Cultura

SALVADOR COMEMORA 2 DE JULHO COM PROTESTOS DOS PROFESSORES NAS RUAS

O desfila sairá da Lapinha a partir das 9 horas
| 01/07/2007 às 19:57
Operários trabalhavam nesta tarde de domingo, 1, na decoração da fachada da Câmara (Foto:BJ)
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  Salvador comemora neste 2 de Julho, 184 anos da Independência da Bahia. 

  É a data cívica mais importante e comemorada na cidade, mais até que o 7 de Setembro, sobretudo porque envolve o sentimento nativista, os caboclos, os heróis, as lutas e uma série de outros ícones históricos baianos.

   Trata-se de um movimento que tem sido pouco analisado fora do âmbito das paixões e desse sentimento de grandeza da baianada.

   Sem dúvida, a data e as lutas que antecederam o 2 de Julho são importantes para a História da Bahia, porém os historiadores nacionais dos períodos do Império e da República nunca deram relevância a elas.

   Entendem que o Império fora consolidado com o grito do Ipiranga e a ascensão de D. Pedro I, em 1822, e as lutas que aconteceram nas Províncias/Estados - Bahia, Pará, Maranhão, etc - se revestiram de caráter regionais e não abalariam o novo Império, ou sequer mexeram com a estrutura do poder central alicerçada na tríplice aliança dos três territórios fortes Rio (sede do poder central)/São Paulo/Minas Gerais.

   FESTA POLÍTICA

   O 2 de Julho já serviu para manifestações de toda natureza, até carnavalesca, em determinado período da Velha República.

   Seu caráter de civismo, de amor a Pátria e a Bahia são sempre exaltados e reverenciados em todo percurso. 

   Esta data, no entanto, tem se caracterizado ao longo dos anos como um evento de forte conotação política, sobretudo em ano eleitoral, o que não é o caso de 2007. 

   Vale destacar, também, que as manifestações políticas ocorrem na primeira parte do percurso da festa, no desfile entre o Largo da Lapinha e o Terreiro de Jesus. À tarde, o movimento é mais cívico/estudantil, entre a Praça Municipal e o Campo Grande, embora, sempre com as participações das autoridades governamentais.

   O Te Deum que até o governo Antonio Imbassahy (segundo governo) era realizado no mesmo dia da caminhada foi antecipado por um dia, exatamente para evitar que os conflitos de natureza política chegassem até o interior da Catedral. O Te Deum passou a ser oficiado dia 1º de julho, quebrando a tradição.

   EM 2007

   Mais uma vez o 2 de Julho servirá de cenário político e alguns protestos estão sendo organizados ações contra os governos federal, estadual e municipal. Natural, pois; que assim aconteçam. Hay goberno, como se dice en español, soy contra.

   Deverão estar presentes ao evento, o governador do Estado, Jaques Wagner; o prefeito de Salvador, João Henrique; as autoridades militares; os secretários de Estado e do Município; o presidente da Câmara de Vereadores, Valdenor Cardoso, e demais vereadores; a presidenta do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professora Consuelo Pondé, deputados federais, estaduais e outros.

   Os representantes dos partidos políticos deverão acompanhar o desfile após o pelotão das autoridades, como tradicionalmente acontece.

   Wagner deverá enfrentar protestos dos professores em greve; João Henrique protestos de terceirizados que não estão recebendo salários; e Lula da turma de oposião comandada pela ex-senadora Heloisa Helena e sua tropa de choque do PSOL. Obvio, também, que terão suas claques para aplausos.