ZedeJesusBarrêto comentaBahia se apresentou como nos velhos tempos
Um triunfo com emoção, construído na raça, com muita aplicação e superação, de virada (2 x 1, dois gols de Davó), e jogando com um atleta a menos em campo durante toda a segunda etapa. Como nos velhos e bons tempos! O torcedor enlouquecido nas arquibancadas, o maior público do Tricolor na temporada.
O resultado foi surpreendente pelo andamento da partida. O time de Guto fez uma primeira etapa apática, nada criou, não brigou, foi dominado e foi pro intervalo sob vaias da torcida, levando 1 x 0. O time, mesmo com 10 apenas em campo, foi outro no segundo tempo: guerreiro, pulsante, competitivo e conseguiu o milagre.
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Os 2 x 1 manteve a invencibilidade do Tricolor em casa e, com os três pontos conquistados, levou o Bahia à vice-liderança da competição, no final da 10ª rodada.
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Classificação
- O Cruzeiro lidera com folga, 25 pontos ganhos; o Bahia agora em segundo, com 19; Sport e Vasco com 18 pontos. São os quatro primeiros. O Grêmio tá na cola, com 14.
Os quatro últimos são Ponte Preta, Tombense, Vila Nova (9 pontos) e Guarani (8).
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Fonte Nova
- Casa cheia (mais de 33 mil nas arquibancadas), tarde de sábado amena em Salvador, outono maneiro, relvado bonito, nos trinques. O Tricolor até então invicto em casa, almejando um triunfo e, assim, assumir a vice-liderança. Deu certo. Os visitantes, no meio da tabela (10 pontos ganhos), prometiam surpreender, pois nunca conseguiram vencer na Fonte.
- O Bahia com uniforme um, camisetas brancas, calções azuis; novidade e expectativa com o retorno do centroavante artilheiro colombiano Rodallega. O Criciúma/SC de camisas em amarelo, calções brancos.
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Com bola rolando...
A partida começou muito travada, com marcação curta e forte dos visitantes, dificultado a troca de passes e quebrando o ritmo de velocidade que o Bahia tentava impor. Algumas bolas alongadas para a correria de Jacaré, na direita, sem resultado. Com 15 minutos cravados, nenhuma boa finalização de lado a lado, os goleiros apreciando, apenas.
- Aos 17’, Rodallega fez o pivô e ajeitou pro chute de Raí, muito longe. Aos 18’, a defesa tricolor cochilou e Bilu pegou de frente, livre, por cima. Aos 26’, o Criciúma entrou tabelando e Caio Dantas entrou de cara, mas parou na boa saída de Danilo Fernandes. Aos 28’, Hermes bateu falta, assustou. O time de Santa Catarina melhor, ganhando o meio campo, os rebotes, chegando mais.
- Gol ! 1 x 0, Marquinho Gabriel, de fora da área, num chute rasteiro, no canto; Danilo Fernandes caiu mas não chegou e o meio-campo tricolor não marcou, afrouxou, ficou espiando, apenas. Aos 34’.
Se os visitantes já não tinham pressa, imaginem com o placar favorável! Fecharam-se inteiros, marcando duro, ganhando as divididas e senhores do meio campo.
- Piorou ! aos 45’, Ignácio deu uma entrada por cima, numa dividida, atingiu o tornozelo do adversário, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. O Bahia jogaria toda a segunda etapa com 10 atletas apenas.
- Antes do apito do árbitro, fechando o primeiro tempo, Felipe Matheus bateu falta e Danilo Fernandes salvou, espalmando.
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Foram 45 minutos iniciais infames do time de Guto, marcando mal, sem nada criar, não chutou no gol adversário, nada produziu. Uma equipe lerda, sem pegada e sem noção. O Criciúma dominou, foi senhor do meio campo e do jogo. Muitas vaias das arquibancadas na decida dos tricolores pro vestiário. Que esperar na segunda etapa... com um jogador a menos em campo?
