Em reunião na noite desta segunda (21) com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, dirigentes da FUP ressaltaram as principais reivindicações da categoria que não foram atendidas pela empresa na segunda contraproposta apresentada no dia 14 e que foi rejeitada em todo o país.
A FUP reiterou a importância do acordo coletivo que está em negociação garantir cláusulas que representem avanços sociais para os trabalhadores, principalmente no que diz respeito à saúde e segurança. Nesta terça (22), a partir das 14 horas, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para avaliar os compromissos assumidos pelo presidente da Petrobrás e definir os rumos da campanha reivindicatória.
A FUP denunciou ao presidente da Petrobrás as ações antissindicais dos gestores da empresa durante a greve dos petroleiros na Bahia e nas demais mobilizações, onde a categoria foi assediada e confrontada pelas gerências. A entidade criticou e condenou as diversas ações de flagrante desrespeito à livre organização sindical, como interditos proibitórios, cárcere privado, utilização de seguranças armados e força policial; ocupação das unidades com equipes de contingências; pressão, assédio e ameaças aos petroleiros que têm participado dos movimentos e mobilizações indicados pelos sindicatos e proibição ao livre acesso dos dirigentes sindicais às áreas.
Essas denúncias também foram apresentadas nesta segunda à Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.
No encontro, o presidente da Petrobras concordou que a empresa volte a pagar o extra turno do feriado de sete de setembro. Essa conquista, junto com as outras "dobradinhas" já recuperadas, garantirá o pagamento de cinco feriados nacionais, além da segunda-feira de carnaval e do meio dia da quarta-feira de cinzas. Ele também assumiu o compromisso em restabelecer o avanço de nível a cada 12, 18 e 24 meses, sendo que nenhum trabalhador permanecerá mais de dois anos sem receber um nível cheio. Ou seja, o avanço automático por antiguidade passa a ser de um nível integral a cada 24 meses. Atualmente, o sistema (PCAC) prevê a progressão automática de meio nível a cada 18 meses.
Entre as propostas do presidente da Petrobras que serão avaliadas pela FUP estão a garantia de três embarques anuais por cada plataforma para garantir a participação de um representante sindical nas reuniões de todas as CIPAs offshore, o que representa cerca de 150 embarques somente na Bacia de Campos. Em relação ao TFCA, Gabrielli se comprometeu a retirar este indicador do Sistema de Gerenciamento de Desempenho (GD) dos trabalhadores, excluindo esse item do planejamento estratégico da empresa.