Pior é que o Bahia vai enfrentar o Atlético MG e o Vitória o Corinthians
Com um gol de cabeça do zagueirão-artilheiro Dedé, dez minutos antes de o jogo acabar, o Cruzeiro venceu o Vitória no Barradão e isolou-se ainda mais na liderança do Brasileirão 2014, com 59 pontos, sete a mais do segundo colocado, o São Paulo. O rubronegro baiano continua na porteira da zona do rebaixamento, onde continua acomodado o Bahia que, no sábado, perdeu para o tricolor paulista de Kaká e Ganso por 2 x 1, não resistindo ao maior volume de jogo do São Paulo.
A luta contra o rebaixamento vai ser renhida e sofrida, até a última rodada, pelo que se vislumbra.
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Deu Dedé no Barradão
Cair da tarde domingueiro, primaveril e bom público, cerca de 20 mil pessoas no Barradão. O Cruzeiro, líder, começou tentando se impor em campo desde o rolar da bola, pressionando, tocando mais, tendo mais a posse da pelota, ocupando melhor os espaços, todo tempo. Assim, com movimentação intensa e troca de posições do meio pra frente, o time mineiro manteve o domínio e jogou mais próximo da área adversária, buscando o gol toda a primeira etapa.
Aos 6’, após trama pela esquerda, Alisson chutou forte e Wilson, de volta ao gol rubronegro após dois meses de estaleiro, espalmou. Aos 21’, Moreno faz a parede e Álisson pegou de jeito, da entrada da área para outra grande defesa de Wilson. Aos 35’, Luis Gustavo derrubou por trás, dentro da área, o avante Éverton Ribeiro, mas o árbitro ignorou. Aos 45’, o primeiro chute do Vitória em gol, de Juan, da entrada da área, nas mãos de Fábio. Foi domínio total mineiro na primeira etapa. O time baiano só correu muito atrás da bola, não ameaçou. Faltou o gol.
O treinador Ney Franco tirou o meia Luis Aguiar e colocou em campo o atacante Marco Junio, arisco, postando a equipe mais à frente, buscando igualar o jogo. Mas o segundo tempo começou no mesmo diapasão, o time visitante em cima. Aos 3’, concluindo boa trama cruzeirense, Marcelo Moreno bateu colocado, Wilson espiou e a pelota raspou o poste. Aos 9’, Álisson pegou forte, de frente, Wilson salvou com as postas dos dedos. Mas o rubronegro, aos poucos, foi buscando espaço para os contragolpes pelos lados do campo. O jogo, então mais aberto e franco, ficou gostoso de ver, um pouco mais equilibrado.
Aos 17’, Dinei levou a zaga e bateu forte pra defesa de Fábio, no chão. Aos 22’, após blitze cruzeirense, Wilson apareceu bem, a defasa safou-se. Aos 24’, numa cobrança de falta pelo alto, aconteceu o gol do cruzeiro... o árbitro chegou a validar mas o assistente de linha viu falta no goleiro: gol anulado. Mais pressão cruzeirense, até que aos 38’, depois de escanteios seguidos, co lateral Maike cruzou da direita e Dedé testou livre, de cara, na pequena área, para fazer o gol decisivo: 1 x 0. Placar justo pela superioridade técnica do líder e virtual bi-campeão brasileiro, o Cruzeiro de Minas Gerais.
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No time baiano, destaque para o goleirão Wilson, com ótimas intervenções; a zaga Kadu e Roger suportou bem, e boas atuações de Luis Gustavo e Richarlysson. No time mineiro, Dedé, Lucas Silva, Marquinhos, Álisson ... mas o craque do time é, sem dúvida, Éverton Ribeiro, o camisa 10, diferenciado.
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Na sequência do Brasileirão o Vitória encara o Corínthians, que venceu o Inter em Porto Alegre por 2 x 1, na quarta-feira, em São Paulo. Jogo difícil.
