OBahia fez péssima partida e caiu para quinto lugar
Um Vitória iluminado e um Bahia desfigurado. Eis a síntese dos 4 x 1 aplicados pelo rubro-negro no rival, no Barradão em festa, um sábado de tarde limpa, a torcida da casa ‘lavando a alma’. Quatro gols, muita disputa, razoável técnica em campo e muito fervor nas arquibancadas. Festança rubro-negra, como há muito não se via.
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Classificação
Com o encerramento da 10ª rodada, a classificação da segundona ficou com o Vitória entre os quatro primeiros, em 4º lugar, com 19 pontos e o Bahia desceu para o 5º , com 18.
Na terça, o Bahia recebe na Fonte Nova o Paissandu, que tem 22 pontos. É vencer e se recuperar, mas vai ter de jogar muito mais do que o que fez no clássico.
O Vitória viaja ao interior de Minas Gerais, onde encara o Boa Esporte, que beira a zona de rebaixamento.
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Pré-jogo
O torcedor foi torturado pelo som alto e distorcido do estádio foi surpreendido pela escalação das duas equipes. Por motivos de lesão, o Bahia entrou com Willians em lugar do artilheiro Kieza e Adriano substituindo Tony; No Vitória, Mancini preferiu o garoto Marcelo no meio campo ao invés do experiente Amaral e o combativo Rahyner substituindo Rogério.
Antes de a bola rolar, o árbitro Arilson Bispo chamou os dois capitães – Titi e Escudero - e fez uma breve preleção pedindo colaboração: ‘Vamos jogar futebol, sem me criar problemas’. Como nos antigamentes.
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Felicidade rubro-negra
O rubro-negro começou mais aceso, mais à vontade em casa, marcando em cima e achou um gol logo aos 4 minutos, após uma trama na cobrança de escanteio pela esquerda. A bola foi levantada por Escudero e o zagueiro grandalhão Mattis, sem marcação (onde estava o Gamalho?), pegou a defesa distraída e testou forte : 1 x 0. Aos poucos o tricolor foi equilibrando, pondo mais a bola no chão e criou chances de empatar aos 10’, numa cobrança de falta de Souza que Fernando Miguel espalmou; Aos 13, numa testada por cima de Maxi e a melhor de todas com Souza, livre, recebendo cruzamento da esquerda e desperdiçando de forma bisonha. O Vitória pouco ou nada criou depois do gol. Limitou-se em cruzar bolas altas e a marcar muito, trucando o jogo no meio campo com faltas seguidas. Mostrava-se satisfeito, mais ocupado em segurar o placar.
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Goleada inesperada
A segunda etapa foi surpreendente. Quando o Bahia buscou o gol, foi todo para o ataque, abriu-se na retaguarda e o treinador Mancini apostou tudo no contragolpe, na velocidade, na surpresa. Tudo deu certo, era o dia.
O tricolor entrou com Jacó em lugar de Gamalho, apagadíssimo. Logo aos 30 segundos, Souza bateu forte, de fora e Fernando Miguel rebateu com dificuldade. Aos 3’ Willians Santana arrancou em velocidade, levou a zaga mas finalizou mal. A partida ficou muito truncada no meio campo, o Bahia tendo mais a bola, e o Vitória recuado, apostando no eventual contra-ataque. Deu certo. Depois que Mattis salvou por duas vezes um possível gol do Bahia, o rubro-negro arrancou pela esquerda com o lateral Diego Renan, que foi derrubado na área por Adriano. Pênalti, aos 18 minutos, que Escudero bateu e ampliou: 2 x 0. O Barradão incendiou em vermelho e preto. Aos 36’, Rogério que mal tinha acabado de entrar, pegou uma belo chute, esquinado, pela direita e a bola bateu no travessão e entrou: 3 x 0. Aos 41’, Maxi diminuiu, de cabeça, após a cobrança de escanteio, mas ... Aos 48’, Robert, estreante, com poucos minutos em campo, acertou um foguete de fora surpreendendo o goleiro Douglas Pires e fechando o clássico com uma goleada que ninguém imaginava: 4 x 1, golaço! Uma feliz jornada rubro-negra!
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EXPULSÕES
Pra variar, após uma jogada ríspida e empurra-empurra, Souza e Escudero terminaram expulsos. Coisas de Ba Vi. Mas o Bahia levou a pior pois, além dos desfalques por lesão de Kieza, Zé Roberto, Tony... vai enfrentar o tinhoso Paissandu sem Souza e sem Pitoni, punidos com cartões.
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Destaques
O grande destaque do jogo foi o meia Escudero, dono do meio campo. O fato é que o Vitória é outro, mudou muito e para melhor depois da chegada dos bons laterais Diogo Mateus e Diego Renan, do combativo Pedro Ken, do crescimento de Escudero e, diga-se, da postura ofensiva imposta pelo treinador Mancini, visível no clássico e que surpreendeu o treinador Sérgio Soares, do tricolor. O rubro-negro quis mais, brigou mais, acreditou.
No Bahia, muito fraca a atuação dos laterais Adriano e Marlon, e apagadíssimos os avantes Gamalho e Willians Santana. Souza e Maxi lutaram muito. Faltou também mais disposição e confiança da equipe inteira.