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Até por estar perdendo, com um atleta a menos (a expulsão do zagueiro Ignácio) e jogando mal, Guto Ferreira trocou quatro no intervalo: saíram Rodallega, Raí, Jacaré e Rezende (sentindo dores na perna) e entraram o zagueiro Didi (pra recompor o setor), mais Mugni, Davó e Rildo. O Criciúma voltou no mesmo pique, sem arrefecer, buscando mais um gol para garantir o triunfo e os pontos. Sem a bola, todos atrás, fechadinho. Uma equipe bem arrumada, sabendo bem o que queria, administrando a superioridade numérica no gramado.
O Bahia voltou com mais pegada, brigando pela bola e tentando com chutes de longa distância. Aos 10’, Bilu foi lançado em profundidade, saiu de cara nas costas da zaga Tricolor e finalizou, mas o bandeira flagrou impedimento, checado pelo VAR, gol anulado.
- Gol ! 1 x 1 – Davó, aos 15’, completando de cabeça, de frente com o goleiro, após uma boa jogada de Mugni.
Cinco minutos de paralização, após o gol do Bahia. O jogo franco e imprevisível. Aos 25’, Marquinhos Gabriel forçou nova defesa difícil de Danilo Fernandes. Lá e cá. Era um Bahia mais combativo, então. Aos 34’, Daniel (que nada fez) pediu substituição e entrou Luiz Henrique. Aos 36’, Bilu levou Patrick como quis e bateu da entrada da área para a espalmada de Danilo Fernandes, trabalhando muito, em três defesas difíceis, seguidas, num momento de pressão dos visitantes. O Bahia respondeu bem aos 42’, em duas tentativas.
Um final elétrico, aberto, com emoções. O árbitro acrescentou 10 minutos ao tempo regulamentar. Daí ...
- Gol ! 2 x 1, Davó, de cabeça, após ótima jogada pela direita e cruzamento de Rildo. Aos 49 minutos.
E o Tricolor soube administrar até o final. Heróico e emocionante triunfo. A torcida vibrando. Que seja um bom sinal.
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Destaques
Ótimas intervenções e Danilo Fernandes garantiu atrás. Fundamental a entrada e a atuação de Mugni, um guerreiro. Rildo, ótimas e decisivas jogadas. Davó, com dois gols, marcando seu nome no coração do torcedor.
Guto entrou com o time errado, errou na escalação, mas mostrou, no intervalo, que conhece do riscado e tem o plantel na mão.
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Esclações
- O Bahia escalado por Guto Ferreira: Danilo Fernandes, Borel, Ignácio (expulso), Luis Otávio e Djalma; Patrick, Rezende, Daniel; Raí, Rodallega e Jacaré (Didi, Mugni, Davó, Rildo e Luiz Henrique).
- O Criciúma de Claudio Tencatti: Gustavo, Claudinho, Rodrigo, Rayan e Marcelo Hermes; Rômulo, Arilson, Marquinhos Gabriel e Felipe Matheus; Caio Dantas e Bilu (Cristóvão, Marco Ferraz, Thiago Alagoano, Igor e Renan).
- Arbitragem com auxílio de VAR; no apito, o experiente Marcelo de Lima Henrique, uma segurança.
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Pela 11ª rodada, o Bahia recebe o Sport Recife na quarta-feira, às 21h30, Fonte Nova. Confronto direto na disputa do alto da tabela, rivalidade histórica e, ultimamente, uma freguesia: faz tempo que o Tricolor não vence o Leão da Ilha pernambucano, nem lá e nem cá.
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Outros jogos da rodada:
- Operário 1 x 2 Cruzeiro; Novorizontino 0 x 0 Sampaio Correa. Brusque x Náutico;
Tombense x Ituano. Chapecoense x Londrina (jogo adiado)
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Pela Série C, o Vitória encara o Volta Redonda/RJ no domingo à tarde (16h), com expectativa de maior público da temporada no Barradão.