A primeira dama Fátima Mendonça foi capa da Revista Metrópole
Fátima Mendonça sobre adesistas: "É uma falta de vergonha danada". AL pegou fogo. (Foto:BJ)
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Causou o maior rebuliço na Assembléia Legislativa na sessão desta terça-feira, 28, quatro trechos da entrevista dada pela primeira dama do Estado, Fátima Mendonça, a uma equipe da Revista Metrópole, quando classificou como "falta de vergonha danada" a adesão de segmentos ao governo Wagner, criticou a área de cultura e afirmou que é preciso "pegar o Norte do governo e transformar num discurso".
A entrevista dada aos radialistas Mário Kértész e Rita Batista, e ao antropólogo e escritor Antonio Risério, caiu como sopa no mel na bancada da oposição que, a classificou, entre coisas coisas, como reveladora da postura do governo "sem Norte" - segundo o deputado João Bacelar (PTN); "sem diretriz" como atestou o deputado líder da minoria, Gildásio Penedo (DEM); "sem filosofia", como disse o líder do Democratas, Heraldo Rocha.
Para o líder do governo, deputado Waldenor Pereira (PT) a entrevista da primeira dama revela o lado "descontraído de uma personalidade alegre", embora, em relação as lideranças políticas que queiram se aproximar do governo, aderir ao governo, "estamos abertos desde que as pessoas aceitem nossos princípios, de democracia e transparência".
Segundo Waldenor deve-se respeitar a opinião da primeira dama, mas, no mundo da política é diferente, "e somos um governo de coalizão com nove partidos". Ademais, disse o deputado, sem contestar as observações da primeira dama sobre o Norte (não é para dar o Norte ao governo. É para pegar o Norte do governo e transformar num discurso que seja entendido pela população, segundo Fátima) que o "governo Wagner tem rumo, tem objetivo e realizará uma grande administração".
ADESISMO
Circularam rumos nos corredores da AL dando conta de que os adsistas iriam "dar o troco" às declarações da primeira dama, em plenário, mas, eles pouco se manifestaram no púlpito. O deputado Artur Maia (PMDB) preferiu abordar o tema da reforma partidária e das eleições, em 2008; a deputada Maria Luiza (sem partido, preferiu o silêncio costumeiro); o deputado Paulo Câmara, nada falou; Adolfo Meneses (PTB) seguiu outro caminho.
Em seu pronunciamento, o líder do Dem, Heraldo Rocha, destacou que a entrevista da primeira dama representa uma visão de governo, na medida em que não falaria trechos dessa natureza sem dar conhecimento ao governador. Segundo Rocha, ao contrário do que diz a primeira dama existe oposição, sim, na AL, agora, quem foi "pra lá agachado é quem teria que responder".
De acordo com as declarações de Fátima à Metrópole, "é preciso perceber que não tem oposição. É uma revoada, todo mundo querendo vir pro lado de cá. É uma falta de vergonha danada".
Para o deputado Paulo Azi (DEM) a primeira dama está equivocada, pois, "a oposição não está acabando. O que acontece nesta casa é que o governo não tem Norte, não tem projeto, ninguém sabe o que significa o governo Wagner, daí que a bancada da maioria sequer sabe como se posicionar" - destacou.
O deputado Paulo Rangel (PT) disse, também, que a fala da primeira dama não representa o pensamento do seu partido. "é possível que o conteúdo abordado pela imprensa (leia-se Metrópole) não seja aquilo que ela esteja abordando". Ou seja, sobrou para a imprensa.
Em seguida, Rangel destacou que, quem desejar vir para o governo, pode se integrar ao campo aliado, desde que seja com "princípios para contribuir com um novo Estado" - finalizou.