Cultura

Solo Abiã ocupa a partir de 09 de agosto anexo do Museu de Arte BA

Performance é protagonizada pelo artista Diego Mavamba, que completa 15 anos de carreira
Théâtre Comunicação , Salvador | 30/07/2019 às 14:50
Abiã - projeto Djeli
Foto: Mayara Ferrão
É anunciada a chegada de mais um filho sagrado à terra. O Laboratório de Experimentação Estética, anexo do Museu de Arte da Bahia - Corredor da Vitória, será ocupado todas as sextas-feiras, às 19h, de 09 de agosto a 06 de setembro, pelo solo ABIÃ - NGÀBYÍ YÌÁN, O FETO SAGRADO, protagonizado por Diego Mavamba, que também assume a direção artística. Os ingressos já estão sendo vendidos no site SYMPLA.
A obra, que tem assistência de direção de GIlberto Reys, integra o projeto Djeli - estratégias de arte e magia - que abrange duas obras cênicas-rituais interligadas: a segunda é o ato performático Assentamento - e faz parte de uma pesquisa que busca reconstruir às histórias dos corpos negros. O solo é um espetáculo-oficina em que ocorre uma interação entre performer e espectador. Nele, se revela o sagrado presente nos corpos viventes da experiência cênica-ritual.
Abiã traz uma cruzamento do rito de Diego Mavamba e seus processos iniciáticos. A palavra Abiã é maior que um título que se recebe nas religiões de matriz africana, é o elo de ligação entre o ventre sagrado de Yiá Òrí e a Ancestralidade. De acordo com o Babalorixá  Oríoxê, quando a palavra Abiã - junção de Ngàbyí = abençoado/iluminado e Yìán = o escolhido - era pronunciada pelos Nùpés todos faziam reverência, pois era anunciada a chegada de mais um filho sagrado à Terra.
Ao trazer o Sol como símbolo-guia da obra, Abiã traz uma relação entre arte e xamanismo, como as antigas artes africanas e dos povos originários do Brasil. “O solo é uma epopeia diaspórica na busca de fragmentar a ideia de arte x ciência x espiritualidade e traz os dispositivos primitivos da contação de histórias dos Djeli/Griô e da Dança”, explica Diego Mavamba.
O multiartista, que debuta em 2019, traz ao solo as reverberações poéticas que compõem sua trajetória de performer, tais como, os alárìnjó - artistas que cantam e dançam enquanto caminham (QUASEILHAS - Plataforma ÀRÀKÁ) - e as quimbandas - entidades negras andróginas da recente história medieval da Bahia (AFRONTE - AKULOBEE - Thiago Romero).
Os espetáculos do projeto Djeli - estratégias de arte e magia celebram o orí, afim de espantar as mazelas que atormentam a sanidade negra e a música conduz e se deixa ser conduzida pelos corpos em performance. "A musicalidade assume um lugar de atmosfera narrativa, transmitindo e potencializando as mensagens trazidas à cena. É uma música que acompanha os processos de transmutação do solo Abiã", finaliza o diretor musical Filipe Mimoso - do estúdio criativo GANA

 

SERVIÇO

O Quê? ABIÃ - NGÀBYÍ YÌÁN, O FETO SAGRADO

Quando: 09, 16, 23, 30 de agosto, e 06 de setembro, às 19h

Onde: Laboratório de Experimentação Estética do Museu de Arte da Bahia - Av. Sete de Setembro, 2340 - Corredor da Vitória

Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia) - ingressos antecipados no https://www.sympla.com.br/djeli-abian---09082019__587657