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O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, admitiu que o Brasil poderá será um dos contribuintes para o acréscimo na oferta de petróleo no mercado mundial e ressaltou que a demanda segue crescente nos países em desenvolvimento. O presidente participou nessa terça-feira (18/10) de reunião ministerial promovida pela Agência Internacional Energia (IEA), em Paris. "Há uma mudança ocorrendo do setor de energia", disse em discurso durante almoço com ministros e presidentes de empresas do setor.
O presidente Gabrielli explicou que a demanda por petróleo está migrando dos países da Europa, Estados Unidos e Japão para os países emergentes, como Brasil, China, Rússia, África do Sul. "É uma grande transformação na geopolítica e no mercado de logística do petróleo", enfatizou. Segundo o executivo, a IEA mostrou que, ao contrário do que se poderia imaginar, a demanda global por petróleo aumentou durante a crise.
No Brasil, a demanda por petróleo cresceu 10,5% em 2010, e 19% por gasolina no mesmo ano, exemplificou. A expectativa é que o consumo no País passe dos atuais 2,2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), para 3 a 3,3 milhões de bpd em 2020. "A Petrobras aumentará em 2,3 milhões de barris sua capacidade de produção diária de petróleo e terá acréscimo de produção líquida de aproximadamente 1 milhão de barris em 2015. Em 2020, produzirá quase 5 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil", destacou.
Também explicou que a volatilidade nos preços do barril é provocada pela situação de alta liquidez e baixas taxas de juros. "Os volumes que são comercializados nos contratos financeiros do petróleo são nove vezes maiores em relação aos contratos reais de petróleo, isso leva à volatilidade no preço, e leva o petróleo a se tornar uma
commodity financeira", disse.
Investimentos em refinoAo estabelecer a relação entre o atual cenário e o papel que a Petrobras deve desempenhar, o presidente Gabrielli declarou que o que o Brasil precisa "aumentar os investimentos na capacidade de refino. As oportunidades para investimentos são vastas em países como China, Oriente Médio, África e Brasil. Estes mercados estão crescendo, haverá mais e mais demanda nos países emergentes". O presidente enfatizou outras áreas em que a Companhia vai investir nos próximos anos: "vamos investir não somente na capacidade de refino, mas também desenvolver meios de comunicação, robótica, procedimentos de segurança, logística e tecnologia da informação, entre outros. É uma obrigação que a Petrobras precisa adotar, e adotará."