao início anterior. Mais eficiente (e com Giba pontuando), o Brasil rapidamente abriu vantagem no placar. Após ponto de Lucão, a equipe verde e amarela foi à primeira parada técnica com o dobro dos pontos. A vantagem confortável facilitou a atuação sul-americana.

A melhora brasileira claramente passou pelo fim dos erros. Jogando com calma e sem forçar o saque, a Seleção fazia a partida andar do modo que achava melhor. Marlon e Théo voltaram ao jogo, e mantiveram o ritmo. Ao fim, o set se encerrou em 25 a 20 em erro de ataque sérvio.

Os erros voltaram no terceiro set, deixando o jogo mais equilibrado. Quando atacava forte, o bloqueio sérvio era mais eficiente. Quando tentava usar estratégias mais sutis, como a "largadinha", o ataque brasileiro era mais eficiente. A equipe buscou manter a calma e, assim, conseguiu empatar o jogo.

O 13º ponto da Sérvia foi conquistado de maneira polêmica, com as equipes discutindo se houve toque sérvio que daria ponto ao Brasil. O juiz viu de maneira contrária, e os europeus continuaram em vantagem. A seguir, uma série de erros de saque tomou conta do jogo até o segundo tempo técnico.

A Seleção chegou a empatar novamente a partida, mas novos erros deixaram a Sérvia tranquila na dianteira. Com quatro pontos de vantagem, a equipe europeia conseguiu seu primeiro set point, que não foi desperdiçado. 25 a 20 e o fim das chances de sair de quadra com três pontos.

Novamente a Sérvia teve um início de set superior, enquanto o Brasil cometia erros que enfureciam Bernardinho. No primeiro tempo técnico, a vantagem europeia era de quatro pontos. Erros do juiz - admitidos até por jogadores sérvios - também atrapalhavam a Seleção, que se viu mais distante da vitória.

Uma reação começou, e o Brasil conseguiu se deixar a um ponto do rival. Mas os erros voltaram a assombrar a Seleção, e em ataque fora da quadra a Sérvia teve seu match point. A equipe de Bernardinho conseguiu se salvar duas vezes, mas ataque certeiro dos europeus encerrou a parcial em 25 a 22.