No segundo trimestre de 2012, o PIB baiano teve crescimento de 2,6%, se comparado com o mesmo período do ano anterior, enquanto o brasileiro ficou em 0,5%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, quando são eliminadas as influências sazonais, o PIB baiano cresceu 0,4% no segundo trimestre. A alta é determinada, basicamente, pelo crescimento no setor de serviços - com destaque para o comércio varejista - e pelo setor de administração pública, que registrou alta de 2%.
Os números foram computados até 30 de junho. O resultado no PIB no primeiro semestre, ressalta, só reforça a expectativa do início do ano de que a economia baiana teria uma expansão de 3,7% ao final de 2012. O governo federal, por sua vez, prevê um crescimento de 1,7% para o país. "A expectativa baiana não tem nada de otimista, ela é solidamente constituída de dados", afirma Gabrielli.
O diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, ressalta que as taxas são bastante relevantes quando comparadas às do Brasil. "As taxas consolidam a ideia de um descolamento da economia baiana em relação à atividade econômica nacional, dando consistência à projeção da SEI de uma taxa de crescimento anual de 3,7%, que deverá ficar também acima da taxa de crescimento anual da economia brasileira", Vale ressaltar que essa tendência ao descolamento deverá ocorrer também nas outras principais economias do Nordeste", diz Reis.
ATIVIDADES ECONÔMICAS
O PIB baiano é calculado com base nos resultados dos grandes setores da atividade econômica: agropecuária, indústria e serivços. O secretário do Planejamento destacou que o dinamismo da economia baiana e nordestina têm uma tendência de aceleração e tem como principais segmentos o comércio, serviços e construção civil.
Os dois primeiros, explica Gabrielli, têm se favorecido do mercado interno, aquecido devido a: programas de transferência de renda direta para as famílias; política de taxas de juros e endividamento, que permite que as pessoas comprem mais eletrodomésticos, móveis e bens de consumo duráveis; e, por fim, o aumento da renda que possibilita a diversificação da cesta de bens consumidos, que passam a incluir itens pessoais e serviços antes inacessíveis.
O componente construção civil, por sua vez, está acelerado, observa Gabrielli. Ele ressalta, no entanto, que não se trata meramente do ramo imobiliário, mas predominantemente das áreas comercial e industrial. Isso, diz, é um indicativo de alterações que ainda não são mensuradas nas pesquisas, mas que terão grande influência a médio e longo prazo.
SERVIÇOS
O comércio é o grande destaque com expansão de 7,9% - O setor de serviços foi, mais uma vez, o determinante para a taxa final do PIB baiano, seja pela sua importância - 63,0% da economia baiana são serviços -, seja pela expansão verificada no trimestre (4,5%). No ano, o setor de serviços acumulou expansão de 4,7%.
Dentre os segmentos da atividade, o destaque maior ficou por conta da expansão no comércio varejista, com crescimento de 7,9% no trimestre e 7,2% no ano. De acordo com os dados da PMC-BA o seguimento de equipamentos materiais para escritório, informática e comunicação registrou a maior expansão no segundo trimestre de 2012 (51,7%), seguido por veículos e motos (13,8%) e móveis e eletrodomésticos (12,0%). Cabe destacar ainda o crescimento no segmento de hipermercados e supermercados (4,1%), e material de construção (6,4%).
Os bons números do setor de comércio varejista são reflexo, em parte, do desempenho positivo do mercado de trabalho, o qual registrou, segundo dos dados da PME/IBGE, taxa de desemprego média de 11,6% no primeiro semestre, praticamente igual a do mesmo período do ano anterior e à elevação do rendimento das pessoas ocupadas que, segundo a mesma pesquisa, registra expansão de 7,8% em 2010.
Indústria relativamente estável no trimestre e taxa trimestral da Agropecuária infuenciada pela seca - No segundo trimestre de 2012, a indústria baiana registrou expansão de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O baixo desempenho industrial baiano foi determinado, sobretudo pela dinâmica negativa do setor de transformação. No ano, o PIB industrial baiano acumula alta de 4,0%.
A despeito do melhor desempenho quando comparada ao Brasil, a transformação baiana, que tem maior peso no segmento industrial, teve queda de 3,6% no segundo trimestre, acumulando expansão de 0,3% no semestre, reduzindo de forma significativa os resultados do primeiro trimestre.
De acordo com os dados da produção física mensal, comparando-se o segundo trimestre com o mesmo período do ano anterior, a indústria baiana recuou 1,4%, sendo que quatro dos oito segmentos da indústria de transformação influenciaram o resultado, com destaque para produtos químicos (que recuou de 39,1% para -1,4%) e metalurgia básica (de -1,0% para -19,1%).
Ainda dentro do setor industrial destaca-se a expansão na construção civil (4,4%). Essa expansão, apesar de ser em níveis bastante inferiores aos de trimestres anteriores, reflete o contínuo investimento da economia baiana num importante segmento do PIB que é a formação bruta de capital fixo. Além disso, as bases de comparação, por serem bastante elevadas, contribuem, naturalmente, para menores taxas de expansão do segmento. No ano, a construção civil baiana registra expansão de 8,1%.
O PIB agrícola do 2º trimestre apontou retração de 2,8% na atividade. No ano a queda acumulada é de 1,6%. A retração da atividade agrícola está diretamente associada aos efeitos da seca que atingiu a Bahia desde meados de 2011, impactando negativamente sobre a produção de cereais, particularmente sobre a soja, a qual teve queda, segundo dados do LSPA, de 1,6%. Porém, se avaliarmos a seca no contexto nacional, os dados apontam que seus efeitos foram mais graves nas lavouras do sul e centro-oeste do país, e nos estados de Pernambuco e Ceará.