Economia

Taxa desemprego em junho aumenta na Região Metropolitana de Salvador

Contingente de desempregados foi estimado em 465 mil pessoas
SEI , da redação em Salvador | 27/07/2016 às 12:51
Menos empregos na construção
Foto: BJÁ
As informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela SEI, em parceria com Dieese, Setre e Seade, mostram que a taxa de desemprego total da Região Metropolitana de Salvador cresceu de 23,7%, em maio, para 24,8% da População Economicamente Ativa (PEA), em junho de 2016. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto variou de 17,5% para 17,8%, e a de desemprego oculto elevou-se de 6,2% para 7,0%.

O contingente de desempregados foi estimado em 465 mil pessoas, 24 mil a mais do que no mês anterior. Este resultado decorreu do decréscimo do nível de ocupação (11 mil postos de trabalho) e da elevação da PEA (13 mil pessoas passaram a fazer parte da força de trabalho da região). A taxa de participação – indicador que estabelece a proporção de pessoas com 10 anos ou mais presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas – cresceu de 56,5% para 56,8%, entre maio e junho.

No mês de junho, o contingente de ocupados reduziu-se em 0,8%, ficando estimado em 1.409 mil pessoas. Segundo os setores de atividade econômica analisados, houve acréscimo no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (3 mil ou 1,1%) e  na Indústria de transformação (2 mil ou 2,0%) e redução nos Serviços (13 mil postos de trabalho, ou 1,4%) e na Construção (4 mil ou 3,6%).

Segundo a posição na ocupação, o contingente de trabalhadores assalariados reduziu-se em (16 mil ou 1,6%), resultado do decréscimo da ocupação no setor privado (20 mil ou 2,4%) e aumento no setor público (4 mil ou 3,2%). No setor privado, diminuíram os empregos com e sem carteira assinada (17 mil ou 2,3% e 3 mil ou 2,9% respectivamente). Houve aumento no contingente do agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócio familiar, entre outros (3 mil ou 4,0%) e no de empregados domésticos (3 mil ou 2,6%) e relativa estabilidade entre os trabalhadores autônomos (menos 1 mil ou menos 0,4%).

Entre abril e maio de 2016, o rendimento médio real permaneceu relativamente estável para os ocupados (mais 0,1%) e aumentou para os assalariados (1,0%). Os valores monetários passaram a equivaler a R$ 1.279 e R$ 1.374, respectivamente.
 
A massa de rendimento real reduziu-se para os ocupados (1,2%) e, em menor proporção, para os assalariados (0,6%). Entre ocupados, esse decréscimo decorreu, quase que exclusivamente, do declínio no nível de ocupação, já que o rendimento médio real permaneceu relativamente estável. Entre os assalariados, foi resultado de decréscimos do nível de emprego e do salário médio real.

Comportamento em 12 meses - Entre os meses de junho de 2015 e de 2016, a taxa de desempregototal na RMS aumentou, ao passar de 18,0% para 24,8% da PEA. Esse resultado deveu-se à elevação das taxas de desemprego aberto (de 13,8% para 17,8%) e oculto (de 4,2% para 7,0%). Entre as componentes desta última, a taxa de desemprego oculto pelo trabalho precário aumentou de 3,6% para 6,4%.

O contingente de desempregados cresceu em 136 mil pessoas. Tal comportamento foi decorrência da redução do nível de ocupação (eliminação de 90 mil postos de trabalho) e do aumento da População Economicamente Ativa − PEA (acréscimo de 46 mil pessoas na força de trabalho da região). A taxa de participação passou de 56,4% para 56,8%.

O número de ocupados declinou 6,0%, ao passar de 1.499 mil pessoas para 1.409 mil. Setorialmente, registrou-se redução no contingente de ocupados em todos os setores de atividade analisados: Serviços (29 mil postos de trabalho ou 3,1%), Indústria de transformação (25 mil ou 19,4%), Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (19 mil ou 6,4%) eConstrução (14 mil ou 11,6%).
 
 Segundo a posição na ocupação, nos últimos 12 meses, o emprego assalariado retraiu-se (69 mil postos de trabalho ou 6,7%), devido às reduções dos assalariados no setor privado (49 mil ou 5,6%) e no setor público (20 mil ou 13,5%). No setor privado, declinou o número de assalariados com carteira de trabalho assinada (57 mil ou 7,2%) e cresceu o sem carteira assinada (8 mil, ou 8,8%). Reduziu-se o contingente de trabalhadores autônomos (13 mil ou 4,9%) e o agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócio familiar, entre outros (8 mil ou 9,3%, enquanto o número de empregados domésticos ficou estável.
Entre maio de 2015 e de 2016, reduziu-se o rendimento médio real dos ocupados (11,1%) e dos assalariados (8,8%).

Nesse período, houve retração na massa de rendimentos reais dos ocupados (15,7%) e dos assalariados (13,7%). Em ambos os casos, devido aos decréscimos do rendimento médio real e, em menor proporção, do nível de ocupação.