ZédeJesusBarrêto comenta que o Bahia dominou o jogo mas não fez gols e levou 1x0 de cabeça
Os mesmos problemas: um futebol burocrático, previsível, um meio campo que nada cria, muita troca de passes e raros chutes em gol. Um time sem agressividade esse Bahia, que não gosta do corpo a corpo, que evita as divididas e não tem apetite de golear. Resultado, o Tricolor baiano entregou um jogo (numa falha defensiva) em que teve o total domínio de campo, teve volume mas faltou competência. Um 1 x 0 que pode fazer muita falta mais adiante, engasga.
O time perdeu a invencibilidade, pode perder a liderança com a continuação da rodada e acende uma luzinha de alerta. Faltam atacantes com fome de gol. E a saída de bola defensiva, a transição defesa-ataque é complicada, lenta, perigosa.
- A rodada segue no sábado, domingo e fecha na terça.
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Em Itu/SP
- Estádio Noveli Junior, 5ª rodada, arquibancadas com muitos vazios (presença de tricolores), gramado com boa aparência, bem cuidado. Noite limpa, vento frio.
- O Bahia em campo defendendo uma invencibilidade de oito jogos (dois meses sem perder) e a liderança da competição, com 10 pontos ganhos. O Ituano na 9ª colocação, querendo, precisando fazer valer seu mando de campo.
- O time da casa é rubro-negro; O Tricolor baiano de branco.
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Com bola rolando
Um minuto, três faltas. O Bahia chegou primeiro, trocando passes pela direita, o chute cruzado de Daniel defendido de pé pelo goleiro Pegorari, aos 4min. Jogo aberto, as duas equipes com propostas ofensivas. O Bahia trabalhando mais a bola, passes curtos, o Ituano alongando mais os passes. Sem predomínios.
- Aos 13’, Davó tentou de fora da área, peteleco. Aos 16, uma bomba de Aylon, de longe, triscando travessão de Danilo Fernandes, assustando.
- Gol! 1 x 0, Ituano, aos 23 minutos. Bernardo de cabeça, escorando, raspando na primeira trave um escanteio bem cobrado da esquerda. Escanteio, aliás, absurdo, numa atrasada de bola bizarra de Ignácio, livre, sem pressão, pegando de canela na bola. Um gol de graça, pois, quando o Bahia parecia melhor, mesmo que só tricotando, sem arrematar.
Os baianos sentiram o baque do gol e o erro, a entregada. Um minuto depois, quase o Ituano ampliou, a defesa Tricolor atarantada, e a cabeçada de Rafael Elias, cara a cara, para defesa de Danilo Fernandes. O rubro-negro paulista melhor, depois do gol, mais assentado em campo. Aos 35’, Rai caiu sobre o braço e sentiu, foi substituído por Rildo. Aos 38’, Davó recebeu em profundidade mas demorou de decidir, não chutou nem passou.
- Olhe o VAR! Duas vez:
- Aos 42’, o árbitro expulsou Rafael Elias, após uma dividida no alto com Ignácio. O VAR recomendou a revisão do lance, uma possível cotovelada, Ignácio sangrando. Depois de minutos de bola parada e o soprador de apito a rever o lance no vídeo... foi retirado o cartão vermelho, sem expulsão, e o atacante de Itu foi punido apenas com cartão amarelo.
- Aos 48’, após um chute de Rildo, o goleiro deu rebote e Davó foi derrubado após dividir com o goleiro. O árbitro deu impedimento de Davó mas foi alertado outra vez pelo VAR, que confirmou o impedimento e nada de pênalti, como reclamaram os baianos.
Foi o que aconteceu na primeira etapa, de pouco futebol e muito antijogo.
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Fraca, insegura atuação dos laterais do Bahia, sobretudo Borel, assustado, a bola queimando nos pés. Arbitragem sem convicção. Uma primeira etapa muito picotada, com faltas, simulações. Equilíbrio de ações, o Bahia até atuou mais próximo da área adversária mas não chutou. O time pouco finaliza, não tem centroavante, os meias não têm apetite de gol. O Ituano mais objetivo, achou o gol num escanteio e foi só.
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Nada mudou na volta da merenda. Rildo caindo mais na esquerda e Marco Antonio pela direita. Os laterais mais soltos. Aos 6’, Marco Antonio desvencilhou-se da marcação já na área e bateu cruzado, pelo alto, cobrindo o travessão.
O Bahia sempre mais à frente, com mais posse de bola, atuando no campo inimigo, mas... pouco agressivo. Muita cadência, muito totó, pouca objetividade. O rubro-negro na moita, segurando, fechadinho e apostando num contragolpe ou outro erro defensivo do adversário. Já gastando tempo, sem pressa.
- Aos 14’, Rildo bateu falta cruzada da esquerda tentando surpreender, o goleiro espalmou. Vinte minutos, nada acontecia; o Tricolor só tramava, e o Ituano todo retrancado. Aos 25, o avante Jacaré no lugar do insosso apoiador Patrick. Mais gente na frente? Aos 31, Davo limpou na área e ficou de cara, chutou fraco na mão do goleiro.
Jonathan e Ronaldo em campo (saíram Borel e Marco Antonio que pouco produziram). Aos 39’, Luis Otávio cabeceou sozinho, pra fora, desperdiçando boa chance. Aos 45’, Rildo bateu falta de longe, frontal, o goleirão espalmou. Não teve mais jogo.
Uma segunda etapa inteira jogada nas proximidades da área paulista, mas... cadê competência? Um joguinho apático e três pontos perdidos à toa.
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Atuação fraca dos laterais, de Patrick, do apagado Marco Antonio, do complicado e pipoca Daniel... Ninguém brilhou.
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Escalações
- O Ituano do treinador Mazola Jr: Pegorari, Pacheco, Leo Santos, Bernardo e Roberto; Jimenes, Kaio, Lucas Siqueira e Magrão; Aylon e Rafael Elias (Dudu).
- O Bahia escalado por Guto Ferreira: Danilo Fernandes, Borel, Ignácio, Luis Otávio e Luiz Henrique; Patrick, Emerson e Daniel; Raí (Rildo), Davó e Marco Antonio.
- Arbitragem do Pará, com Dawson Freitas no apito, com VAR. Inseguro o paraense.
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Pela 6ª rodada, o Bahia recebe o Londrina, já na terça-feira à noite, na Fonte Nova. O time sulista empatou em casa com o Vila Nova, 2 x 2, mesmo atuando boa parte da partida com 10 em campo, teve um expulso.
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Neste sábado, 30 de abril, o Vitória, já sob orientação técnica de Fabiano Soares, recebe o Manaus, no Barradão, às 19h.