Cultura

CONFERÊNCIA DE CULTURA APOIA POLÍTICA DE DESCENTRALIZAÇÃO DO GOVERNO

Entre pajés e feirantes a nova política de descentralização cultural do Estado
| 28/10/2007 às 10:02
Cacique Kiriri espanta maus fluidos ao lado do sec Meireles (Foto/Secult/Raimundo Silva)
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Participantes da II Conferência Estadual de Cultura aprovam moção de apoio à política de descentralização da cultura. "A Bahia não é singular, é por definição um Estado plural nas suas manifestações culturais. A política mais acertada do Governo Jaques Wagner é a descentralização da cultura, garantindo o equilíbrio dos recursos para todos. Nós que sempre fomos excluídos, agora temos os mesmos direitos, como participar da seleção de projetos e editais", afirmou o produtor cultural de Paulo Afonso, Dimas Roque, que leu o documento na plenária da Conferência (dia 27), sendo ovacionado por mais de 1 mil pessoas presentes no auditório da Universidade Estadual de Feira de Santana.
 

   Aprovaram o documento os 973 delegados representando os diversos territórios do Estado, além de 700 artistas, representantes das comunidades quilombolas, de 12 etnias indígenas e de movimentos sociais ligados à terra. Segundo Dimas Roque, o documento será encaminhado ao Governador Jaques Wagner e à Assembléia Legislativa do Estado, além de outras representações políticas e sociais da Bahia.


  Salvador também se fez presente. "Nós da capital também estamos apoiando a política de descentralização, necessária para dinamizar a produção cultural baiana", afirmou Joel Anunciação, presidente do Sindicato de Feirantes da Cidade de Salvador, que leu uma segunda moção de apoio, também aprovada em plenária.


  Também manifestaram apoio à política da Secretaria de Cultura os representantes de comunidades quilombolas e de etnias indígenas. "Estamos apoiando o Secretário Márcio Meirelles porque queremos mostrar ao povo dessa terra o que ninguém conhece: a cultura que meu povo carrega há milhares de anos aqui na Bahia, que é diferente de outras etnias do Brasil", disse Paulo Titia, da etnia Pataxó hã hã hãe, que acendeu seu cachimbo na plenária "para defender quem está nos apoiando e espero nos ajude a demarcar nossas terras".


  "Finalmente temos voz e podemos decidir o rumo da cultura. Lá no quilombo temos muita cultura que vocês precisam conhecer e temos que preservar para nossos filhos, nossos netos, pois é só alegria que alimenta a vida", disse Maria das Dores de Jesus Correia, rezadeira do Quilombo Boqueirão.