Uma bolinha murcha, um clássico muito pobre, em todos os sentidos. Na segunda etapa, depois do gol do Bahia, aos 3 minutos, já não teve mais futebol.
Falaram tanto em ‘clássico da paz!’ Mas o que se viu em campo foi uma vergonha. O jogo nem terminou. Um domingo de luto para o futebol baiano. Um desrespeito ao torcedor.
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O que aconteceu
Logo no começo do segundo tempo, após um escanteio cobrado contra o Vitória, a bola quicou e bateu no braço do apoiador Uilian Correia, que nem reclamou do claro pênalti marcado. O Vitória vencia por 1 x 0, então.
Vinícius bateu a penalidade, forte e no canto, empatando a partida. O atleta tricolor foi comemorar o gol olhando pra torcida do rival, quando foi abordado, empurrado e agredido pelo goleiro Fernando Miguel, que não gostou da comemoração e foi pra cima, começando tudo. Muito empurra-empurra e Kanu, covardemente (porque Vinicius estava sendo segurado) deu-lhe dois socos (quebrando o supercílio do meia tricolor), depois Denílson ... e o pau quebrou, a pancadaria envolvendo vários atletas, inclusive do banco de reservas. Um horror ! 17 minutos de paralisação.
O jogo recomeçou com o aloprado soprador de apitos Jailson Macedo Freitas expulsando dois atletas tricolores que estavam no banco (Édson e Bocão, brigões); foram expulsos pelo Vitória o zagueiro Kanu, o avante Denilson (valentões) e o meia Rhayner, que também brigou. Pelo Bahia, a absurda expulsão de Vinícius, que só levou socos. Depois, sob muita pressão dos atletas rubro-negros, o árbitro expulsou também Lucas Fonseca, que só tentou apartar a confusão.
Quando a partida recomeçou, minutos depois, aconteceu mais uma expulsão do lado rubro-negro: o apoiador Uillian, que praticou uma falta segurando o atleta do Bahia pela camisa e levou o segundo amarelo. Daí, o treinador Mancini orientou os seus jogadores para provocar mais uma expulsão, forçando o final da partida - a regra não permite um jogo com uma equipe tendo apenas 6 atletas em campo. Bruno provocou e foi expulso.
Um desrespeito ao torcedor. Absurdo. Um vexame. Um dia de luto para o futebol baiano.
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Jailson e Ednaldo
Bom dizer. Se alguém tem culpa maior nisso tudo que aconteceu, o nome do culpado é o Sr Jailson Macedo Freitas, o árbitro, sem condições para apitar um Ba x Vi. Há muito se sabe disso. Ela chama confusão.
Não tem autoridade, foi mais uma vez envolvido pelos atletas, como se viu já no primeiro minuto de jogo, quando marcou uma falta em favor do Bahia e o cercaram, o empurraram; foram dois minutos e meio de bola parada até a penalidade ser executada.
E foi assim o tempo inteiro. Muito bate-boca, empurra-empurra, apito soprado à toa, cartões mal aplicados, um péssimo soprador de apito, sem condições técnicas e emocionais para apitar um clássico.
Mas, quem o escalou? O Sr Ednaldo, presidente ‘eterno’ da FBF, que adooora as lambanças no Barradão. Todos sabiam que a escalação de Jailson seria uma temeridade. Ele gosta.
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E agora? No placar em campo, 1 x 1. Mas a direção tricolor que vencer a partida, já que o adversário provocou, propositalmente, o final da partida, com as expulsões de atletas rubro-negros – orientadas de fora de campo.
Tapetão?
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Bola rolando
Foi um jogo fraco, tecnicamente, trucado. Muitas faltas, chutões, sem tramas, sem sequência. O Tricolor começou melhor, pressionando. Criou boa chance, aos 10 minutos, numa cabeçada de Kayke que Fernando Miguel salvou, espalmando. Por volta dos 20 minutos o rubro-negro já equilibrava o jogo.
E foi o Vitória que marcou, aos 35 ‘: Bola disputada no alto, na grande área tricolor, bate-rebate, reclamação de falta no sagueiro Tiago, Rhayner pegou o rebote e passou para Denilson, em posição duvidosa; o atacante bateu, o goleiro defendeu, a bola reboteou no braço do atacante, que dominou e bateu forte, no alto, abrindo o placar - 1 x 0, sob fortes reclamações dos atletas tricolores. E foi só.
Uma bolinha murcha, um clássico muito pobre, em todos os sentidos. Na segunda etapa, depois do gol do Bahia, aos 3 minutos, já não teve mais futebol.
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Ficha Técnica:
Vitória: Fernando Miguel, Zé Wélison, Kanu, Bruno e Bryan; Ramon, Uilian, Yago e Rahyner: Neylton e Denílson. Treinador, Mancini.
Bahia : Douglas, Nino Paraíba, Tiago, Lucas Fonseca e Mena; Gregore, Vinícius, Zé Rafael e Élber; Edigar Júnio e Kayke. Treinador, Guto Ferreira.
No apito, Jailson Macedo Freitas. Seu oitavo clássico. Um horror ! Principal responsável por tudo o que aconteceu em campo, por pusilanimidade.
Cerca de 20 mil nas arquibancadas.
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Curiosidades:
- Primeiro BaVi do ano. Torcidas das duas equipes nas arquibancadas. Rubro-negros em absoluta maioria, óbvio.
- O Vitória tem o melhor ataque da temporada, 22 gols marcados. O Bahia, a melhor defesa: levou apenas cinco gols. O Leão com 81 % de aproveitamento na temporada. O Tricolor, 52%.
- Antes da partida, o Bahia tinha 9 jogos sem vencer no Barradão, agora 10. O último triunfo tricolor na Toca foi em 2011. Daí pra cá, eram cinco (seis) empates e 4 derrotas. O último Ba x Vi fora na Fonte Nova, e deu Bahia 2 x 1 .
- Dos atletas em campo, o meia Rhayner era o único que já havia disputado o clássico vestindo as duas camisas rivais. Agora, também Nino Paraíba.
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O atleta Denilson, do Vitória, quando fez o gol comemorou com dancinhas e tudo mais. Nada aconteceu. Vinícius, ao fazer o gol de pênalti, comemorou com sempre faz Cristiano Ronaldo; apontou para o peito e disse: ‘eu estou aqui’! Nada demais. Nada justifica a agressão contra o atleta, nem do goleiro Fernando Miguel, e pior ainda a covardia dos socos de Kanu no rosto de Vinícius, que estava seguro. As cenas da TV mostram.
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Como tenho dito: O Campeonato baiano é um lixo. Fora Ednaldo Rodriques, peça para sair, xô ! Triste futebol baiano. Vergonha nacional.