Economia

NORDESTE DO BRASIL É REGIÃO QUE MAIS SOFRERÁ COM AQUECIMENTO GLOBAL

VIDE
| 07/05/2012 às 17:00
Mapa (E) representa Índice Regional de Mudança Climática e (D) mostra regiões mais afetadas
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Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou quais os locais que serão mais afetados pelo aquecimento global no País. Combinando dados de modelagem climática com indicadores sociais - como densidade demográfica e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - os estudiosos concluíram que o Nordeste é a região que mais sofrerá com os efeitos do aquecimento. Na lista também estão importantes capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, além de Brasília e Manaus.

O estudo foi publicado no fim de semana na revista Climatic Change. Segundo os pesquisadores, os levantamentos sobre o clima, quando analisados de forma isolada, não apresentam resultados significativos sobre os impactos do aquecimento global. Porém, quando combinados com indicadores sociais podem indicar os efeitos na vida da população.

Na pesquisa liderada pelo físico do Inpe Roger Torres e pelo ecólogo da Unesp David Lapola, um mapa (ilustrado na imagem) mostra a diferença quando se leva em conta apenas os dados do Índice Regional de Mudança Climática (RCCI, na sigla em inglês) - como mostra a figura à esquerda - e quando se analisa a combinação com os dados sociais de número de habitantes de cada localidade e o IDH da região - representado no mapa à direita.

Quando analisado apenas o Índice de Mudança Climática, que corresponde ao aumento na temperatura e ao volume de chuvas, por exemplo, as regiões consideradas mais afetadas pelo aquecimento são o centro e o norte do País. No entanto, quando se leva em conta os indicadores sociais, as áreas em que o aquecimento trará mais impacto na vida das pessoas são o Nordeste e algumas capitais, que aparecem marcadas de vermelho.

Segundo os pesquisadores, o resultado pior para o Nordeste se deve às baixas taxas de desenvolvimento humano na região, combinado a uma densidade populacional relativamente alta. "Isso torna a população da região mais vulnerável aos efeitos do aquecimento", diz a pesquisa ao destacar que essas pessoas terão mais dificuldade de responder aos efeitos da mudança climática. Já nas capitais, como Rio e São Paulo, o problema está relacionado diretamente ao elevado número de habitantes. Essa alta densidade demográfica dificulta que sejam evitados fenômenos já comuns nesses locais, como os deslizamentos de terra.

Já nas regiões central e Norte, os grandes vazios demográficos ajudam a evitar que a população seja diretamente afetada pelas tranformações no clima.