A goleada mostrou uma diferença brutal de qualidade individual e coletiva das dus equipes
O time carioca, numa noite inspirada, deu uma surra sem dó no Bahia ( 5 x 0) em Pituaçu e, acreditem, poderia ter sido mais. Com uma equipe desfalcada e muito mal escalada pelo treinador Dado Cavalcanti, o Tricolor foi apático, confuso e não viu a cor da bola. Marcou muito mal, posicionou-se equivocadamente em campo e perdeu todos os confrontos individuais.
A equipe de Renato Gaúcho sobrou em campo no aspecto coletivo, criação de jogadas, domínio de meio campo e, sobretudo, na qualidade individual - pegada, velocidade, objetividade, finalizações. Uma aula. Do outro lado, Dado parece nunca tter visto o Flamengo jogar, nada percebeu.
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Pituaçu
Boca de noite limpa de sábado, inverno, gramado em aparente bom estado. O time carioca de treinador novo, o badalado Renato Portallupi, que começou a carreira de técnico no Bahia. No Bahia, muitas mudanças, um meio-campo e um miolo de zaga novos, por conta de suspensões e saída de atletas.
Com bola rolando ...
O Flamengo é um time que troca muitos passes e marca adiantado, pressiona a saída de bola defensiva do adversário. Assim, logo aos 2 minutos, num vacilo do meio campo baiano, Gabigol ficou de cara, bateu em cima de Mateus Teixeira, mas estava impedido. Um minuto depois, Michael pegou de primeira, na arriada, nas costas de Nino, mas errou o alvo. Aos 4’, o Tricolor respondeu com chute de Rossi, de longe, por cima.
Começou bem animado e aberto. Os cariocas na pressão, atuando adiantado, querendo definir, forçando pela esquerda, o Tricolor apostando no contragolpe, à toa. O meio-campo rubro-negro tinha o comando, o controle das ações. O Bahia se complicava na saída de bola defensiva e não conseguia encaixar a marcação; Galdezani e Thonny Anderson perdidos, sem saber a quem marcar e o que fazer.
Aos 21’, Arrascaeta levou a marcação, invadiu a área e foi atropelado por Nino, o árbitro não vacilou, marcou pênalti.
- Gol ! 1 x 0 Flamengo, Gabigol; bateu deslocando o goleiro, como sempre. Aos 23 min.
O time de Dado parecia atarantado em campo, sem conseguir trocar passe, perdendo as disputas, inseguro, só tentando marcar, espiando e nada mais. Aos 35’, Mateus Teixeira fez uma defesaça em chute de frente de Diego, evitando o segundo.
- Gol ! 2 x 0, aos 41 min. O time carioca entrou tabelando pela direita, Matheus Bahia errou o bote, bola cruzada de fundo e Gabigol desviou no canto.
Aos 44’, o lance mais perigoso do Bahia: Bola alçada em cobrança de falta (Galdezani), a defesa carioca não resolveu, Thonny Anderson tentou o voleio, furou, Ligger chutou e a bola desviou na zaga, raspou no braço do zagueiro Leo. Os jogadores baianos pediram pênalti, mas o árbitro deu escanteio... Sò.
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Foi um primeiro tempo muito ruim da equipe (?) de Dado Cavalcanti. Não viu bola, o time carioca ditou o ritmo, como quis. O placar poderia ter sido maior, tal a diferença de volume de jogo e posse de bola em campo. Deixou cheiro de goleada, até pela leseira da meia-cancha baiana, que nem marca nem ataca.
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No intervalo, a única mudança de Dado foi trocar Matheus Bahia (com cartão amarelo) por Capixaba. Não mexeu no meio campo, setor foco dos problemas, com Galdezani e Thonny fora de sintonia.
- Aos 5’, Rodriguinho achou Gilberto nas costas da zaga, na área inimiga, mas o chute do artilheiro saiu errado. Aos 6’, em boa trama, Galdezani encheu o pé de fora e acertou o travessão de Diego Alves. No contragolpe, Gabigol ganhou da zaga na velocidade, entrou de cara, Mateus Teixeira salvou. O Bahia decidiu sair mais pro jogo e abriu-se na defesa.
Arriscado, mas... o que fazer? Precisava jogar também, buscar o gol.
Aos 15’, Maicon Douglas no lugar de Thonny Anderson. Nada mudou.
