Receptividade positiva marca
início de obra em comunidade quilombola
do Médio São Francisco
Imprensa CBHSF , da redação em Salvador |
01/02/2015 às 20:31
Rio das Rãs
Foto: DIV
Em meio à grave crise de
abastecimento de água que afeta estados do sudeste do país, uma comunidade
quilombola do Oeste da na Bahia comemora ações para melhoria da qualidade e
quantidade da água que utilizam. Presente no seminário de início dos serviços
de recuperação hidroambiental da bacia do rio das Rãs, importante afluente do
rio São Francisco, a comunidade de Rio das Rãs se mostrou receptiva com a
chegada do projeto de iniciativa do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco - CBHSF. O evento foi realizado no último sábado (31.01, em Bom
Jesus da Lapa, município baiano localizado a cerca de 900 quilômetros da
capital Salvador.
Na oportunidade, o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Médio São Francisco,
Cláudio Pereira, falou para aproximadamente 800 famílias que serão beneficiadas diretamente
com as intervenções técnicas. “Queremos que a comunidade do rio das Rãs se conscientize da
importância de preservar o rio. Ajudará no aumento da qualidade e quantidade
das águas são-franciscanas”, disse Pereira. A localidade fica afastada do
centro da cidade e é considerada o berço dos quilombos no país. “Aqui, foi o
primeiro assentamento quilombola registrado no país. Vocês sempre foram
lutadores por natureza. Essa é mais uma conquista não só para este quilombo,
mas para tantos outros que estão situados nos arredores de Bom Jesus da Lapa”,
finalizou Cláudio Pereira, que é residente do quilombo Lagoa das Piranhas,
também no município.
Obras - Com recursos da cobrança pelo uso da água, o comitê de bacia investirá
aproximadamente R$ 800 mil em serviços que priorizam o cercamento de 18
quilômetros de Áreas de Proteção Ambiental (APA), onde estão localizadas as
principais nascentes do rio das Rãs, além da adequação de estradas rurais,
construção de 182 bacias de contenção pluviométrica (barraginhas) e ações de
mobilização social e educação ambiental em torno das populações ribeirinhas. Os
trabalhos terão duração de oito meses e serão executados pela empresa Localmaq
Ltda, com sede em Montes Claros (MG).