Cultura

A moral e o não pecado de Magdala dia 10 de dezembro

O II FESTAC tem o apoio financeiro do Calendário das Artes 2017
Théâtre Comunicação , Salvador | 30/11/2017 às 18:06
Magdala
Foto: Jéssica Lemos

 

Serviço

quê: Magdala

Quando: 10 de dezembro, às 17h

Onde: Teatro Martim Gonçalves (Foyer)

Entrada: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)          


No prologo d’A GENEALOGIA DA MORAL, Friedrich Nietzsche questiona: Seria a moral o maior de todos os perigos?. Cotidianamente, é corriqueiro carregarmos conosco noções sobre “certo” e “errado”, “bom” e “mau”, “vício e virtude” e outros tipos de valores que refletem diretamente em nosso comportamento. Binômios estes que formulam os preceitos morais.

        É a partir da leitura deste livro que surge a performance Magdala, do artista-performer Matheus Menezes, estudante da Escola de Teatro da UFBA (ETUFBA), a ser apresentada no dia 10 de dezembro, no foyer do Teatro Martim Gonçalves. “Nietzsche descontrói o que temos como moral. A moral é burguesa, é branca e é cristã. O que temos como pecado, erro e crime dentro da lógica tradicional universal, pode ser (e é) apenas métodos de manutenção de poder e extermínio da margem”, ajuíza Menezes.

A partir do processo de pesquisa, aparece a figura de Madalena, uma prostituta bíblica, quase apedrejada por Fariseus – “falsos moralistas”. Ela, nascida em Magdala. Substantivo próprio que dá o nome ao espetáculo que consiste em um performer sentado bebendo até estar no limite do lúcido e não lúcido à espera de uma companhia.

O público (um por vez) é convidado a sentar-se em frente ao performer tendo três opções: 1- Atirar uma pedra no performer; 2- Narrar um pecado, um erro, ou um segredo mais oculto; e 3- Fazer as duas opções de cima. Ao resolver contar um pecado ou um erro, inicia-se um diálogo olho a olho, um desabafo, uma troca de afeto, uma troca de experiências de vida e um desejo de retirar o peso da narrativa contada.

Menezes pondera: “Nada é pecado. NADA”. O performer lava as mãos do público com alfazema e uma conexão carinhosa e de perdão é estabelecida, enquanto ele escolhe a sua penitência audível. “A primeira pedra é a que sangra mais. Magdala revela-se em dilema dilacerador: Ou atira-se pedras (aquele que vê sangue) ou recebe pedradas (aquele que sangra)”, explica.

Para falar sobre como a ETUFBA e a universidade estão contribuindo para a sua formação e produção artística, Matheus Menezes irá bater um papo descontraído no dia 12 de dezembro, às 15h, no foyer do Martim Gonçalves. O bate-papo será também um espaço para reflexão sobre o Magdala e o processo criativo.

FESTAC

Festival Estudantil de Artes Cênicas - FESTAC chega ao seu segundo ano querendo discutir como é criar, produzir e gerir montagens cênicas dentro das escolas secundaristas e universidades de Artes Cênicas baianasEm 2017, o festival realizado numa parceria entre os coletivos teatrais COATO e COOXIA, e a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (ETUFBA) ocorre entre os dias 08 e 17 de dezembro, em vários espaços culturais da cidade e ocupando ruas do centro soteropolitano.

Ao todo, serão apresentados 12 espetáculos da capital e do interior do Estado (Feira de Santana, Ilhéus, Jequié e Santo Antônio de Jesus); Mesa de Debate: Gerir Resistência, sobre sustentabilidade e manutenção de festivais universitários; e um Workshop de Crítica Cultural com profissionais da Revista Barril.

O II FESTAC tem o apoio financeiro do Calendário das Artes 2017, edital da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), Governo do Estado da Bahia; e do Programa de Extensão Universitária, da Universidade Federal da Bahia (PROEXT/Ufba).

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