Duas situqações distintas no final do campeonato brasileiro para os dois times baianos
A dupla Ba Vi tem um final de semana importante mas com objetivos distintos. É a penúltima rodada do Brasileirão 2017 e a situação das equipes rivais é diferente.
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Estrangulando a Macaca
O Vitória joga em Campinas, domingo, a partida mais importante do clube nesta temporada. Enfrenta a Ponte Preta numa disputa direta de desesperados. O rubro-negro baiano tem 40 pontos, um apenas à frente da Macaca, que está na zona da degola, o Z-4. É jogo de vida ou morte para ambos, até porque, também com 39 pontos e na briga de afogados estão também o Sport do Recife e o Avaí, fungando.
Dessas quatro equipes citadas, apenas uma escapa do rebaixamento.
Haja emoção. Ao torcedor do Leão, resta a confiança em trucidar a Macaca, na roça dela, e torcer contra Sport e Avai. O Leão pernambucano enfrenta o Fluminense (RJ) no Maracanã, neste sábado, e o Avai recebe em casa o Atlético (PR), clássico do Sul, no domingo.
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Despedida da galera
O momento do Bahia é mais confortável; escapou cedo da zona e agora até sonha com uma possível, mas difícil, classificação para a Libertadores de América/2018. Para que esse sonho se concretize, primeiro de que tudo tem de vencer a Chapeccoense na Fonte Nova, na boca da noite desse domingo. Motivação não falta: a partida será a última do ano perante a torcida. A derradeira será contra o São Paulo, no Morumbi. Depois, só no final de janeiro 2018, pelo baianão.
Pra chegar a Libertadores o Bahia precisa ganhar os dois jogos e torcer para que o Grêmio vença o Lanus, na Argentina, e o Flamengo ganhe do Junior Barranquilla, na Colômbia, os dois clubes brasileiros disputando Libertadores e Sul-americana. Assim, ambos, Gremio e Flamengo garantiriam vaga na Libertadores de paroano e abririam duas novas vagas para os melhores classificados no nosso Brasileirão/2017 que está no fim. Aí o Tricolor baiano estaria no páreo. Tem quem acredite.
Mas, primeiro o Bahia tem de fazer o seu dever, vencer bem, convencendo, no domingo, para dar um presente de Natal antecipado ao devotado torcedor. Um grande jogo e triunfo contra a Chape já seria de bom tamanho para a campanha de altos e baixos da equipe no Brasileirão, até outro dia colada com o rival Vitória, na beira da zona.
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Correria e mudanças
O Vitória deposita todas as esperanças na tática ‘Leão doido’, de Mancini, fora de casa. Mordendo o campo inteiro, na marcação postada no próprio campo defensivo, apostando na velocidade dos contragolpes quando roubar a bola e nos cruzamentos pro abafa. Às vezes dá resultado. Nesse tipo de jogo, dois nomes se destacam: David e Tréllez.
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O Bahia tem mexidas no meio campo – a saída de Juninho e a volta de Renê Jr ao lado de Edson, e a ausência por punição da boa revelação Capixaba, na lateral esquerda.
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Futebol medíocre
Depois de ver pela TV os jogos Grêmio 1 x 0 Lanus, em Porto Alegre e Flamengo 2 x 1 Junior Barranquilla, no Maracanã, concluímos que estamos jogando no Brasil um futebol pobre, burocrático, sem inspiração, medíocre mesmo, sem talentos, sem craques.
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O Grêmio penou para fazer 1 x 0 no Lanus (gol de Cícero, ex – Bahia, após cabeçada de Jael, outro ex- tricolor, já perto do final). No primeiro tempo, não fossem duas defesas espetaculares de Grohe, o tricolor gaúcho já era, pois não chutou, não viu a bola. Luan, o louvado da equipe, marcado, apagado, pipocando. Os destaques foram Arthur e Jailson, apoiadores, pelo suor.
No mais, a velha catimba e melança dos ‘hermanos’, uma arbitragem chilena horrível, pusilânime, sinalizadores absurdos nas arquibancadas, e a certeza de que lá na Argentina, na ‘fortaleza’ do Lanus, vai ser uma guerra, o bicho vai pegar. Arbitragem será paraguaia. Próxima quarta.
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No Maraca, diante de sua fanática torcida, o chamado Mengão levou um ‘chocolate’ do Junior Barranquilla na primeira etapa, mostrando todas as suas deficiências: goleiro fraco, laterais que marcam mal, zaga superada, dificuldade de criar situações de gol. Achou dois, na segunda etapa, resultado da manjada bola parada, aquela falta ou escanteio alçados na área para a disputa no corpo e ver no que dá. Gols do becão veterano Juan e do jovem avante Vizeu, em belo estilo. Vai ser difícil lá na Colômbia, o Junior é uma equipe manhosa e com bom toque de bola. Quem foi o Flamengo, hein !
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Por falar em carência de craques no Brasil, apontem-me um só, desses diferenciados, que desequilibram. Não temos. O Campeão Brasileiro, com folgas, o Corínthians, por exemplo, é uma equipe de jogadores medianos, nenhum craque de bola.
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Uma década da tragédia
No dia 25 de novembro de 2017, dez anos se passaram, aconteceu a tragédia na Fonte Nova que matou oito torcedores do Bahia e feriu mais de 30, após um pedaço da arquibancada do alto, aquela do lado da avenida que margeia o Dique do Tororó, simplesmente ruir, arriar, abrindo-se um buraco de cerca de dois metros no cimento armado por onde caíram os torcedores, de uma altura de 20 metros, no chão, do lado de fora do estádio.
Jogavam Bahia x Vila Nova, 43 minutos do segundo tempo, mais de 80 mil pessoas na velha Fonte vibrando com a volta do Tricolor para a Série B (estava na Série C, imaginem !), joguinho infame.
O mais grave disso tudo é que ninguém foi responsabilizado, culpado ou punido pela tragédia. Todos tinham ciência de que aquele setor do alto daquelas arquibancadas estava condenado. Passou meses, inclusive, interditado. Mas, a ganância ...
Aquilo resultou apenas na decisão monocrática do então governador Jacques Wagner de implodir o Octávio Mangabeira para construir, a um custo astronômico e muita mutreta, a tal Arena ‘nome de cerveja’, modelito Amsterdã, para a Copa 2014. Quanto às famílias das vitimas ... Só ‘meus pêsames’ e tchau.
Mais um capítulo das IMPUNIDADES. Até uma nova tragédia.