Tá feia a coisa. Um sábado aziago para os dois times baianos, que cismam em não vencer fora de seus domínios. Resultado, ambos estão mais próximos da zona de rebaixamento, cada um no seu quadrado, do que dos grupos do G-4.
Pela Série A, o rubro-negro levou um gude preso do Figueirense (SC, no Orlando Scarpelli, e estacionou na 15ª colocação, a dois pontinhos da zona.
Pela Série B, o Bahia também tomou seu 1 x 0 do Bragantino (SP), em Bragança e não sai dos 24 pontos, 10ª colocação, um desalento para quem imaginava virar a metade da competição entre os quatro primeiros. Pobre futebol baiano.
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Faltou força
O Vitória começou a partida na frente, ousado como sempre, buscando o gol, esticando os passes, forçando as jogadas de velocidade pelos lados com Marinho e Vander. Aos 11’, veio a primeira chance com Marinho, que roubou a bola do zagueiro e bateu firme de canhota, mas errou o alvo. Mas, aos 14’, Dodô entrou livre nas costas de Euller, após lúcido lançamento do veterano Carlos Alberto, encarou o goleiro e fez: 1 x 0 Figueira.
A equipe da casa fechou-se bem, após abrir o placar, explorando os contragolpes. O rubro-negro forçou, jogou mais no campo adversário, mas criou poucas chances; um chute ou outro de fora, Marinho e Vander os mais perigosos. Já perto do final da primeira etapa, após um bate-boca do zagueiro Kanu com o veterano Carlos Alberto, o avante Rafael Moura, tresloucado, meteu a mão e derrubou o atleta do Vitória que catimbou bem e provocou a expulsão do atacante do Figueirense.
Bom para a equipe baiana, que voltaria para a segunda etapa com um a mais em campo. Mas...
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Bem que a equipe baiana voltou com todo o ímpeto em busca do empate, desde que a bola rolou de novo, apostando em quatro atacantes – Marinho, Kieza, Vander e Ramallo. O Figueira marcando duro, pegando, todo na defensiva, tentando garantir o placar. Aos 14’, numa bobeira de Euller, Rafael Silva ficou de cara com Fernando Miguel e perdeu a chance de ampliar. Aos 18, William Farias disparou de fora mas errou o alvo.
O Figueira suportou bem a pressão, o rubro-negro não conseguia penetrar. Aos 38’, Vitor Ramos fez uma falta dura no meio campo, já tinha cartão amarelo, levou o segundo e foi expulso, ficando ambas as equipes com 10 atletas em campo. Melhor para os catarinenses, que souberam administrar o placar até o final. Sim, faltou competência ao rubro-negro, sobretudo quando esteve com um a mais em campo e finalizou muito pouco.
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Destaque para a raça de Kanu, a regularidade de William Farias, a velocidade de Marinho e Vander na primeira etapa, o sumiço de Kieza, o buraco nas costas de Euller, a inexistência de um certo Ramallo...
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O próximo confronto é Vitória x Coritiba, quarta, 19h30, no Joia da Princesa. Pela 18ª rodada.
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Outra derrota
Foi a oitava derrota do tricolor baiano na Série B/2016. Mais uma fora de casa. Amarga, porque a equipe foi melhor em campo, criou mais, jogou com um pouco mais de técnica, tentou por a bola no chão e, quando tinha as rédeas do jogo e ameaçava, levou um gol de baba. O resultado foi um ducha de água fria na quentura de uma possível reabilitação e arrancada sob o comando de Guto ‘Gordiola’ Ferreira e com as novas contratações em campo.
A equipe estacionou na décima posição, com 24 pontos. E o valente Bragantino, que brigou muito e jogou pouco, com o resultado saiu da zona de rebaixamento, agora com 20 pontos ganhos.
