Precisamente no dia 17 de junho a Seleção Brasileira estreia no Mundial da Rússia contra a Suiça. Quem acompanhou os jogos eliminatórios sabe que vai ser duro, pegado. O time europeu é famoso pelos ferrolhos e costuma não tomar gols. E estreia dá tremedeira.
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A equipe escolhida por Tite se apresenta, de fato, na segunda-feira, na Granja Comary, o CT da CBF. Vinte atletas devem começar as avaliações médicas, os testes físicos e treinamentos, de pronto, inclusive Neymar, a grande expectativa; não só por ser ele a estrela de maior grandeza na equipe, mas também em função da cirurgia que ele fez no pé e os dois meses ou mais parado, sem tocar em bola.
Só na outra segunda se apresentam o lateral Marcelo, o apoiador Cassemiro e o avante Firmino, que estão focados na final da Champions League, sábado, 26, em Kiev : Real Madrid e Liverpool, imperdível. Que nenhum deles se machuque, torcemos.
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Relembrar é viver
O que acontecia a um mês das copas em que vencemos?
Em 1958, nosso primeiro título conquistado na Suécia, Juscelino Kubistchek, o mineiro desenvolvimentista, era o presidente. Tempos da Bossa Nova, construção de Brasília, democracia plena. A nossa equipe foi para a Europa desacreditada, padecíamos do ‘complexo de vira-latas’, como dizia o grande Nelson Rodrigues. Amargávamos a decepção de 50, a derrota na final para o Uruguai e, cá pra nós, ninguém levava fé no menino de 17 anos chamado de Pelé, e muito menos no ‘maluco’ de pernas tortas de nome Garrincha. Mas eles fizeram a diferença. Assombramos o mundo com um jeito de jogar diferente.
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Só deu Mané
Em 1962, a certeza de que possuíamos uma grande equipe, a base mantida da copa anterior, mesmo envelhecida. A competição foi bem mais perto, no Chile. Pelé estava no auge, encantava o mundo com jogadas absurdas e gols, muitos gols; o pássaro Garrincha voava, desbundava os adversários com seus dribles. O mundo vivia o auge da guerra-fria e o Brasil em turbulências, depois da renúncia do presidente eleito Jânio Quadros e a tumultuada posse do vice Jango, João Goulart. Indiferente a esses babados, Mané Garrincha, aos amassos com Elza Soares, ganhou a Copa, o nosso Bi, mesmo com Pelé fora desde o segundo jogo, machucado.
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O melhor do Mundo
O Tri foi um colosso de bola, no México, 1970. A equipe preparada por João Saldanha e treinada na Copa por Zagalo era cheia de cobras, excelências: Carlos Alberto, Piazza, Clodoaldo, Gérson, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Pelé ... Não, com eles juntos e se entendendo não dava para perder; ganhamos todos os jogos, sobramos técnica e fisicamente. Éramos os melhores do mundo, com sobras.
Mas a equipe viajou para o México carregando na bagagem a sombra da ditadura militar em seus tempos de chumbo, de luta armada, revoltas estudantis nas ruas e torturas nos porões. A era Médici, do ‘ame-o ou deixe-o”, do “Pra frente, Brasil!”, patriotadas. No mundo, a guerra do Vietnã em sua fase cruel mais visível. No Pós-68 ecoava a frase “o sonho acabou”.
No México, entretanto, os jogadores mal sabiam os significados dos acontecidos e dos acontecimentos, apenas jogaram muita bola (eram o que na verdade sabiam fazer) e trouxeram o Tri, inesquecível.
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No calorão dos EUA
Demorou até 1994, para que voltássemos a vencer outra copa, essa no verão dos EUA, sob o comando de Parreira, jogando um futebol pragmático. Nos salvaram Bebeto, Romário e Tafarel. A final Brasil x Itália, decidida nos pênaltis, foi difícil de aturar, as duas equipes acuadas, com receio de atacar. No país, a economia em pandarecos, o Vice-Presidente Itamar Franco (que substituíra o destituído Collor de Mello) entregaria a faixa ao novo presidente eleito, o professor e sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Contudo, éramos tetra.
