Que loucura. Veja nota da presidente do Sinjorba
Sinjorba , Salvador |
10/12/2014 às 10:34
O Sinjorba vem a público protestar contra a publicação de um edital
desta organização sindical no Jornal Correio da Bahia na página
“encontros pessoais” (prostituição) do caderno de classificados da
edição de 28.11.2014. A atitude configura uma prática antissindical e
desrespeito a uma entidade que tem 65 anos de fundação e atividade em
defesa da categoria dos jornalistas no estado da Bahia.
Ao longo deste período, diversas direções do Sinjorba enfrentaram
inúmeros períodos de exceção, nos quais o sindicato foi fechado, mantido
sob intervenção, mas nunca desrespeitado em sua condição de
representante dos jornalistas, posição autorizada e reconhecida pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, pelo Ministério Público do Trabalho,
mantendo atividades conjuntas e solidárias com OAB, ABI, Fórum "A Cidade
é Nossa" e os demais 30 sindicatos de jornalistas do país, com a
Federação Nacional dos Jornalistas, e entidades internacionais de
classe.
É lamentável que a direção da empresa Correio da Bahia mantenha em
cargos de decisão funcionários com postura inadequada para tratar de
assuntos tão sérios.
A direção do Sinjorba vem encontrando grande dificuldade para negociar
acordos coletivos com o Jornal Correio da Bahia nos últimos anos, desde
que os jornalistas da redação passaram a contestar o pagamento da sexta
hora contratual que, juntamente com a implantação do banco de horas,
pode significar jornadas de trabalho de mais de oito horas diárias.
Apesar de a empresa ter indicado um negociador profissional para
intermediar as conversações nos últimos três anos e ter respondido
sempre negativamente às tentativas do Sindicato de melhorar a
remuneração e condições de trabalho dos jornalistas da empresa, a
relação se mantinha ao menos, respeitosa.
Entretanto, o Sindicato foi surpreendido pelo atraso na publicação de um
edital de convocação para assembleia geral de jornalistas do Correio da
Bahia a fim de tratar da questão da sexta hora e sua possível
judicialização. O edital só seria publicado oito dias após ter sido
enviado à empresa, sob alegação de que o documento havia sido
encaminhado ao departamento jurídico para "análise", ainda que a prática
figure em cláusula de acordo coletivo há muitos anos.
Para surpresa e revolta da diretoria do Sinjorba, embora em diversas
outras páginas da edição tenham sido publicados outros editais, o
referido documento do Sindicato foi localizado, com dificuldade, no
canto inferior esquerdo da página 26 dos Classificados, abaixo de
anúncios de oferta de sexo.
Trata-se de absoluta falta de seriedade por parte da empresa e de seus
representantes que, ao colocar o edital na citada página, ensejando
interpretação comparativa dos profissionais jornalistas à prostitutos.
Com isso, naturalmente, comparam o local onde estes exercem suas
atividades a prostíbulos.
É preciso não esquecer que as pessoas passam, mas as entidades
permanecem e a direção do Sinjorba pretende continuar a manter a atitude
respeitosa diante dos representantes da classe patronal que sempre
caracterizou sua atuação.
O Sinjorba divulga este protesto à sociedade baiana, a seus pares e vai
buscar a reparação que tem direito por sua atuação séria e correta.
Marjorie da Silva Moura
Presidente do Sinjorba