Economia

GOVERNO PODE ANUNCIAR "REFRESCO" DE R$2 BI PARA CAIXA COOPERATIVAS

Vide
| 09/12/2008 às 12:41
No Centro Sul as Cooperativas operam 50% da produção agrícola
Foto: Foto: Div
  O governo pode anunciar esta semana um refresco para o caixa das cooperativas agrícolas, com a oferta de até R$ 2 bilhões em financiamentos para os cooperados.
 
  O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que defende o aporte de recursos, explicou que a intenção é garantir capital de giro para as cooperativas em meio à crise internacional que reduziu a oferta de crédito para o setor produtivo. "No caso do Centro-Sul, as cooperativas respondem por 50% da produção agrícola, por isso a importância de irrigá-las com crédito", afirmou ele há alguns dias

A liberação de recursos para os cooperados é medida complementar ao anunciado há duas semanas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que elevou de R$ 35 milhões para R$ 50 milhões o limite de crédito do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A fonte dos recursos para empréstimo ao setor cooperativista é o caixa de Tesouro e tem taxa de juro de 6,75% ao ano.

Além do apoio ao setor cooperativista, a expectativa é que o governo anuncie a inclusão do setor de criação animal na desoneração prevista pelo drawback verde-amarelo, o que permite o desconto de impostos federais pagos na compra, no mercado interno, de matérias-primas e componentes de mercadorias exportadas. Hoje, a isenção vale apenas para produtos industriais.

No caso da avicultura de exportação, a isenção sobre as aquisições de milho, farelo de soja e outros nutrientes, que representam os principais custos da atividade no Brasil, vai trazer competitividade ao setor. "Essa desoneração é muito importante, principalmente na atual conjuntura de crise", avaliou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Francisco Turra.

O governo também estuda a possibilidade de liberar recursos para capital de giro das empresas misturadoras de fertilizantes, que demandam R$ 2,5 bilhões. O Ministério da Agricultura estima que as empresas tenham 6,8 milhões de toneladas de fertilizantes em estoque, volume considerado elevado. O governo ainda avalia medidas de apoio aos agricultores de Santa Catarina, onde metade da safra de feijão foi perdida por causa das enchentes, segundo a iniciativa.


Fonte: Estadão.com.br / Fabíola Salvador