A procura por roupas da moda plus size é crescente no Brasil e existem poucas empresas atuando nesse mercado. De acordo com pesquisa inédita do Sebrae, 17,7% das lojas do varejo da moda do Brasil vendem roupas em tamanho grande, sendo que apenas 3,5% delas são especializadas em moda plus size. O dado mostra uma oportunidade de negócio, especialmente para as micro e pequenas empresas.
Para conhecer o perfil dos consumidores de moda plus size e os hábitos de consumo deles, outra pesquisa do Sebrae mostrou que 71% das pessoas que usam GG têm dificuldades para encontrar roupas nas lojas e 86% delas se dizem insatisfeitas com as opções de roupas para manequins grandes. Segundo o estudo, a maioria do público tem dificuldades de comprar vestido de festa (59%), calças (56%) e lingerie (49%). Além disso, a maior parte deles compra roupas mensalmente (38%) em lojas de departamento, em sua maioria (52%).
“Estes dados são importantes para os empresários que atuam ou desejam atuar com plus size. Com a pesquisa, é possível entender melhor as necessidades dos consumidores para produzir e comercializar roupas com mais informação de moda, variedade de tamanhos, modelagem e caimento perfeitos ao biótipo do cliente”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, ressaltando que a pesquisa buscou saber a altura, o peso e o manequim de quem tem dificuldades de comprar roupas em lojas convencionais.
Mercado
O setor da moda plus size cresce a cada ano e movimentou, em 2014, cerca de R$ 5 bilhões, o que representa 5% do faturamento total do segmento de vestuário, segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). Pesquisa do Instituto Inteligência de Mercado (IEMI) identificou ao menos 492 indústrias de confecção no Brasil que já desenvolvem coleções específicas para o segmento – o equivalente a apenas 2,5% do total dos estabelecimentos em atividade no setor. De acordo com o IEMI, de 2013 a 2015, o segmento avançou 7,9% em volumes de peças e quase 13% em receitas nominais.
A moda plus size é direcionada para pessoas, especialmente mulheres, que usam roupas acima do padrão convencional existente nas lojas, isto é, mais altas, com bustos e pés maiores, por exemplo, e que usam roupas de tamanho acima do 44 e calçados acima do 39.
A quantidade de potenciais clientes das roupas GG é, ao mesmo tempo, oportunidade e desafio, pois atuar nesse nicho exige uma compreensão sobre o público, suas necessidades, anseios, percepções e comportamentos. “A pesquisa com os consumidores mostrou, por exemplo, que 70% deles avaliam que os produtos plus size são básicos e apenas 16% acham que eles despertam desejo de compra”, afirma Afif.