Novas perdas serão acumuladas em razão da inflação dos seis primeiros meses do ano, mantendo-se uma grande perda no poder aquisitivo do trabalhador.
ASCOM IAF , Salvador |
04/05/2013 às 10:32
Ferrari: "Essa inédita negociação deverá fazer parte do folclore baiano", referiu-se.
Foto: IAF
O Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia - IAF considerou decepcionante o acordo firmado pelos 19 sindicatos que negociaram com o governador Jaques Wagner o novo índice de reajuste linear dos servidores.
"É inconcebível que representantes de categorias de servidores sentem em uma mesa de negociação e possam concordar com uma proposta como a oferecida pela equipe do governo, durante os seis primeiros meses do ano o reajuste será menor que o oferecido inicialmente", disse o diretor de mobilização do IAF, o auditor fiscal Augusto Ferrari, indignado com a redução de 2,5% para 2,0%, no reajuste de janeiro a junho. "Essa inédita negociação deverá fazer parte do folclore baiano", referiu-se.
A proposta, aceita por 18 dos 19 sindicatos ligados ao PT e PCdoB que participaram da negociação, da qual o IAF não fez parte, prevê um índice de reajuste de 2%, retroativo a 1º de janeiro (inicialmente o governador tinha proposto 2,5%) e prevê mais 3,84% a partir de 1º julho, totalizando 5,84% (índice oficial da inflação de 2012, medido pelo IPCA), quando os servidores, em tese, já terão novas perdas acumuladas em razão da inflação dos seis primeiros meses do ano, mantendo-se uma grande perda no poder aquisitivo do trabalhador.
Para o diretor do Instituto dos Auditores, a proposta acordada é de uma inconsequência sem precedentes e revela o peleguismo instalado no sindicalismo baiano. "A negociação não passou de uma encenação", disse Ferrari.
"O que estamos vendo é um descaso com os servidores do Executivo", afirmou o dirigente do IAF, ao comparar os resultados obtidos na negociação com o recente reajuste salarial concedido para o Ministério Público e o Judiciário, que tiveram a recomposição integral da inflação do período retroativo a 1º de janeiro e criticou o tratamento desigual dado pelo governo.
Segundo Ferrari, o discurso de que em 2012 o Estado da Bahia acumulou perdas não procede e cita como fonte o próprio governo, que declarou no Balanço de 2012 um superávit de mais de 1,6 bilhão, enquanto os salários dos servidores era corroído pela inflação.
O IAF reafirma, baseado em análises nas contas do Estado, que o Governo poderia ter concedido a recomposição integral do índice de inflação oficial de 2012 (5,84%) retroativo à data base da categoria, e lamenta o amadorismo técnico empregado na negociação conduzida pelos sindicatos da base aliada.