Jogo na Arena Fonte Nova com estádio lotado de torcedores do Bahia terminou 1'x1 mas o Vitória havia ganho a primeira partida no Barradao por 3x2
Com um atleta a mais em campo desde a metade do primeiro tempo, o Vitória precisou apenas do empate (1 x 1) para conquistar o título, ficar com a Taça de Campeão Baiano 2024. Merecido, não tanto pela partida final feita, mas pelo conjunto da obra. O título foi ganho no Barradão, aquele gol no além dos acréscimos nos 3 x 2 da semana passada, aproveitando bem o ‘mole’ do adversário. O título é merecido pela raça, vontade, aplicação da equipe rubro-negra, muito bem treinada por Leo Condé – sabe aproveitar com objetividade as bolas paradas e os contragolpes em velocidade, tem jogadas bem ensaiadas e estratégias de jogo em cima das brechas adversárias. Parabéns.
O jogo em si teve vários momentos. O Leão abriu o placar (num lance de escanteio, rebote do goleirão e os dois sagueiros do Leão soltos, livres em cima da linha da pequena área, para finalizar. Nunca se vai saber se estavam em impedimento porque o VAR não mostrou, a moçada tricolor chiou.
O Bahia, com mais posse de bola, respondeu logo com um golaço de Everton Ribeiro. Daí... o Osvaldo entrou em velocidade com Rezende colado nele e caiu, na entrada da área, o árbitro nada deu, mas o VAR chamou e ... ele voltou atrás, deu falta e expulsou o atleta do Bahia.
Daí em diante, outro jogo, já mascado, desigual. Na segunda etapa, o Bahia foi pra cima, tinha de se abrir, o Vitória teve chances de ampliar, desperdiçou. Catimbou, travou, ganhou tempo, mostrando maturidade, e garantiu o empate que lhe deu o título.
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“Futebol é um teatro, uma catarse de sentimentos humanos, uma mistura de alegrias, tristezas, êxtases e tragédias”
(Tostão, ex-jogador extraordinário, ótimo cronista)
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Na Fonte Nova
Domingo de outono que amanheceu chuvoso. Tarde instável, nuvens pesadas nos céus de Salvador. Bola mais rápida, gramado bom mas escorregadio, torcida tricolor, única, lotando as arquibancadas (mais de 48 mil presentes), clima de tensão, decisão.
- O Leão com a vantagem de jogar pelo empate para conquistar o título (o 29º) por contra do triunfo (3 x 2) no Barradão. O Tricolor em busca de mais um bi, o 51º título baiano da história.
- O Bahia com seu uniforme tricolorido. O Vitória inteiro de branco, com detalhes em vermelho e preto.
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- Um minuto de silêncio por Ziraldo, criador do mascote - um SuperHomem miúdo - do Tricolor. Cartunista, jornalista, artista de traços e ideias geniais (o Menino Maluquinho é incrível), um dos criadores do Pasquim, o mineiro Ziraldo encantou-se, aos 91 anos, essa semana finda.
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Com bola rolando ...
- Tensão, nervosismo, jogadores e árbitro. Evidente propósito dos rubro-negros de mascar, travar o jogo para evitar a pressão inicial óbvia do Tricolor – buscando as faltas, valorizando o cai-cai, apostando no contragolpe, na bola parada alçada, valorizando cada segundo...tinhoso. O Bahia tomando as iniciativas.
- A primeira chance foi de Thaciano, chute enviesado, sem ângulo, rebatido por Lucas Arcanjo. Por volta dos 10/12 minutos o Vitória conseguiu quatro escanteios seguidos.
- Gol! 1 x 0 Vitória, aos 14 minutos. Após escanteios, bate-rebate, o goleiro Marcos Felipe deu rebote (rebateu pra frente um chute em cima dele?) e dois jogadores do Vitória estavam na sobra – Wagner Leonardo escorou. Os tricolores pediram impedimento, mas o VAR, de cima, deve ter confirmado o tento (cadê as linhas, as imagens?)
A vantagem, então, se alargava. O Bahia precisaria de fazer dois gols para levar a decisão aos pênaltis – 4 x 2 no placar agregado.
- Gol! 1 x 1 Bahia, aos 19 min. A resposta veio rápida. Biel puxou contragolpe pela esquerda, cruzou do fundo, lado esquerdo e a defesa rubro-negra rebateu para a frente da área; Everton Ribeiro ficou com o rebote, ajeitou e bateu certeiro, no ângulo, empatando.
Aos 26’, o Bahia em cima, Lucas Arcanjo evitou a virada, num chute a queima-roupa de Cauly. Depois o goleiro, malandramente, caiu para quebrar o ímpeto, esfriar. O Tricolor em cima, atacando.
Muita pressão sobre o árbitro que, chamado pelo VAR, interpreta como falta uma entrada na bola de Rezende na entrada da área, sobre o esperto Osvaldo, e expulsa o lateral Rezende, de novo (ora, nem falta aconteceu). Aos 33 minutos, o Bahia ficou com um atleta a menos em campo.
Muda todo o panorama, prejudica o espetáculo. Um Bahia desestabilizado emocionalmente, abalado, então. O jogo caiu, perdeu a intensidade, ficou feio, travado. O Leão cozinhando, sem pressa. A chuva caiu.
Aos 42’, Mateusinho bateu da entrada da área, Marcos Felipe espalmou, a bola em cima dele. Aos 46’, Cauly fez ótima jogada individual, livrou-se da marcação e chutou forte, cobriu o travessão, assustando o goleirão Lucas Arcanjo.
