Cultura

EXPO 100 ANOS DA OBRA DE OSCAR NIEMEYER, MAS É EM BELO HORIZONTE

A Expo de BH começa hoje e vai até setembro.
| 02/08/2007 às 17:45
   Para comemorar os cem anos do arquiteto que colocou o Brasil na pauta da criação mundial, nada mais significativo que inaugurar uma exposição na cidade onde surgiu a obra seminal da nova e marcante etapa da arquitetura moderna: o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte.

   A exposição "Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão" vai ocupar o Palácio das Artes e o Museu de Arte da Pampulha, na capital mineira, e estará aberta ao público, respectivamente, de 2 de agosto a 16 de setembro e de 3 de agosto a 23 de setembro de 2007.

    Projetado por Oscar Niemeyer, aos 33 anos de idade, a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek, Pampulha, ao contrário do racionalismo que se impunha, proclama com suas curvas sinuosas uma nova poética moderna. O projeto, até hoje um marco para Minas Gerais e para o país, reafirma a força
da arquitetura enquanto símbolo nacional, valor tão caro ao arquiteto.

    A exposição itinerante é organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, e é realizada em Belo Horizonte graças aos governos do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e da Prefeitura de Belo Horizonte, pela Fundação Municipal de Cultura. A mostra conta com, além do curador, o empenho do próprio arquiteto e com a coordenação de Ricardo Ohtake e Kadu Niemeyer.

   PAMPULHA

   No Museu de Arte da Pampulha, concentram-se os aspectos poéticos da obra de Oscar Niemeyer, os fragmentos mais representativos de sua produção arquitetônica, expandidos em formato tridimensional. Nestas maquetes em grande escala destacam-se as curvas do MAC-Niterói, do Edifício Copan, as colunas do Museu de Arte da Pampulha, do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, entre outros recortes. Completa o módulo, o diálogo dessa produção com os de artistas plásticos brasileiros, como Bruno Giorgi, Alfredo
Ceschiatti, Portinari, Athos Bulcão, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, José Pedrosa, entre outros.

Já no Palácio das Artes, a mostra ganha tom mais documental e histórico. Por meio de textos, fotografias, desenhos, maquetes e ampliações fotográficas, estão reunidas as principais fases da arquitetura de Niemeyer. Na primeira, Pampulha: o Berço da Arquitetura Moderna Brasileira (1940 a 1943) está o início do trabalho de Oscar Niemeyer que sublinha também o início de uma identidade brasileira. A segunda fase: Forma Livre e Organicidade (1943 -1953), marcada pela combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado (Ibirapuera, Casa das Canoas).

Por sua vez, no terceiro segmento, Brasília Modernidade, Magia e Eternidade (1953 - 1965) evidencia-se, conforme afirma o curador, "o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente" (Eixo Monumental de Brasília). Em Vivendo os Anos de Chumbo no Exterior e a Caminho de uma Arquitetura Social (1965-1989), a quarta fase revela-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília, quando se intensifica em sua obra a finalidade política, social e pública, além do
apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da antiguidade (sede do Partido Comunista em Paris, A Mesquita e a Universidade de Constantine em Argel).

Finalizando este módulo, O Museu Pessoal e o Museu do Homem (1989 até hoje) demonstra a fase do pleno domínio de seu próprio vocabulário nos inúmeros projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente projeto para o Centro Administrativo de Minas Gerais (Memorial da América Latina, em São Paulo, Mac-Niterói, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Teatro do Ibirapuera em São Paulo, Museu Nacional do Conjunto Cultural da República em Brasília).