Um novo olhar sobre e sob a Baía de Todos os Santos
Nesta terça, 11h, na UFBA, instalação de projeto para explorar fundo da baía (F:G)
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Até hoje, passados quase 500 anos, existem dúvidas se a embarcação que naufragou nas imediações do banco de areia de Santo Antonio, no mar em frente ao atual bairro do Rio Vermelho, direção da Mariquita, e que restou como sobrevivente Diogo Álvares, o Caramuru, era uma embarcação francesa, espanhola ou portuguesa.
Alvorescer do século XVI. Que equipamentos traziam os marujos nessa nau? Astrolábios, réguas, moedas de prata, peças de artilharia, louças? Objetos tão preciosos e ainda desconhecidos que podem ajudar a reescrever a História da Bahia, a História do Brasil.
Estima-se, segundo o historiador e pesquisador arqueólgo do mar, José Góis, que existem cerca de 150 a 160 embarcações no fundo do mar da Baía de Todos os Santos e cercanias, na entrada da barra da Baía, pela Costa Atlântica do Rio Vermelho, Amaralina, Ondina, ou do outro (na contra-costa) pela Ponta do Garcez, vindo das antigas Capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo.
Parte desses segregos estão prestes a serem desvendados, mais adiante, mas com o pontapé dado a partir desta terça-feira, 29, quando a UFBA, UNICAMP, Governo do Estado, Prefeitura de Itaparica e outras entidades que se agregarão ao projeto de instalação do Núcleo Avançado em Arqueologia e Etnografia do Mar (NAPAS), 11h, na Reitoria da UFBA.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
Significa, segundo o diretor do Museu de Arqueologia da UFBA, um olhar mais atencioso sobre a Baía de Todos os Santos. E, para dar substância a esse olhar, encontra-se em Salvador, o professor Gilson Rambelli, diretor do CEANS, o Centro de Estudos de Arqueologia Náutica e Subaquática da Unicamp, fundado em 200, e que vem trabalhando na conscientização, gestão, proteção e preservação do patrimônio cultural náutico e subaquático brasileiro e internacional.
BAÍA AINDA INEXPLORADA
O fundo do mar da Baía de Todos os Santos ainda está praticamente inexplorado. Identificados até agora poucos sítios arqueológicos, com destaque para o Galeão Sacramento. O fascíno é grande e muita coisa ainda poderá ser desvendada. O maior segredo, sem dúvida, paira sobre o lendário (mas, real) Diogo Álvares, o Caramuru, responsável pela inicial miscigenação do povo brasileiro. Segredo ainda intocado no fundo do mar.