No contragolpe, aos 47’, gol anulado do Vitória, impedimento marcado pelo bandeira e confirmado pelo VAR. Aos 50’, PK fez boa tabela pela esquerda, cruzou de fundo para finalização de Rodrigo Andrade e uma defesaça, no reflexo, de Marcos Felipe.
Muito bom primeiro tempo, bem jogado, brigado, equilibrado, até que a arbitragem decidiu expulsar Rezende - visado pelas ‘arbitragens’, marcado com expulsões nos clássicos, nem sempre justas. Daí, muda-se o desenho da partida, o ritmo cai, ao Vitória só interessa travar, fechadinho, explorando o contragolpe nos avanços, necessários, da defensiva adversária. O empate daria o título ao Leão.
Segunda etapa
O Tricolor com um atleta a menos precisava vencer, fazer mais gols, foi pra cima. O Vitória na dele, o Leão na moita, fechadinho e com mais espaços para contragolpear. O Bahia na troca de passes, o Vitória apostando nas bolas paradas e esticões para velocidade no contra-ataque. Aos 10’, o esperto Condé logo lançou mão de nova estratégia, retirando o meia Dudu, já com cartão amarelo, colocando o veloz Iury Castillho, boa leitura de jogo. Mudança ofensiva, o Leão queria retomar as rédeas. Aos 22’, Alerrandro tabelou com Mateusinho e saiu de cara, mas só acertou o pé do poste de Marcos Felipe.
- Aos 20’, com uma maior posse de bola tricolor, a despeito de um jogador a menos, Leo Condé renovou as forças: lançou Caio Vinícius e Matheus Gonçalves em campo, saíram Rodrigo Andrade e Osvaldo. Ceni respondeu com a entrada de Ademir, mais velocidade ofensiva, no lugar do apoiador Caio Alexandre, que correu e jogou muito.
O Vitória, então, já amansando, sem se expor, encerando e esperando a hora do bote. Saiu Alerrandro, no Vitória, entrou Ze Hugo, saiu PK entrou Lucas Ribeiro. Haja chuva.
- Aos 33’, depois de escanteio, fechado, Marcos Felipe deu rebote e, na sobra, William tentou de voleio e perdeu, passou fora. O Leão voltou a incomodar, mais inteiro. Ceni pôs Gilberto e Óscar no lugar de Árias, exausto, e Éverton Ribeiro, o autor do gol de empate, já sem pernas. Aos 38’, Mateusinho arriscou de esquerda, por cobertura, por cima. Na sequência, Iury Castilho recebeu cruzamento livre, errou o alvo.
O Leão na manha, catimbando, gastando tempo, no cai-cai ... o tempo passando. Aos 48’, os tricolores pediram falta/pênalti em Ademir, o árbitro nem tchum, doidinho pra acabar o jogo, missão cumprida. Aos 52’, cabeçada de Thaciano, fora... e fim de papo.
Destaques:
No time campeão, a segurança do goleiro Lucas Arcanjo, mais uma boa atuação de Wagner Leonardo; PK, a consistência e marcação de Rodrigo Andrade, Dudu, William; a manha e experiência de Osvaldo, cavou a expulsão de Rezende; o incansável Mateusinho. Mas, sobretudo, o trabalho competente, objetivo, do treinador Leo Condé. A ele, sem dúvida a glória maior pelo título.
No Bahia, algumas boas defesas e a insegurança do goleiro Marcos Felipe, reboteiro; Árias, um lutador; Juba entrou bem; Caio Alexandre enquanto teve fôlego e Jean Lucas que nunca cansa. Thaciano aplicado, Biel sacrificado, Cauly e Everton Ribeiro bem marcados, tentaram de tudo, mas sentiram muito a expulsão (estúpida, sem sentido) de Rezende.
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Ficha técnica
- Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe; Arias, Kanu, Cuesta e Rezende; Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro, Cauly; Biel e Thaciano.
- Vitória do treinador Leo Condé: Lucas Arcanjo; Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo e Patric Calmon/PK; Willian Oliveira, Dudu, Rodrigo Andrade e Matheusinho; Osvaldo e Alerrandro.
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- Arbitragem baiana, no apito Émerson Ricardo de Almeida Andrade (questionado durante a semana, por que não um árbitro de fora, como aconteceu na final cearense?) – nervoso, inseguro, envolvido pelos jogadores. Foi um absurdo a expulsão de Rezende, nem falta aconteceu. Todo Ba x Vi precisa expulsar um do Bahia, é isso? Só prejudicou o espetáculo e deu vantagem ao Vitória. Arbitragem (apito e VAR) comprometedora. Era uma final bem jogada, com 48 mil pessoas nas arquibancadas, mostrada pra todo o Brasil ... não merecia ser decidida no apito.
Os bandeiras ou assistentes: Luanderson Lima dos Santos e Elicarlos de Oliveira
No comando do VAR Daniel Nobre Bins/RN (carta marcada?). Não mostrou as imagens checadas, as linhas, nada, no 1º gol do Vitória, como também aconteceu no primeiro Ba Vi, no segundo gol rubro-negro, por quê?. No mínimo, suspeito.
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O Bahia volta a campo na quarta-feira, às 21h30, Fonte Nova. Enfrenta o Náutico, vice-campeão pernambucano, em jogo único pelas quartas de final da Copa do Nordeste, o Nordestão.
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Campeões estaduais/2024
- Grêmio no Rio Grande do Sul; Sport Recife em Pernambuco; Ceará; Athlético/PR;
Criciúma SC; Cuiabá; Altos do Piauí; CRB de Alagoas e mais ...
- Em Minas Gerais, Cruzeiro 1 x 3 Atlético – O Galo mineiro Campeão
- No Rio de Janeiro, Flamengo 0 x 0 Nova Iguaçu - Flamengo Campeão
- Em São Paulo, Palmeiras campeao