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A Copa dos três erres
O Penta só veio em 2002, na Copa disputada pras bandas do Oriente, do outro lado do mundo, em campos da Coréia e do Japão. Lá, sob o comando de Felipão, brilhou com intensidade um trio de atacantes de muito talento: Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo, o Fenômeno. Como pará-los? FHC, em fim de um confuso segundo mandato mas com as contas do país em ordem, recebeu a Taça do Penta com festança em Brasília. Lula assumiria logo depois.
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A alemãozada humilhou
E foi só. Tínhamos a ‘certeza’ de conquistar o hexa em 2014, ufanismos políticos em alta, Dilma em alta no poder, a copa realizada no Brasil, altos custos e investimentos, Felipão vencedor no comando, mas quá ! Tinha ‘Os Alemão” no caminho. Neymar machucou feio e os obstinados e retos germânicos nos atropelaram com aqueles 7x 1 vergonhosos e inapagáveis.
Agora, lá bem distante, na imensa e estranha Rússia... será que rola o hexa?
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Sedes e palcos dos jogos
A Rússia é um país imenso. Vai da Europa até o outro lado oriental do planeta, a gelada Sibéria.
Onze cidades, todas mais próximas da Europa, abrigarão jogos da Copa, são as sedes.
- A principal delas é a capital Moscou, com dois estádios: o Luzhniki Stádius, o maior de todos, inaugurado em 1956 e agora todo reformado para a competição. Têm capacidade para 81 mil pessoas. Lá serão disputados sete jogos, inclusive a abertura, dia 14 de junho, Rússia x Arábia Saudita, e a partida final, dia 15 de julho.
- Está também em Moscou o Spartak Stadium, inaugurado em 2014, capacidade para 45 mil pessoas; lá acontecerão cinco jogos.
- São Petersburgo, a segunda mais importante cidade russa, oferece o moderníssimo Saint Petersbug Stadium, que pode receber 67 mil pessoas, foi inaugurado em 2017 e abrigará sete partidas.
- Calinigrado receberá quatro jogos no Kaliningrad Stadium, com capacidade para mais de 35 mil pessoas. Inaugurado este ano.
- Kazan. Belíssima arquitetura tem o Kazan Arena, inaugurado em 2013, com capacidade acima de 45 mil pessoas. Lá acontecerão seis jogos do Mundial.
- Nijni Novogorod abrigará seis partidas da competição no novíssimo Nizhny Novogorod Stadium, recém-inaugurado, com capacidade para 45 mil pessoas.
- O Samara Arena, da cidade de Samara, também acaba de ser inaugurado, em forma de concha emborcada, arquitetura ousada, capacidade padrão para 45 mil pagantes. Recebe seis jogos.
- Em Volgogrado (antiga Stalingrado) também foi inaugurada este ano a arena da copa, com capacidade para 45 mil e 500 pessoas, o Volgograd Arena; receberá quatro jogos do Mundial.
- Saransk oferecerá o novíssimo Mordovia Arena. 44 mil e 400 pessoas, quatro jogos.
- Também é estiloso e moderno o Rostov Arena, em Rostov do Don, recém-inaugurado. Pega 45 mil pessoas e abrigará cinco jogos.
- Em Sóchi está o Fisht Stádium, também de desenho impactante, inaugurado em 2014 e todo reformado para a competição. Abrigará seis jogos e tem capacidade para 48 mil pessoas.
- E em Ecaterimburgo fica o mais antigo dos estádios da Copa, a Ekaterinbug Arena, fundado em 1953 mas todo reformado agora, para a Copa. Abriga 35 mil pessoas e receberá quatro jogos do Mundial.
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Vamos nos habituando com os nomes das cidades e seus campos de jogo.