Economia

BAHIA DESCE A LADEIRA: Taxa desemprego aumenta na RMS e chega a 18.1%

O contingente de desempregados foi estimado em 519 mil pessoas, nove mil a mais em relação ao mês anterior
Da Redação ,  Salvador | 29/08/2018 às 11:42
Taxa de desemprego chega a 18.1%
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As informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), mostram que a taxa de desemprego total da Região Metropolitana de Salvador aumentou, ao passar de 25,1% para 25,7% da População Economicamente Ativa (PEA), entre junho e julho de 2018. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 17,7% para 18,1% e a de desemprego oculto, de 7,3% para 7,5%.

O contingente de desempregados foi estimado em 519 mil pessoas, nove mil a mais em relação ao mês anterior. Este resultado decorreu do declínio no nível de ocupação (-1,5%, ou menos 23 mil postos de trabalho) em número superior à redução da PEA (-0,7%, ou saída de 14 mil pessoas da força de trabalho da região). A taxa de participação – indicador que estabelece a proporção de pessoas com 10 anos ou mais presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas – diminuiu de 59,4%, em junho, para 58,9%, em julho.

No mês de julho, o nível de ocupação diminuiu 1,5%, sendo estimado em 1.500 mil pessoas. Segundo os setores de atividade econômica analisados, houve crescimento no número de ocupados apenas no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (1,0%, ou geração de três mil postos de trabalho) e redução na Indústria de transformação (-6,1%, ou eliminação de 6 mil postos de trabalho) e nos Serviços (-2,3%, ou -22 mil). Permaneceu estável o nível de ocupação na Construção.

Segundo posição na ocupação, o contingente de assalariados diminuiu 2,1%, equivalente a 21 mil postos de trabalho. Este resultado deveu-se à redução no setor público (-3,3%, ou menos cinco mil pessoas) e no setor privado (-1,6%, ou -13 mil). Neste último, decresceu o número de empregos com carteira de trabalho assinada (-2,1%, ou -15 mil) e elevou-se o daqueles sem registro em carteira (1,7%, ou 2 mil). Cresceu o número de empregados domésticos (1,9%, ou 2 mil) e o de trabalhadores autônomos (1,3%, ou 4 mil) e reduziu o contingente do agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares, donos de negócio familiar, etc. (-7,2%, ou -8 mil).

Entre maio e junho de 2018, houve ligeiro acréscimo no rendimento médio real dos ocupados (0,6%) e permaneceu relativamente estável o dos assalariados (0,2%). Em valores monetários, passaram a equivaler a R$ 1.464 e R$ 1.527, respectivamente. A massa de rendimentos reais cresceu para os ocupados (2,1%) e para os assalariados (2,8%). Nos dois casos, as variações positivas derivaram do aumento do nível de ocupação e, em menor medida, do rendimento médio real.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego é realizada pela SEI em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Fundação Seade do Estado de São Paulo, a Secretaria de Trabalho do Estado da Bahia (SETRE), e conta com o apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador do Ministério do Trabalho.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES - Entre os meses de julho de 2017 e de 2018, a taxa de desemprego total na RMS elevou-se, ao passar de 24,0% para 25,7% da PEA. Esse resultado decorreu de aumentos na taxa de desemprego aberto (de 16,9% para 18,1%) e na de desemprego oculto (de 7,1% para 7,5%).

O contingente de desempregados elevou-se em 50 mil pessoas. Tal comportamento deveu-se ao aumento insuficiente do nível de ocupação (geração de 17 mil postos de trabalho, ou 1,1%) para absorver o crescimento da População Economicamente Ativa − PEA (67 mil pessoas ingressaram na força de trabalho da região, ou 3,4%). A taxa de participação aumentou de 58,0% para 58,9%.

Nos últimos 12 meses, o número de ocupados aumentou em 1,1%, ao passar de 1.483 mil para 1.500 mil pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu da expansão do nível de ocupação no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (11,4%, ou geração de 32 mil postos de trabalho), da relativa estabilidade na Construção (0,9%, ou 1 mil) e da redução do número de ocupados na Indústria de transformação (-8,8%, ou -9 mil) e nos Serviços (-0,7%, ou -7 mil).

Segundo posição na ocupação, nos últimos 12 meses, diminuiu o emprego assalariado (-1,4%, ou menos 14 mil postos de trabalho), resultado da retração no setor privado (-3,1%, ou -26 mil), parcialmente compensada pelo aumento no setor público (9,8%, ou 13 mil). No setor privado, reduziu-se o número de assalariados com carteira assinada (-7,4%, ou -56 mil) e expandiu-se o dos sem registro em carteira (33,7%, ou 30 mil). Elevou-se o contingente do agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócio familiar, entre outros (28,8%, ou 23 mil) e o de trabalhadores autônomos (6,9%, ou 21 mil) e decresceu o de empregados domésticos (-10,6%, ou -13 mil).

Entre junho de 2017 e de 2018, diminuiu o rendimento médio real dos ocupados (-6,9%) e o dos assalariados (-8,0%). Nesse período, houve retração na massa de rendimentos reais dos ocupados (-2,6%) e dos assalariados (-5,5%). Em ambos os casos, o resultado deveu-se ao decréscimo do rendimento médio real, uma vez que se elevou o nível de ocupação.