Segundo as investigações, uma das fazendas já apareceu em outros registros da Transpetro sobre extração clandestina de Petróleo
Da Redação , Salvador |
07/03/2018 às 18:42
Operação chega a Feira de Santana e Santa Cruz de Cabrália
Foto: MP
Uma operação denominada “Conexão Clandestina III” está sendo realizada no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo nesta quarta-feira, dia 07, para cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão em endereços suspeitos, onde ocorreria furto de petróleo bruto diretamente dos dutos da Petrobras Transporte (Transpetro), além de locais que seriam usados para receptar e comercializar o produto, como refinarias clandestinas e postos de gasolina.
A operação foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado e Polícia Civil do Rio de Janeiro, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) dos Ministérios Públicos da Bahia, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Guapimirim e Sapucaia, no Rio de Janeiro; Guaxupé e Arcos, em Minas Gerais; Vila Velha e Serra, no Espírito Santo; Feira de Santana e Santa Cruz Cabrália, na Bahia.
De acordo com o MPRJ, as investigações começaram a partir de denúncias da Transpetro sobre furto de petróleo nos dutos que passam por dentro de duas fazendas em Guapimirim. A partir de técnicas de investigação e ações de inteligências, com autorização do Juízo da 2ª Vara da Comarca de Guapimirim, caminhões que partiam das fazendas foram monitorados durante certo período. Este controle possibilitou a identificação dos locais onde os veículos faziam paradas com o produto do furto. A partir disso, foram pedidos os mandados de busca e apreensão para a operação.
Segundo as investigações, uma das fazendas já apareceu em outros registros da Transpetro sobre extração clandestina de Petróleo. Também há relatório dando conta de que homens armados impediram a entrada da técnica da empresa para fazer manutenção nos dutos. O inquérito aponta que o prejuízo da Transpetro com o produto desviado por esta quadrilha chega a R$ 283 mil, apenas no período monitorado. Segundo o MPRJ, o furto é feito, na maioria das vezes, pela instalação de uma válvula no duto. O processo é chamado de trepanação e pode resultar em vazamento e até explosão do material. O crime oferece grave risco para a população do entorno dos locais de extração clandestina e ao meio ambiente.
Bahia
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da Bahia (GAECO/BA), com o apoio dos promotores de Justiça Mônia Lopes de Souza Ghignone e João Paulo de Carvalho da Costa e da Polícia Militar, realizou a coleta de diversas amostras de combustível e apreendeu agendas com informações bancárias e contatos pessoais, além de livro de entrada e saída de veículos e documentação contendo planilhas com movimentações financeiras, notas fiscais e contratos sociais de empresas em nome de um dos proprietários dos estabelecimentos alvo dos mandados.