Cultura

JÁ VI JÁ VOLTEI, UM OLHAR DO MUNDO PELAS LENTES DE ARLETE SOARES

O Centro Cultural dos Correios fica no Pelourinho
| 13/06/2007 às 10:27
Menina indiana fotografada por Arlete numa de suas viagens (F/AS)
Foto:
   A fotógrafa Arlete Soares já percorreu os quatro cantos do mundo.

   Mas só agora ela resolveu abrir o seu baú de viagens e mostrar ao público um pouco de sua obra fotográfica na exposição Já vi já voltei, no período de 21 de junho a 05 de agosto, Centro Cultural dos Correios, na Praça Anchieta, 20, Pelourinho, em Salvador.

    A exposição tem curadoria e direção de arte: Roberto de Souza, designer gráfico: Fabrício Branco, coordenação e criação de projeto: Rina Angulo, produção: Anderson Rosemberg, Realização: Editora Corrupio.  A mostra tem o patrocínio dos Correios.



   A mostra vai reunir 145 fotografias, em cores e preto e branco, distribuídas por cinco salas com temas: Bahia, Retrato, Viagens, Viagem à Índia e A fé.

   
Sob o olhar de Arlete, a Bahia surge em luzes , sombras e  paisagens. Já em Retratos, a fotógrafa selecionou imagens de anônimos e famosos, entre eles Mick Jagger, Borges, Isabel Allende, Maurice, Quincy Jones, Béjart, Peter Tosh, Caetano Veloso, Bethânia, Jorge Amado e Dorival Caymmi, entre outros. Em Viagens, o roteiro passa pela África (Senegal, Benin, Nigéria), Ásia (China e Tibet); América Latina, Israel e Europa.

   A Viagem à Índia, registrada no livro Caminhos da Índia, tem imagens do Paquistão, Afeganistão, Índia e Nepal. E no tema A fé, Arlete revela a religiosidade no Cristianismo, nas religiões orientais: Budismo, Hinduísmo; no Judaísmo, Islamismo e Candomblé.


    ACERVO
 
   Parte do acervo será apresentado com legendas saídas dos livros de fotografias da autora. Os textos que acompanham as imagens na exposição são da escritora Cida Nóbrega. O projeto cênico se divide nos dois andares do Centro Cultural dos Correios em Salvador, marcando ambientação e temas distintos não apenas com fotografias, mas também com imagens de vídeos, trilha sonora e vários objetos adquiridos durante as viagens, como máscaras africanas, mandalas do Nepal, bolsas de Caxemira, bonecos e tecidos.


  Centenas de crianças, alunos de escolas públicas, devem visitar a mostra. Foi pensando neles que a exposição vai ganhar uma experiência sensorial, promovendo uma maior interação entre obra e expectador. Um painel de acrílico narra uma viagem de Arlete Soares, que passou dois anos percorrendo o Oriente.

  Ainda no cenário lúdico, mapas com a rota da viagem, painéis com trechos de histórias e comentários. Durante as visitas, as crianças vão manusear câmeras digitais, cedidas pela produção, para registrarem sensações e vistas que se descortinam das janelas da exposição. Estas fotos poderão ser conferidas em seguida nos monitores e algumas serão inseridas em um painel especial.

   A fotógrafa 


   Arlete Soares, baiana de 67 anos, é empresária e fotógrafa. Criou e dirige a Editora Corrupio desde 1979.

   É como fotógrafa, atividade que iniciou no começo dos anos 70, que realiza sua maior paixão - as viagens. Conhecer novas paisagens, culturas e a vida que nelas pulsa. Seu olhar é sensível à sedução das pessoas - um dos temas prediletos, e talvez o mais significativo de sua obra fotográfica, são os retratos.


   Tem trabalhos publicados em revistas de cultura e turismo e em vários livros de que é autora como fotógrafa. Seu arquivo inclui fotos em cores e em preto e branco; os temas são os mais variados, sempre enfocados na paisagem humana dos lugares onde morou e visitou: a Bahia, principalmente, mas, fora dela, países da América Latina (El Salvador, Guatemala, México), Europa (principalmente a França, onde estudou e residiu), Ásia (Índia, China, Tibet), África, Israel, Estados Unidos.

   Há também temas interessantes em seu acervo que merecem destaque como a religiosidade dos povos; eventos políticos, como as primeiras greves do ABC paulista, a ascensão do sindicalista Lula e os comícios das Diretas Já; a invasão do Afeganistão em 1978; e uma entrevista realizada com guerrilheiros de El Salvador em fins de 1979, entre outros.