Na primeira reunião do Conselho Estadual de Cultura, o secretário de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, defendeu a necessidade de reformulação do Conselho, afirmando que esta será uma das principais tarefas do novo grupo, lembrando que a mudança na estrutura do Conselho, pelo seu regulamento, só pode ser feita pelo próprio Conselho e com aprovação da Assembléia Legislativa.
O Conselho de Cultura foi empossado pelo Governador Jaques Wagner na abertura da II Conferência Estadual de Cultura (25 de outubro), após aprovação pela Assembléia Legislativa (17 de outubro). Os representantes fazem parte da sociedade civil e atuam em diversas áreas como cultura indígena, culturas populares, políticas culturais, literatura, teatro, artes visuais, música, audiovisual, dança, arquitetura, cultura negra, cultura digital, entre outras.
Segundo o secretário Márcio Meireles, apesar da escolha dos novos conselheiros ter sido feita a partir de uma escuta pública a mais de 30 instituições (incluindo universidades, sindicatos, associações profissionais e instituições de notório saber), é preciso alterar a forma de indicação de seus membros, transferindo-a para a sociedade civil.
"Espero que essa equipe possa dialogar com a Secretaria de Cultura, representando os diversos segmentos da sociedade, para uma mudança efetiva na escolha e reformulação do Conselho", disse, propondo que o grupo mantenha reuniões semanais regulares.
O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Paulo Costa Lima, que compõe o Conselho, lembrou a forma que as novas idéias podem ter e a necessidade de se buscar uma nova ética, de construir com esses ideais. "Também precisamos descobrir formas de empoderar a comunidade", completou.
Para o estudioso da cultura sertaneja, Washington Queiroz, a Secretaria de Cultura traz a esperança de saldar um débito histórico: a de alcançar todas as linguagens e territórios do Estado. "Temos a esperança de ver uma Bahia bem mais rica e mais plural possível", afirmou.
Representação
do interior
Pela primeira vez o Conselho Estadual de Cultura conta com representação do interior, com 20% de sua formação de pessoas que residem ou trabalham no interior do Estado. Além disso, outros membros têm seus trabalhos prioritariamente direcionados para questões da cultura interiorana em suas diversas formas, desde as manifestações das culturas indígena, sertaneja e tradicional, até questões referentes a patrimônio material e arqueológico.
Cabe ainda ressaltar que todos os nomes indicados à formação do Conselho desenvolvem trabalhos no campo cultural cuja importância ultrapassa questões territoriais.
Participação da
Universidade
Vale destacar também a participação de representantes das diversas universidades na formação do Conselho, o que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia considera natural, já que a Universidade sempre teve papel fundamental no desenvolvimento e consolidação do campo cultural em nosso Estado. Dessa vez não só com a participação de representantes das escolas de Belas Artes, Música, Teatro, Dança e Arquitetura, mas também da significativa produção e pesquisa nas áreas de Letras, História, Sociologia, Antropologia, Museologia, Biblioteconomia, entre outras afins às questões culturais, e mais recentemente graduação e pós-graduações específicas nas áreas de Produção Cultural, Política Cultural, Cultura e Identidade, etc.
Os conselheiros indicados que são relacionados diretamente a universidades, têm em sua totalidade produções de caráter inquestionável na sociedade e são considerados referências no Estado e no País em suas áreas de atuação. Além disso, não representam um monobloco. Ao contrário: a universidade em si já representa uma diversidade de talentos e opiniões, o que ajuda na reflexão contínua de caminhos novos para a condução da política cultural no Estado.
Atuação do
Conselho
Um das principais funções do Conselho Estadual de Cultura, além de mudar a estrutura do próprio Conselho, é contribuir para o desenvolvimento da política estadual de cultura. Entre as competências também estão a de propor medidas para estímulo, valorização da cultura e proteção dos bens culturais baianos, além de opinar sobre tombamento e restauração de imóveis, entre outros temas.
O grupo atua através de quatro Câmaras: de Articulação e Integração; de Políticas Sócio-Culturais; de Produção Cultural Contemporânea e de Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Paisagístico.
QUEM SÃO OS CONSELHEIROS
CÂMARA DE PRODUÇÃO CULTURAL CONTEMPORÂNEA
José Carlos Capinan (Titular, Literatura)
Luiz Marfuz (Titular,Teatro)
Matilde Matos (Titular, Artes Visuais)
Paulo Costa Lima (Titular, Música)
Roberto Duarte (Titular, Audiovisual)
Cleise Mendes (Suplente, Teatro)
Elísio Pita (suplente, Dança)
CÂMARA PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO E NATURAL
Antônio Guerreiro (Titular, História/Arquivos)
Ana Fernandes (Titular, Arquitetura/Urbanismo/Patrimônio)
Lydia Hortélio (Titular,Cultura Popular/Cultura da Infância/Música)
Pasqualino Magnavita (Titular, Patrimônio/Arquitetura/Urbanismo)
Makota Valdina (Titular/ Cultura Negra)
Paulo Ormindo (Suplente, Patrimônio/Arquitetura)
Vilson Caetano (Suplente, Patrimônio)
CÂMARA DE ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO
Antônio Risério (Titular, História/Antropologia)
Araken Vaz Galvão (Tituçar, Literatura/História)
Dom Gregório Paixão (Titular, Cultura Clássica)
Nádia Acauã (Titular, Culturas Indígenas)
Nelson Pretto (Titular, Cultura Digital/Educação)
Fátima Fróes (Suplente, Audiovisual e Organizações Sociais)
Paulo Miguez (Suplente, Economia da Cultura/ Políticas Culturais)
Romualdo Lisboa 9Suplente/Teatro)
CÂMARA DE POLÍTICA SÓCIO-CULTURAL
Ana Célia da Silva (Titular, Educação/Cultura Negra)
Albino Rubim (Titular, Comunicação e Cultura/Políticas Culturais)
Emiliano José (Titular, Cultura e Comunicação)
Renato da Silveira (Titular, Antropologia/Artes Visuais)
Geraldo Machado (Suplente, Cultura e Gestão Pública/Organizações Sociais)
Lia Robatto (Suplente, Dança/Organizações Sociais)
Washington Queiroz (Suplente, Antropologia/Cultura Sertaneja)