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No duelo tricolor, deu SP no Morumbi
Pra começo de conversa, novidades nas escalações: o são Paulo sem Pato e com cinco jogadores formando um meio campo muito bem povoado- Souza, Denílson, Ganso, Kaká e Michel Bastos. No Bahia, a estreia do garoto Anderson Paulista integrando um meio campo bem mais leve, com Rafael Miranda, Diego Macedo, Marcos Aurélio.
Um São Paulo mais encorpado, mais técnico e com jogadores mais rodados, selecionáveis, de melhor qualidade individual. O tricolor baiano fechadinho, arrumadinho atrás, marcando primeiro, esperando brecha pro contragolpe. Duas estratégias. O paulista com mais posse de bola, trocando passes, tocando mais pelo meio e o Bahia explorando as laterais, sobretudo o lado direito com Railan e Diego Macedo.
Poucas chances criadas na primeira etapa, apesar do jogo bem jogado, bom de ver. A primeira, real, aos 15’, com o time paulista envolvente e Michel Bastos batendo de bico, para boa defesa de Lomba . O Bahia respondeu aos 19’, com boa trama de Railan e Diego Macedo que bateu da entrada da área, fraco, e Ceni pegou. Aos 37’, Henrique recebeu, livrou-se da marcação e bateu da entrada da área, mal, para fora. Aos 40’, aconteceu o primeiro gol. Ganso arriscou de fora, a bola bateu na mão de Rafael Miranda na meia lua e o árbitro marcou falta, perigosa: o goleiro artilheiro Ceni, um especialista, bateu bem e Lomba foi mal pra bola, aceitou : 1 x 0.
A segunda etapa foi ainda mais aberta, as duas equipes buscando mais o gol. Logo aos 3’, Kaká bateu forte da entrada da área e Lomba encaixou no meio do gol. Dois minutos depois, Marcos Autrelio arriscou de fora e Ceni, bem colocado, defendeu no chão. Aos 10’, numa cobrança de escanteio, a defesa baiana espiou e quase o tricolor paulista amplia.
Aos 12, Marcos Aurelio bateu falta e assustou, por cima. Aos 18’, o irrequieto e veterano Luis Fabiano entrou no lugar de Kardec, que não conseguiu finalizar uma so contra o arco baiano. Aos 20’, numa boa tabela baiana pelo lado esquerdo, Diego Macedo livrou-se da zaga, bateu firme e Ceni salvou o empate, espalmando. Aos 25’, num erro bisonho de Rafael Miranda no meio campo, Alvaro Pereira roubou, arrancou, levou a zaga e cruzou rasteiro mas Luis Fabiano, acossado, perdeu.
Entraram Emanoel Bianccuchi e Barbio em lugar do apagado Rafinha e do instável Diego Macedo. Com o cansço, o jogo ficou ainda mais aberto, o São Paulo atacando mais pela laterais, o Bahia nos contragolpes. Aos 33’, após um passe errado no meio campo (Emanoel), o meia Ganso arrancou, ninguém encostou, foi levando e bateu seco, da entrada da área, rasteiro, no canto. Lomba caiu atrasado, bola defensável : 2 x 0. O Bahia em cima, tentando, e aos 42’, bola levantada por Guilherme, Fahel testou no canto e diminuiu: 2 x 1. Gol de honra. Pressão desordenada até o final do tricolor baiano, sem resultados. Placar justo, o time paulista melhor em campo, mais bem dotado técnicamente.
Bom jogo, diria, e mais três pontinhos perdidos na luta insana contra o rebaixamento.
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No Bahia, destaque negativo pra Lomba, dois gols fáceis. O torcedor queimando: ‘Goleiro fuleiro!’. Não já passou da hora de dar um descanso a Lomba ? Tá entregando demais. Railan foi bem melhor que Guilherme, Lucas (no final, sem pernas deu uma entregada feia, mas recuperou-se) mais ativo do que Démerson. Guilherme confuso, o garoto Anderson Paulista mostrou qualidade, Henrique brigou muito, Marcos Aurélio sabe jogar mas lhe faltam pernas. Só.
