Cultura

EMOÇÃO A FLOR DA PELE NA VISITA AO MUNCAB NO CENTRO DE SALVADOR (TF)

Até domingo, 12, a visita é gratuita mas precisa ser agendada pela internet
Tasso Franco , da reda��o em Salvador | 11/11/2023 às 19:05
Um excelente público neste sábado
Foto: BJÁ
   Visitar o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), no Centro Histórico de Salvador, é fazer uma viagem no tempo em que a capital baiana foi palco do cenário da escravidão no Brasil e verificar o quanto esse é tema é relevante para o entendimento da cultura nacional e da cidade da Bahia, a diáspora, e o que seguiu com o colonialismo e pós-colonialismo, a República e a contemporaneida, num painel contendo 370 obras de arte que contam essa e outras narrativas, nos dois pavimentos do antigo prédio do Tesouro.

  É um museu chocante sobretudo para as pessoas de descendência afro-baiana, emocionante, verdadeiro, e vimos na visita que fizemos hoje como muitas delas se emocionam e algumas chegam a chorar. O MUNCAB foi reinaugurado na última segunda-feira (6) depois de ficar três anos de portas fechadas devido à pandemia da Covid-19. A ação ocorre após a Prefeitura fechar parceria e concluir a primeira etapa de obras de revitalização do equipamento, que reabre com a premiada exposição “Um Defeito de Cor”.

“Vamos fazer aqui um complexo que vai levar o Muncab a ser o maior museu da cultura afro-brasileira das Américas, como tem que ser. Esse equipamento vai resgatar e valorizar a história do povo negro da nossa cidade, sendo mais um ponto de visitação para milhares de baianos e turistas, ajudando a gente a consolidar Salvador como principal destino turístico do Brasil”, destacou Bruno Reis.

A reinauguração do Muncab integra a programação do Novembro Salvador Capital Afro, iniciativa municipal para celebrar e valorizar a ancestralidade e cultura de matriz africana. “Esse local não apenas preserva nossa história, mas também educa as gerações futuras sobre a importância da cultura negra. Vamos, além de investir em obras, trabalhar para aquisição de acervos e para promoção deste espaço como destino”, completou o prefeito.

O Muncab funciona no prédio do antigo Tesouro do Estado da Bahia, sendo criado em 2009 como realização de um sonho coletivo do movimento negro. “Esse é espaço de reflexão, de reconexão, de preservação e valorização das artes e dos artistas negros. Esse museu pertence a toda a comunidade e a gente fica muito feliz de estar reabrindo as portas”, disse a diretora do local, Cintia Maria.

  Até domingo, 12, o acesso será gratuito e os ingressos podem ser retirados através do link (https://linkme.bio/muncab). Depois disso, a entrada será feita mediante pagamento de R$ 20 inteira e R$ 10 meia. O funcionamento é de terça a domingo, de 10h às 17h.

  São 370 obras de mais de 100 artistas do Brasil e do mundo, “Um Defeito de Cor” chega a Salvador após estreia no Museu de Arte do Rio. A exposição conta a história de Kehinde, uma africana escravizada que, após muitas adversidades, consegue sua liberdade e parte em busca do filho. O acervo conta com pinturas, esculturas, fotografias e material audiovisual e ficará à mostra até 3 de março de 2024.

“A sensação que eu tenho é que a história voltou para casa. A gente precisa parar de pensar que podemos abrir mão das nossas instituições, parar de pensar que a gente pode abrir mão de uma potência negra que se expressa e conta a sua história”, salientou a autora do livro homônimo que inspira a exposição, Ana Maria Gonçalves.

  Veja video sobre a visita ao MUNCAB no canal Youtube de Sêo Franco