Vitória perde pontos jogando dentro de casa e pode ser prejudicado lá adiante
Com o Barrradão a meia boca na noite domingueira de inverno, Vitória e Fluminense realizaram um partida típica de duas equipes que estão na segunda página da tabela de classificação da Série A; mais preocupadas a essa altura em se afastar da Z-4 (a zona de rebaixamento) do que se aproximar do G-4, o grupo dos quatro melhores.
Foi um partida tecnicamente fraca, apesar de disputada, e um 0 x 0 murrinha; a torcida chateada vaiando no final.
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Com o resultado, Vitória e Fluminense chegaram a 18 pontos ganhos – o time carioca em 11º e o rubro-negro baiano em 12º. O líder é o Palmeiras com 28 pontos, seguido pelo Corínthians com o mesmo número de pontos. Grêmio e Flamengo completam o grupo dos quatro primeiros, o chamado G-4.
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Bola rolando
O time carioca treinado por Levir Culpi, bem fechadinho, suportou a costumeira pressão inicial do Leão quando atua em sua toca: escanteios seguidos, faltas, chutes de fora que forçaram o goleiro Cavalieri a trabalhar bem. Mas a melhor chance, perdida, foi de Dagoberto, aos 15 minutos, pegando de prima na grande área, livre, mas errando o alvo. Aos 31’, Marinho, de longe, faria um golaço, num chute por cobertura (após um chapéu no marcador) que proporcionou um milagre do goleiro Cavalieri, espalmando.
O Vitória foi melhor, ganhou o meio campo e criou as melhores oportunidades de gol. O Flu, acanhado, perigou apenas em alguns contragolpes - na primeira etapa.
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Depois da merenda nos vestiários, o mesmo panorama em campo. O time da casa na frente, buscando o gol e o adversário se defendendo, contra-atacando. Logo aos 3’, Dagoberto, de frente, livre, com bola rolando, bateu colocado e perdeu. E tome-lhe bola alçada na área do tricolor carioca, sem muito êxito. E o jogo foi ficando mais aberto, equilibrado, imprevisível, lá e cá. Aos 31’, num contragolpe veloz, Maranhão entrou de cara mas Caíque, arrojado, salvou o gol carioca. Aos 40’, Marinho bateu falta inventada pelo árbitro, perto da linha da área, e Cavalieri foi buscar no ângulo. Só.
Enfim, um placar chato, sem gols, mas justo pela aplicação defensiva do Fluminense e pela incompetência ofensiva do Vitória. O torcedor não gostou do que viu e vaiou no final.
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Reforço
O colombiano Cardenas, meia que já atuou pela seleção colombiana e foi camisa 10 titular do Atlético Nacional de Medellin por muito tempo, foi anunciado como nova peça do rubro-negro baiano para a jornada da Série A. Estava no Galo de Minas, esquentando banco, há mais de ano, mas o baixinho cabeludo era muito bom jogador pela equipe da Colômbia, detonando Bahia e Vitória em confrontos pelas competições sul-americanas.
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Série B
O Bahia, atualmente no 11º lugar da Segundona com 20 pontos ganhos, só atua na sexta, em São Luiz do maranhão, contra o lanterna Sampaio Correia. A equipe continua treinando em Porto Seguro, em busca de uma volta por cima, uma recuperação após uma incompreensível jornada de seis jogos sem vencer.
O torcedor continua á espera das cinco contratações urgentes prometidas pelo presidente do clube após a derradeira e vergonhosa derrota diante do Vila Nova, em casa. Foram dispensados quatro atletas, o preparador físico e o gerente de futebol, só. E os reforços?
A ‘nação’ tricolor anda tiririca e cheia das ‘embromações’ fora e dentro de campo. É um Bahia bem distante de sua história de time que ‘nasceu pra vencer’.
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PORTUGAL CAMPEÃO !
Uma festa portuguesa, com certeza, em Saint Denis/Paris, em Lisboa, e em todos os botecos e cantos do mundo onde tiver uma alma lusa.
Portugal, pela primeira vez na história, conquistou o título de Campeão Europeu de futebol, numa partida heroica, fazendo 1 x 0 sobre a França, na casa do adversário que, até pela campanha e por ter uma equipe mais qualificada, era o favorito. Pois deu o improvável, mais uma vez, consagrando o futebol como um esporte imprevisível e raro.
A seleção lusa ganhou o título jogando um futebol defensivo eficiente e pragmático, sem brilho, com seis empates, seis prorrogações em sete jogos da competição. E mais, nessa final não contou com o artilheiro e sua principal estrela Cristiano Ronaldo, que deixou o gramado aos 24 minutos de jogo sentindo o joelho, cedendo o lugar para o veterano Quaresma.
O gol do título histórico saiu já na segunda metade da prorrogação, em alto estilo, num chutaço seco, rasteiro e preciso, de longe, do avante Éder, após dominar e se livrar da marcação já frouxa dos franceses cansados. Éder, pra quem não conhece, é um negão jovem da Guiné Bissau (naturalizado Português) que é banco na seleção e entrou na segunda etapa para infernizar a defensiva francesa.
A França teve mais a bola, atacou mais, tentou mais o gol, acertou a trave, lutou muito mas os deuses da bola já tinham escolhido: Portugal seria o campeão, era chegada a sua vez.
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Excepcionais atuações do goleiro Rui Patrício, do apoiador William Carvalho, do becão Pepe, do lateral Raphael, do meia João Mário, Nani, R. Sanches... E parabéns ao treinador Fernando Santos, que montou uma equipe bem postada, fechada, uma aula de bom futebol defensivo.
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Um feito para o vencedor Cristiano Ronaldo, o CR-7, maior artilheiro de todas as eurocopas, campeão europeu pelo Real Madrid e agora pela seleção de seu país.
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Na França, destaque também para o goleiro Lloris, o bom zagueiro Umtiti (de origem camaronesa e já contratado pelo Barcelona), o meio-campista Sissoko, o insinuante Comman... As estrelas Pogba e Griezmann não brilharam sob a forte marcação lusa.
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Detalhe: Num jogo de final de copa, disputa ferrenha, até os 33 minutos do primeiro tempo o árbitro inglês tinha marcado apenas duas faltas, uma pra cada lado. Exemplo de futebol jogado na bola, leal, sem manhas.
Aqui no Brasil a maioria das partidas batem 10/15 faltas em apenas cinco minutos. É norma geral. Temos visto jogos com mais de 40 faltas. Um absurdo.
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Viva Portugal !!!