No São Paulo, a categoria do veteraníssimo goleiro Ceni, artilheiro, muito bom o zagueiro Tolói e, mais à frente, Kaká e Ganso fazem a diferença, acima dos demais.
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Terça de noite, na Fonte Nova, Bahia x Atlético, o Galo mineiro, duro de panela. Só tem currute. Haja sofrer.
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Copa Sulamericana, adios !
Só um time brasileiro continua na Copa Sulamericana, a disputar as quartas de final: o São Paulo. O Goiás caiu fora. Os dois clubes baianos, Bahia e Vitória meteram vergonha, na quarta e quinta-feira passadas, entregando a classificação aos adversários, Universidad Cesar Vallejos do Peru e Nacional de Medellin, mesmo com vantagens no confronto.
Na quarta, na cidade de Trujillo, litoral norte peruano, o tricolor perdeu o jogo (2 x 0, dois gols sofridos a menos de 10 minutos do final) e a classificação na execução de pênaltis ( Lucas Fonseca, Pará, Uélinton e Lomba cobraram mal e perderam), numa partida que parecia sob controle. Faltou pernas, competência ou vergonha? Perguntava-se o torcedor, no dia seguinte. Erros individuais e de posicionamento dos jogadores, equívocos ululantes do treinador Kleina provocaram o fiasco, no Peru.
Na quinta, em pleno Barradão, diante de mais de 17 mil torcedores rubronegros, um Vitória sem determinação tomou 1 x 0 do bem arrumado Atlético Nacional de Medellin e a galera ficou chorando um gol anulado de Dinei, por um suposto impedimento. A TV mostrou que o atacante tinha condições de jogo ao receber a bola, e mostrou também que houve uma falta de ataque, não marcada pela arbitragem, antes do passe para o artilheiro. O Nacional bem que mereceu o resultado, jogou com mais inteligência, é uma equipe melhor que os dois times baianos.
Reconheçamos e vamos montar equipes melhores e mais competitivas para que possamos disputar bem os torneios internacionais, sem vexames, sem chororô.
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- Pela Copa do Brasil, estão vivos e candidatam-se ao título : Cruzeiro e Atlético de Minas Gerais, o Santos e o Flamengo. Semifinais quentes. Bons e decisivos jogos à vista.
Dia 29, Cruzeiro x Santos, em BH; e Flamengo e Atlético MG, no Maracanã. Os jogos de volta acontecem dia 5 de novembro.
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Seleção e CBF: mamatas
- No dia 23, próxima quinta, Dunga volta a convocar a seleção brasileira para dois amistosos: contra a Turquia, em Istambul, dia 12 de novembro à tarde; e contra a Áustria, em Viena, dia 18 seguinte. Dunga, o zangado, está invicto.
- Com os quatro amistosos da seleção brasileira na nova era Dunga, pós-copa, a CBF amealhou 12 milhões da Globo por direitos de transmissão, e mais US$ 4,4 da empresa patrocinadora dos jogos. É uma mina de dinheiro. Enquanto isso, os clubes endividados.
- O Sr José Maria Marin, o ‘capo’ da CBF, que distribui com as federações estaduais 100 mil reais, cada, como ‘ajuda de custo’, anunciou que vai repassar mais 15.000 reais mensais, uma espécie de salário, aos presidentes da cada federação. Agora é que o Sr Ednaldo não largará jamais a FBF. Uma mamata. E querem mudança no futebol brasileiro. Como assim que o sinhô fala ‘mudança’ ?
Poderíamos chamar isso de mensalão, corrupção , compra de votos para manutenção de poderes e status quo, mamatas ? Escolham . Já os clubes... na ‘pindura’, salários atrasados ...
O futebol reflete a penúria moral do país. Arre égua !