Jogo brabo
Bragantino 1 x 0 Bahia, no Nabi Abid Chedid, na tarde de sábado limpa em Bragança Paulista, a torcida tricolor presente, a equipe baiana em campo com padrão novo, listrado, e o treinador Guto comemorando um mês à frente da equipe. Jogo pela 18ª rodada, o Bahia em 10º lugar na tabela de classificação, com 24 pontos; o Bragantino em 17º, na zona, com 17 pontos.
A partida já começou pegada, franco, igual, disputada aos trancos. O tricolor tentando por a bola no chão, trocar passes, e o Braga alongando e alçando bolas. Poucos lances de área aconteceram, no entanto.
Sò aos 24’ o time da casa fez uma blitze, tentou o chute à meta duas vezes mas a bola terminou com o goleiro Muriel, aceso. Muito corpo a corpo no meio campo e o Braga, entre os 20 e os 30 minutos foi mais ofensivo. Aos 36’ o tricolor teve boa chance, com falta cobrada por Cajá, da direita, cruzando a pequena área, mas os avantes Hernane e Allano não alcançaram a pelota. O Bahia equilibrou, a partir daí, chegou mais na área adversária nos minutos finais da primeira etapa, mas o gol não saiu.
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O tricolor pareceu mais esperto de volta dos vestiários, com Moisés em lugar do disperso Juninho. Aos 6’, Cajá bateu forte, de fora, mas Felipe espalmou. Jogo continuou feio, truncado, a bola sempre dividida e maltratada. Hernane foi puxado na área e pediu pênalti; o árbitro ignorou. Aos 24’, numa raro lance ofensivo da equipe da casa, mais uma bola alçada, a zaga não resolveu e, no bate-rebate, Rivaldo empurrou: 1 x 0, quando Bahia era melhor na partida. Gol de baba, na sobra.
Aos 27’, Allano foi derrubado na área, pediu pênalti, o árbitro não deu. Os atletas do Bragantino começaram a cair, ganhar tempo, dar bicos pra todo lado e travar o jogo sob a complacência da arbitragem, caseira. O tricolor foi pra cima, mas o Braga não quis mais jogo, não parecia mais futebol. Aos 35’ saiu Cajá, cansado e muito individualista, e entrou o jovem atacante João Paulo (ex SP). E nada mais aconteceu além do bufo-bufo e muita cera.
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Destaques
Boa atuação do goleiro Muriel, do zagueiro Tiago, a regularidade de Feijão, a impetuosidade de Moisés, a vontade de Eduardo, o individualismo exagerado de Cajá, a correria infrutífera de Allano, a omissão total de Hernane – fugindo do pau, longe da área, sem ganhar divididas, sem acertar nada...
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O próximo confronto, Bahia x Atlético (GO), só acontecerá na terça-feira, dia 16 jul, às 20h30, na Fonte Nova, valendo pela 19ª rodada, fechando a primeira etapa da competição, metade do caminho andado. Tempo para entrosar mais o grupo e buscar motivação.
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Seleção Olímpica
No mesmo horário do jogo do Bahia, sábado à tarde, a Seleção Olímpica do Brasil, treinada por Rogério Micalle, fez um jogo treino contra o Japão, em Goiânia, vencendo por 2 x 0. A partida foi no Serra Dourada, com 33 mil pessoas nas arquibancadas, e os gols saíram no primeiro tempo: um de Gabigol, em bela jogada individual, e outro de Marquinhos, de cabeça. Neymar, com a faixa de capitão, esteve discreto. O meia Felipe Ânderson foi quem mais chamou a atenção, mostrando vontade e bom futebol no primeiro tempo. A segunda etapa foi muito mexida.
Uma notícia ruim: O veterano goleiro Fernando Prass está fora dos Jogos Olímpicos e do restante da temporada, com uma fratura no cotovelo. Triste. Fim do sonho de um grande atleta. Ele bem que merecia.
O Brasil estreia nos jogos olímpicos na quinta-feira, em Brasília, contra a África do Sul.
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Os jogos olímpicos 2016/Rio começam na semana que entra. Torçamos para que tudo corra bem quando as cortinas se abrirem e o grande espetáculo começar. Amém.