O prefeito de Camaçari, Luís Caetano, depois de sofrer prisão e humilhação por parte da Polícia Federal durante a Operação Navalha, o que considera uma situação "inaceitável, absurda" está tentando limpar a sua imagem junto à opinião pública.

Para tanto, tem ocupado espaços na mídia impressa de Salvador, visitado jornais e emissoras de televisão, dado entrevistas em programas populares de rádio e TV, numa postura de indignação, o que é legítimo, perfeitamente concebível.

Utiliza-se, nessa sua nova caminhada, um comercial da Cidade do Saber tendo como garota propaganda a cantora Margarethe Menezes, produzido antes da sua prisão, mas, oportuno como peça de reforço de marketing.

Caetano só erra no excessivo tom da indignação, pelo menos no programa Balanço Geral, TV Itapoan, na última terça-feira, 6, passou esse sentimento, na medida, também, em que põe o assunto no âmbito político ao referir-se a contratos da Gautama na gestão anterior.

Ora, o objeto da investigação sobre Caetano e seus assessores, alguns dos quais já afastados da administração, inclusive o seu secretário de Infra-Estrutura, se referem a prováveis intermediações com verbas do Ministério das Cidades, numa nova perspectiva de negócios com a Gautama.

Ademais, não deve opinar sobre a valoração de uma matéria posta em A Tarde, caso das declarações de Jorge Hage, ministro da CGU, que o teria inocentado e o jornal deu pouco destaque ao assunto.

De toda sorte, o prefeito está certíssimo quando se apresenta aos meios de comunicação, para limpar o seu filme.

Deve ter apenas essas cautelas, ser mais sereno, mais convincente, e tocar a sua administração em Camaçari, município onde ainda (se supõe) mantém grande prestígio político.

No mais, só o tempo dirá se Caetano, de fato, isso acontecerá.

Como liderança do PT no âmbito estadual aí são outros quinhentos e Caetano vai precisar, além de tempo, um reforço de marketing e de postura bem mais estudados.