Alzheimer, um mal que atinge milhões de idosos em todo o mundo e cresce a cada ano
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/08/2021 às 12:02
Filme "Meu Pai" com Anthony Hopkins e Olivia Colman
Foto: REP
No texto de hoje trato de um assunto bastante polêmico e atual: o controle da mente na velhice. Recentemente, o ator galês Anthony Hopkins venceu o Oscar de melhor ator no papel de um filme chamado “Meu Pai”. Hopkins tem 83 anos. Para você lembrar dele, é aquele peronagem do Hannibal que fez um grande sucesso nesse filme.
"Meu pai" trata exatamente da demência, mal de Alzheimer, da falta de controle que o homem tem sobretudo na velhice, da mente. É um filme forte, chocante e o Hopkins está extremamente lúcido, tem 83 anos, em plena lucidez, os diálogos do filme são dificílimos e faz uma interpretação primorosa. Tanto que ganhou o Oscar, destronando o favorito que era o ator Chadwick Boseman, do "Pantera Negra" e uma parte do filme dialoga com sua filha que é interpretada por Olivia Colman, e mostra a perda de memória que é uma coisa que acontece com milhões de pessoas no mundo todo.
Hoje o planeta tem 7,8 bilhões de pessoas e estima-se que entre 20% a 30% são de pessoas idosas. Ou seja, tem 2 bilhões de idosos no mundo, dependendo da avaliação de cada país. No Brasil estima-se que somos 30-40 milhões de idosos, país cuja idade considerada para ser idoso é acima de 65 anos (INSS, aposentadoria). Na Itália 75 anos e no Japão 80 anos de idade. Cada país tem uma metodologia porque a qualidade de vida está melhorando a cada ano no mundo, as pessoas estão vivendo mais.
A vida no Brasil hoje considerada média é de 73 anos de idade, para homens; 80 anos para as mulheres. Então as pessoas estão ficando mais velhas e sujeitas a falha de memória. Isso é natural. As células vão envelhecendo e não estimulam as células com as algumas das práticas e perdem a memória. E esse filme retrata muito bem isso.
As pessoas que hoje estão na idade média - 50 anos - devem se preocupar com a velhice porque quem já chegou lá, como eu, posso falar de cátedra e por experiência e dizer algumas coisas para vocês, para entenderem essa questão que é muito grave, que é muito forte e que ninguém escapará dela mais adiante, daí a importância de começar a se prevenir desde agora, desde já.
O diretor do filme - Florian Zeller - tenho impressão que colocou esse tema propositadamente para causar um impacto muito forte na sociedade mundial porque a Alzheimer não tem cura, não há um remédio, não há um fármaco. A medicina já evoluiu muito, a psicologia também já evoluiu muito mas a mente é uma coisa invisível. O microscópio mais poderoso do mundo não consegue visualizar a mente porque ela é etérea. Na medida que os cientistas vão estudando partes do cérebro - já bastante estudadas - poderá, no futuro, se conhecer um pouco mais os mecanismos da mente.
Quando os neurônios deixam de se comunicarem em determinada parte do cérebro começa a ter essa fase do esquecimento, da perda de memória, da Alzheimer, que é o que mostra no filme que milhões de pessoas no mundo todo estão sofrendo disso,uma coisa dramática para as famílias.
Vou dar com minha experiência, de um jovem que já passou dos 76 anos de idade, as cinco dicas da mão de Seramov - da mão espiritual - as cinco flechas douradas e certeiras. É uma ajuda, uma orientação.
A primeira delas: Ninguém consegue controlar a mente de forma plena, ainda mais na velhice. Mas você pode ajudar a mantê-lo ativada. Para isso organize um calendário semanal de atividades para o corpo e para a mente que poderá ajudar nessa tarefa. O ideal é consultar um profissional de saúde - médico, psicólogo, fisioterapeuta - para esse procedimento.
A segunda dica é exatamente na área física. Os exercícios. O corpo é um conjunto de células. Os neurônios são as células do cérebro - digamos assim - as mais inteligentes do corpo. Mas todo o corpo tem células diferenciadas uma das outras e essas células precisam estar sempre ativadas. Nada melhor do que você praticar pilates, RPG, andar, fazer cooper, natação... isso permanentemente. Tem pessoas que chegam a determinada idade e dizem “eu não vou mais fazer nada” e se entregam ao sofá ou a cama. Então você tem que participar essas atividades físicas ate quando seu corpo poder. Isso vai prolongar sua vida e vai ajudar seu cérebro a fica ligado.
A terceira dica é diversificar as atividades do intelecto. Ler é ótimo. Eu sou escritor - Leio e escrevo todos os dia - ou seja, misturo as duas coisas. Então você não pode sentar e ficar o dia todo assistindo televisão achando que é uma maravilha. Você tem que misturar e diversificar. Ir também ao teatro, ao cinema, ao shopping. Tem um espetáculo de dança, mas não gosto de dança. Não tem nada a ver. Vá lá conhecer. Conhecer o novo é importantíssimo. Então você tem que diversificar essas atividades. Andar na rua. Nada melhor do que você conhecer a população. Isso é uma atividade mista - intelectual e fisica - importante.
Quarta dica: conversar com os jovens é uma coisa maravilhosa. Quem tem netos, as pessoas da minha idade que têm muitos netos se lavam. Eu só tenho uma neta. Foi ela que me indicou um caminho para escrever no aplicativo de literatura do Canadá. Imagine, eu não sabia disso. Então ela me ensina muita coisa. Ela me ensina mais coisa do que eu e ela. Então conversar com jovens, conversar com netos, conversar com as pessoas mais novas é muito importante para as pessoas idosas.
E a quinta e última dica é a internet. A internet é fabulosa. É o novo. É um aprendizado. Eu acho que o meu primeiro Iphone comprei em 2009, e olha que eu sou jornalista e trabalho com essa atividade. Hoje também estou estudando psicologia e continuo estudando música. E uso muito os aplicativos e as coisas da internet, o zoom, o luminosity, o Google meet, garage, etc... mas eu acho que eu não conheço ainda 10 por cento das coisas que tem na internet. Então as pessoas - sobretudo as pessoas idosas - vamos participar da internet. Sem medo. É o novo. Isso é bom para ativar a mente, ativar os neurônios da mente.
É isso aí o que eu queria comentar com vocês. Se vocês puderem ver o filme "Meu Pai" assistam que é muito bom, fantástico, embora seja um filme duro, um filme diria até chocante. Mas é uma realidade, uma realidade que todos provavelmente iremos enfrentar adiante.
