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MPF , Salvador |
18/06/2015 às 18:08
O Ministério Público Federal na Bahia (MPF) instaurou um procedimento de investigação criminal a fim de apurar as circunstâncias da morte do motorista Mário Neri do Santos e a atuação dos agentes federais envolvidos na Operação Carga Pesada. Ele foi morto durante uma ação da Polícia Federal (PF), na terça-feira, 16, no Jardim Nova Esperança.
O MPF já solicitou à PF informações sobre a operação e acerca da perícia da arma supostamente pertencente à vítima. De acordo com a PF, a perícia é feita internamente por um núcleo da corporação.
O Caso
Mário morreu durante a operação Carga Pesada, que prendeu 16 pessoas por desvio de cargas no Porto de Aratu, na terça. O corpo de Márcio foi sepultado, nesta quarta, 17, no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília.
"Ele é inocente. Bandidos são eles [policiais], bandidos de farda. Invadiram a casa do meu irmão sem mandado e o mataram", desabafou, chorando, a técnica de enfermagem Daiana Neri, 32.
Segundo ela, policiais arrombaram a casa de Márcio por engano, após um porteiro informar que a pessoa investigada pela PF morava no imóvel. Márcio residia no apartamento 004 do Condomínio Jardim das Orquídeas. O alvo da PF, no 104.
A polícia mantém a versão que, quando os agentes chegaram ao prédio, Márcio estava no corredor com um revólver calibre 38 com numeração raspada. Ele teria apontado a arma para os policiais e foi orientado a se render. Contudo, negou-se. Segundo a PF, o revólver não foi apresentado porque vai passar por perícia.
Com relação à informação de que o porteiro indicou o apartamento errado, a assessoria da PF disse que as investigações da Operação Carga Pesada foram feitas com antecedência e os policiais sabiam exatamente para onde estavam indo. Eles foram atrás de dois homens que moram no apartamento 104. Apenas um foi localizado.