- Gol ! 3 x 0, Gabigol, de novo, aos minutos. Everton Ribeiro, sem marcação no meio campo, enfiou rasteirinho para o artilheiro no meio da zaga e ele bateu no canto, na saída do goleiro. Fácil, marcação frouxa na intermediária.
Pedro e João Gomes em campo, no lugar de Gabigol e Diego. Renato Gaúcho a poupar atletas importantes para o jogo da Libertadores, meio de semana. Dado tirou Rodriguinho, apagadíssimo, sem vibração, e colocou Pablo (do sub 23, estreando no time de cima). Renato tirou Michael e colocou Vitinho. Um Tricolor sem tesão, sem vibração pra reagir, envolvido pelo toque de bola carioca.
- Gol ! 4 x 0, Pedro, aos 29 minutos. Completando com estilo na pequena área, livre, um ótimo cruzamento de Vitinho da esquerda. A goleada prenunciada, superioridade consolidada.
O Bahia entregue, um passeio dos cariocas, chocolate. Dado pôs Lucas Araújo e Edson no lugar de Galdezani e Patrick, exaustos de correr sem bola. Renato lançou Raudinei no lugar de Isla. Aos 37’, Leo Pereira deu bobeira na grande área, Edson ficou de cara com Diego Alves, o goleiro salvou.
- Gol ! 5 x 0, Arrascaeta fez o que bem quis com a defesa baiana e rolou para o chute certeiro de Vitinho, no canto, aos 38’. A goleada virou vexame.
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Destaques
A goleada mostrou uma diferença brutal de qualidade individual e coletiva das dus equipes.
Arrascaeta, Everton Ribeiro, Diego e Gabigol destroçaram. Islas, Filipe Luiz, Arão, Pedro ... Sobraram.
No Bahia, uma equipe mal escalada, sem pegada no meio campo, sem jogada ofensiva, um miolo de zaga que nunca atuou junto (Conti voltando de contusão e Ligger pela primeira vez em Pituaçu)... e uma moleza em campo de fazer dó. Afinal, Dado teve uma semana só de treinamento. Não teve leitura do adversário.
Individualmente ... horrores. Uma noite pra esquecer.
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Escalações
- Bahia: Mateus Teixeira, Nino, Conti, Ligger e Matheus Bahia; Patrick, Galdezani e Thonny Anderson; Rodriguinho, Rossi e Gilberto. Treinador, Dado Cavalcanti.
- Flamengo: Diego Alves, Isla, Gustavo Henrique, Leo Pereira e Filipe Luiz; Arão, Diego, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Gabigol e Michael. Treinador, Renato Gaúcho.
Arbitragem de Goiás, com VAR. Wilton Pereira Sampaio no apito.
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O próximo jogo do Bahia, pela 13ª rodada, é domingo próximo, às 11 h, contra o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.
- O Galo mineiro briga pela liderança com o Palmeiras, tem 25 pontos ganhos. O Verdão paulista tem 28, lidera. E o Fortaleza é o terceiro, com 24 pontos, seguido pelo RB Bragantino (23).
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Outros jogos da rodada 12:
- São Paulo 0 x 1 Fortaleza; Ceará 1 x 0 Athlético PR; Corínthians 1 x 2 Atlético MG;
Chapecoense 2 x 3 Ceará; Fluminense 0 x 1 Grêmio; Atlético GO 0 x 3 Palmeiras.
A rodada segue até a noite de segunda-feira.
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Olimpíadas do Japão
A cerimônia de abertura está programada para sexta-feira, pela manhã. Muita expectativa sobre o que os japoneses vão fazer nessas circunstâncias inéditas de pandemia, sem público e com muito rigor e cuidados.
Mas, já na quarta-feira, às 5 da manhã (horário de Brasilia) a Seleção Brasileira de futebol feminino estreia contra a China. Marta e Formiga, veteranas, estrelas.
Na quinta, às 8 h (Brasília), é a vez da Seleção masculina entrar em campo para enfrentar a Alemanha. Brasil x Alemanha foi o jogo da final olímpica no Brasil, quando o Brasil sagrou-se campeão pela primeira vez. Jogão, pois.
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Pelé
No dia 18 de julho de 1971 o Rei Pelé se despedia da Seleção Brasileira, 50 anos passados. Com a camisa amarelinha Pelé jogou durante 14 anos e fez 95 gols (segundo a própria CBF).
Só em 1974 o eterno Camisa 10 da Vila se despediu do Santos, seu único time. Depois, foi para os EUA alavancar o futebol (o Soccer) por lá, onde atuou pelo Cosmos.